Visando propor um espaço inovador e necessário para a sociedade, a recém-graduada no curso de Arquitetura e Urbanismo da Unijuí, Camile Iris Koch, desenvolveu seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o tema “Donas – Centro de Referência de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência para o Município de Ijuí”. A monografia apresenta um ambiente que busca combater a violência contra as mulheres, além de prestar todo suporte necessário às vítimas de agressões.
A estudante escolheu a temática porque, no decorrer do curso, percebeu que “a arquitetura tem poder de impactar além da estética de um prédio bonito, sendo meio para provocar discussões necessárias na sociedade”. A partir de pesquisas, Camile certificou a importância de um local acolhedor às mulheres, visto que o Brasil ocupa o 5º lugar em um ranking de 83 países que mais matam mulheres. O Rio Grande do Sul classifica-se como 4º estado mais violento contra as mulheres no País e Ijuí está entre as 16 cidades mais violentas do Estado.
O aumento significativo de ocorrências e o fato de haver certa dependência financeira da mulher com seu parceiro também chamou a atenção da estudante como um grave problema social a ser trabalhado. “Por esses motivos, propus o projeto de um CRAM - Centro de Referência de Atendimento às Mulheres, na intenção de promover em um só local todo apoio social, psicológico e jurídico a essas mulheres, lhes oferecendo abrigo temporário”, afirma Camile.
A ideia resultou em um projeto de ambiente que se divide em blocos, setorizados em Apoio, Acolhimento e Empoderamento. “No bloco de Apoio, há salas de atendimento psicológico, ginecologista e enfermaria, além de todo apoio de uma Delegacia da Mulher. O bloco de Acolhimento destina-se totalmente para abrigar essas mulheres, com quartos individuais, família e coletivo”, comenta.
No bloco de Empoderamento há salas de cursos profissionalizantes, como informática, gastronomia e demais áreas que estão em ascensão no mercado. “Assim, é possível dar a estas mulheres a chance de conquistar sua independência financeira e recomeçar a vida após deixar o CRAM”, destaca.
Outro diferencial do projeto de Camile é a parte do paisagismo. No CRAM proposto há quatro praças centrais, com diferentes funções. “A praça Força conta com academia e praça infantil; a praça Resistência possui um auditório ao ar livre; a praça Superação dispõe de vegetações e mobiliários que proporcionam conforto às usuárias; e a praça Resiliência conta com totens informativos com conquistas femininas ao longo da história, além de frases de empoderamento”, explica.
Após a Graduação, Camile diz que “vai focar no meu crescimento pessoal e profissional dentro da Arquitetura” e que o trabalho desenvolvido já possui um importante destino. “Quanto ao projeto feito para o TCC, quero doar à Coordenadoria da Mulher, como forma de despertar, de alguma forma, a discussão acerca do tema e deixar à disposição meu projeto caso queiram vir a executá-lo um dia”, finaliza.
Gabriel R. Jaskulski, estagiário de Jornalismo da Unijuí
Com o objetivo de ir além da teoria aprendida em sala de aula, um grupo de estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unijuí, acompanhados pela professora Bruna Fuzzer de Andrade e pelo professor Matheus Cargnelutti, estiveram na serra gaúcha realizando mais uma edição do Arquitetour. O evento promove viagens técnicas voltadas à arquitetura e ao urbanismo por meio da visitação de diversos locais.
Nesta edição, ocorrida entre 30 de abril e 1º de maio, os acadêmicos visitaram os municípios de Antônio Prado, Arvorezinha, Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Ilópolis. Dentre os pontos turísticos visitados pelo grupo estão o maior conjunto preservado de exemplares da arquitetura da imigração italiana no Brasil, localizado em Antônio Prado. Ao todo são 49 imóveis tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Os estudantes também visitaram o Instituto Hércules Galló, um conjunto residencial restaurado do bairro de Galópolis, localizado em Caxias do Sul, que também é um centro dedicado à cultura italiana. Em seguida, visitaram o Museu do Pão e o Moinho Colognese, em Ilópolis, o Museu do Tijolo e o Moinho Burille, em Arvorezinha. O último espaço ainda não sofreu intervenções, porém, os acadêmicos puderam visualizar o plano de revitalização.
De acordo com a professora Bruna Fuzzer, “a viagem certamente foi muito rica, porque foram visitados locais conhecidos, inéditos e os ambientes que ainda irão passar pelo processo de restauração. Os estudantes puderam ver como se preserva a cultura e a memória de um povo de forma respeitosa, focando nas comunidades e pessoas e suas histórias”. “Agradecemos a equipe da Associação, que nos recebeu com tanto carinho e mobilizou meios para proporcionarmos uma oportunidade ímpar aos nossos acadêmicos”, finaliza.
Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí
Estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo apresentaram na última quinta-feira, 28 de abril, no Espaço + Inovação Unijuí, os projetos desenvolvidos na disciplina de Paisagismo II, e que propõem melhorias ao Bosque dos Capuchinhos.
A mostra contou com a presença da professora coordenadora do componente, Tenile Piovesan; do vice-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unijuí, professor Fernando Jaime González; do coordenador do Espaço + Inovação Unijuí, professor Peterson Cleyton Avi; do vereador Rodrigo Noronha; e dos secretários municipais de Planejamento e Regulação Urbana, Luis Francisco Schoer, e de Meio Ambiente, Yuri Pilissão.
Conforme explica a professora Tenile, no início do semestre ela lançou a proposta aos estudantes, de trabalhar na revitalização do Bosque durante a disciplina, que tem exatamente o objetivo de desenvolver projetos de paisagismo em espaços livres urbanos, como praças e parques. “Antes de os projetos serem realizados, os acadêmicos realizaram um estudos sobre parques, bosques, analisaram modelos, espaços, e partir daí, marcamos uma visita técnica ao local, uma conversa com os moradores, para verificar o que eles gostariam que fosse feito, e com o poder público, para apresentar a proposta e também saber se havia algum projeto previsto”, explicou.
Três grandes grupos foram formados a partir de um conceito geral: água. Eles receberam os nomes de Drop (gota), Caminho das Águas e Chiaro (claro). Um dos grupos trabalhou a acessibilidade no lado de fora do bosque, enquanto que os demais estudantes trabalharam em propostas urbanísticas e de paisagismo para a área interna.
“Eu sou de Ijuí e, na minha infância, utilizei o bosque. Um espaço que tem grande relevância para a comunidade, mas que acaba por não ser muito utilizado, principalmente por questões de segurança. Se ele for realmente revitalizado, teremos um grande espaço à população, capaz de atrair pessoas de todas as idades”, explicou a professora, lembrando que a ideia é ter um encontro com os moradores nas próximas semanas, pensando em alternativas para colocar algumas propostas em prática. Há, como explica, a necessidade de investimentos futuros por parte do poder público.
Acadêmicos do 9º semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unijuí realizaram, no último mês, uma viagem de estudos para o Shopping Praça Nova, em Santa Maria. A atividade fez parte da disciplina de Projeto de Arquitetura VIII, que tem o shopping como temática.
De acordo com o professor responsável pelo componente, Igor Norbert Soares, os estudantes conheceram as instalações e o funcionamento do shopping, a partir de uma visita guiada pelo engenheiro Davi Rafael e pela arquiteta Jaqueline Pires, responsáveis pela parte de gestão e manutenção do local.
“Fomos recepcionados com um café da manhã e, após uma fala do engenheiro Davi Rafael e da arquiteta Jaqueline sobre alguns números do shopping, fizemos um tour pelo empreendimento, mostrando como os produtos chegam e abastecem as lojas. Eles mostraram o fluxo de serviço e dos funcionários, como funciona a parte de refrigeração de toda edificação, o recolhimento de lixo e a quantidade, além da parte de reciclagem do lixo seco. Os alunos andaram pelos corredores de serviço e foram até a cobertura; olharam como é o telhado da edificação e verificaram a telha clipada e seu acabamento, além do fechamento e material utilizado nas paredes”, explicou o professor.
A partir dessa visita, segundo Igor, os estudantes podem ter uma percepção de como organizar o layout e distribuição dos espaços necessários de um shopping.
Na noite da sexta-feira, dia 1º de abril, os estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Unijuí participaram da Aula Magna do curso, que contou a participação das arquitetas Paula Olivo e Juliana Padua. O tema escolhido para a noite foi “100 anos de Modernismo no Brasil”. O evento foi realizado online, com transmissão pelo canal da Universidade no Youtube.
Paula Olivo é mestre e doutora em Arquitetura - Teoria e Crítica, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é professora na Universidade La Salle, de Canoas e sócia do Plano Atelier. Juliana Padua é mestre em Planejamento Urbano, pela UFRGS e também sócia do Plano Atelier, Porto Alegre. O diálogo foi mediado pelos professores Tarcisio Dorn e Matheus Cargnelutti.
O início do Modernismo no Brasil foi retratado por Paula, fazendo referência a Adolf Loss, um arquiteto austríaco que escreveu um artigo que relacionava o uso de ornamento ao crime. “Loss dizia que conforme a sociedade fosse evoluindo, ela iria abandonar o uso de adornos e tudo aquilo que não era necessário para construção. Segundo ele, o uso de adornos gerava um trabalho extra e um tempo extra de construção, que não era necessário. Para aquele período foi algo extremamente inovador, tirando tudo que ele achava desnecessário na construção civil e influenciando toda uma geração de arquitetos modernos, que vieram após ele”, destacou a convidada.
Juliana explicou, inicialmente, como os ideais de Cidades Modernas foram concebidos no mundo também a sua aplicação no Brasil. “As cidades modernistas foram pensadas com o objetivo de facilitar a vida das pessoas. O processo de industrialização e o êxodo rural causaram um aumento populacional urbano e esses trabalhadores precisavam viver em algum local, com qualidade de vida. Um dos objetivos da Cidade Moderna é densificar a população, com o advento da arquitetura moderna, foi possível verticalizar as construções”, explicou a arquiteta.
Clique aqui e confira na íntegra o debate sobre os 100 anos do Modernismo no Brasil.
Na última sexta-feira, 25 de março, estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unijuí receberam, de forma remota, a arquiteta e urbanista Ediolanda Liedke, que possui vasta experiência na cena patrimonial do Estado. A atividade aconteceu na disciplina de Projeto de Arquitetura VI, sob coordenação dos professores Bruna Fuzzer de Andrade e Matheus Cargnelutti de Souza.
Junto ao Auditório do Museu Antropológico Diretor Augusto Pestana, os estudantes acompanharam o relato da convidada sobre sua trajetória. Ediolanda é formada pela UFRGS, lecionou em cursos de Arquitetura e trabalhou com projetos de inventários em diversas cidades do Rio Grande do Sul. Teve a oportunidade de atuar profissionalmente no projeto de restauro do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e Memorial do Ministério Público, entre outras obras.
A palestrante falou sobre o projeto de intervenção que está em andamento na antiga intendência de Ijuí. Comentou sobre o processo de levantamento, especialmente das fachadas e inspeção do telhado e rede elétrica. Na sequência, abordou o processo de medição quando se trabalha em edificações pré-existentes e discorreu sobre as patologias apresentadas. Também comentou sobre a proposta para a edificação e sobre os trâmites que projetos de intervenção exigem, especialmente públicos.
Para os organizadores do evento, professores Bruna Fuzzer de Andrade e Matheus Cargnelutti de Souza, esse foi um momento valioso de colaboração. "Momentos assim vêm agregar na formação dos nossos estudantes e principalmente fazê-los ter contato com experiências reais de mercado, considerando a atuação patrimonial”. De acordo com eles, a noite foi muito rica, pois os exemplos trazidos pela arquiteta aproximam os estudantes do mercado, no Estado e na cidade.
Por fim, a arquiteta respondeu às perguntas dos estudantes e finalizou comentando sua posição em relação aos modos de intervir em edificações pré-existentes, "buscando sempre a mínima intervenção, adequando a edificação ao novo uso, mas identificando claramente a temporalidade das adições e, acima de tudo, preservando de fato o bem imóvel e sua história, sem fazer uma cenografia histórica”.
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