Cheguei em Portugal, na cidade do Porto, no dia 11 de fevereiro de 2020. Foi uma chegada intensa, conheci muitas pessoas novas, lugares maravilhosos, me encantei por cada pedacinho que cruzei. Conheci a faculdade de Farmácia, que tem uma estrutura enorme, equipamentos de ponta para pesquisa. Conheci também os meus professores orientadores do estágio e todas as pessoas que trabalham nos laboratórios. Tudo encaixou perfeitamente e iniciei os trabalhos juntamente com os passeios pela cidade, até que no dia 07 de março tudo foi interrompido com a notícia de que a faculdade seria fechada por tempo indeterminado. Um aluno do curso tinha sido testado positivo para a covid-19. Foi o primeiro local a ser fechado e uma semana depois todas as universidades e escolas da cidade estavam de portas fechadas. Diferentemente dos outros que poderiam ter aulas online, o meu estágio precisava ser presencial, pois estava fazendo uma formulação em laboratório e os seus respectivos testes.
Era o início da quarentena no país e todos estavam muito perdidos. A orientação dos meus professores foi a seguinte: a faculdade não abriria tão cedo e eu poderia ficar à vontade se quisesse desistir e voltar, mas se permanecesse poderia fazer pesquisas e desenvolver um trabalho inicialmente teórico sobre o tema e assim que possível, retomar às práticas. O pior de tudo isso era não saber o que ia acontecer, se eu iria poder viver a experiência para a qual viajei ou se voltaria só com aquele pouquinho. Decidi ficar e esperar.
Quando a cidade, que antes era muito movimentada, principalmente aos sábados de sol, ficou vazia e triste, foi quando decidimos não sair mais de casa até as coisas regularizarem. No dia 19 de março entramos em estado de emergência, que ficou estabelecido até 02 de maio. Foram 50 dias saindo apenas a cada 15 dias para ir ao supermercado, com cuidados extremos para diminuir as chances de contrair a doença. Senti saudade de tudo o que tinha vivido no primeiro mês, tudo isso com saudade de casa. Um aperto no peito de estar aqui, querer viver essa experiência e não poder fazer absolutamente nada para mudar o que estava afetando o mundo inteiro.
Foram dias pesados e difíceis, sem muitas perspectivas. Tentava, sobretudo, manter a saúde mental. Gradualmente, semana após semana, a partir do dia 02 de maio, alguns locais foram abrindo novamente. Eu pude voltar aos meus lugares favoritos e para a faculdade e então a felicidade e a certeza de que eu fiz a escolha certa em ficar prevaleceram.
A nova normalidade, como eles chamam por aqui, é bem diferente daquela que havia antes. As ordens vão mudando por fases, a cada 15 dias novas atividades são liberadas e a vida lá fora vai voltando pouco a pouco. Existem diversas restrições para fazer qualquer coisa, no entanto, todas elas valem a pena, pois estamos contribuindo com a saúde de todos. O mais importante para aguentar essa jornada foi manter a esperança e equilibrar o sonho de estar aqui com a saúde física e mental. Hoje me sinto mais forte e orgulhosa de mim mesma por ter aguentado este período difícil. Espero que tudo fique bem, tanto aqui quanto no Brasil e que a saúde prevaleça.
Durante meu período de graduação na UNIJUÍ tive o privilégio de estudar no Instituto Politécnico de Leiria, em Portugal. E foram inúmeros os benefícios e vantagens que essa experiência me proporcionou.
Com o intercâmbio, aprendi sobre diversas culturas, o que tornou possível ter uma nova visão de mundo, em especial do nosso próprio país. Quando ficamos algum tempo vivendo no exterior, diferente da nossa terra natal, é possível criar e aprimorar a capacidade de opinar a respeito da situação em que o Brasil se encontra em relação ao mundo, o que podemos fazer para melhorá-lo e no que devemos continuar trabalhando para sermos mais competitivos, bem como, entender o mundo como um todo.
A experiência de ter morado e estudado fora foi importante para o meu desenvolvimento. Muitos estudantes têm vontade de estudar no exterior, e este sonho é cada vez mais fácil de ser realizado através do Departamento de Relações Internacionais da Unijuí, dedicado a facilitar o processo de encontrar o curso ideal no exterior.
Essa experiência foi única e inesquecível. Ter a oportunidade de morar em outro país, conhecer pessoas de inúmeras nacionalidades, de fazer novas amizades para toda a vida, estudar numa excelente universidade, viajar para vários lugares incríveis, ser independente, tudo isso foi excelente. Enfim, uma infinidade de situações e momentos únicos!
Aprende-se, especialmente, a dar valor a tudo que temos e alcançamos e os esforços que empregamos para realizar nossos sonhos. Digo que com trabalho, dedicação, paciência e fé, tudo se torna possível.
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Confira o Relato de Intercâmbio de Mariana Mallmann, estudante de Direito.
“The past cannot be changed.The "The future is yet in your power” (Mary Pickford). O intercâmbio acadêmico é um grande desafio na vida de qualquer estudante, significa ter autonomia para perseguir sonhos e aprender que nem tudo na vida sairá como planejado, mas que alguns objetivos poderão ser alcançados se persistirmos.
Estudei por um semestre na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, em Portugal, nomeadamente nos cursos de Direito e Criminologia. Um período de mobilidade acadêmica é a oportunidade perfeita para aprender a ser mais autodidata na hora de estudar. Os professores da Universidade do Porto incentivam justamente a ter essa autonomia, tendo em vista que não encaminham qualquer espécie de material de estudo e instigam o aluno a realizar sua própria investigação.
Se eu pudesse definir o intercâmbio em uma só palavra, seria “saudade”. A partir do momento em que você sai do seu país de origem para enfrentar os desafios que o mundo tem a oferecer, sua vida se tornará uma eterna saudade. Primeiramente sentirás saudade de casa, da família e de todos os amigos que deixou para trás. E com o passar do tempo, mesmo antes de ir embora, vai começar a sentir saudade desse país que te acolheu, e de todos os amigos que lá fizestes. Não vai querer deixar Portugal, mas também não vai querer ficar longe de seu país. É muito contraditório, mas viverás sentindo saudade, porque Portugal tornou-se um pedaço de quem tu és.
Há muitos aspectos positivos na forma de organização do povo português que poderão ser por nós observados, visando melhorar a nossa própria organização enquanto país. Durante a mobilidade, tive a oportunidade de visitar a antiga “cadeia da relação do Porto”, que foi uma prisão do século XVIII, descrita como “insalubre” por diversos autores portugueses como Ayres de Gouvêa. Isso incentivou os portugueses a melhorar a condição de vida dos detentos, o que nos dias atuais resultou em prisões bem estruturadas se comparadas às prisões brasileiras. Outro aspecto que os portugueses estão a nossa frente é na segurança pública, afinal, estamos a falar de um dos países mais seguros do mundo. Esse fato decorre de uma abordagem policial predominantemente “preventiva”.
O intercâmbio é um momento de muito aprendizado, tanto acadêmico quanto pessoal, e sem dúvidas é uma experiência que todos os estudantes deveriam ter a oportunidade de vivenciar. A Unijuí está em um ótimo patamar, e consegue preparar muito bem os estudantes para enfrentar os desafios de estudar em uma das melhores universidades do mundo. Consegui acompanhar as aulas, realizar os trabalhos e buscar o conteúdo necessário para os exames.
Gostaria de agradecer imensamente a Universidade do Porto e à UNIJUÍ pela oportunidade e pelo voto de confiança. Também gostaria de prestar minha gratidão a minha família, e ao pessoal do Escritório de Relações Internacionais da UNIJUÍ, por todo o apoio durante o processo de candidatura.
Bruna Carolina Ulsenheimer, estudante de Medicina Veterinária da Unijuí, realiza intercâmbio na Universidade do Porto, em Portugal. Confira o relato:
“A Universidade do Porto possui uma estrutura incrível, além de receber muito bem os estudantes em intercâmbio. Me sinto realizada e muito grata, por poder realizar esta incrível experiência, que vem me proporcionando um enriquecimento profissional, pessoal e cultural.
As aulas aqui são muito produtivas, e o aprendizado com relação a situações globais é o que se preza por aqui. Além disso, todas as disciplinas possuem uma estrutura bem organizada, também prezam muito pela aprendizagem do aluno, para que desenvolva suas habilidades dentro da Universidade. Todas as disciplinas são divididas em uma parte teórica e outra prática, laboratoriais e hospitalares, o que torna esta experiência ainda mais incrível. Aqui, estou tendo a oportunidade de realizar vários procedimentos novos, que eu ainda não havia realizado na prática, bem como ficar esclarecida com relação aos métodos e técnicas já conhecidos, verificando a forma diferente pela qual é realizada aqui.
Outro aspecto importante é em relação ao país, que é maravilhoso: possui uma cultura encantadora. Tive a oportunidade de participar e conhecer algumas atividades culturais, aprendendo um pouco mais sobre danças tradicionais portuguesas, além da culinária, que por sinal é ótima. Também tive a oportunidade de conhecer alguns museus e pontos turísticos do país.
Como prezo muito pela busca do conhecimento, também tive a oportunidade de participar de dois eventos na minha área, que foram muito proveitosos. Em um deles, pude realizar práticas incríveis com métodos inovadores e novas práticas que são muito importantes para a realização de um diagnóstico preciso, além disso, ouvi as experiências e aprendi os métodos e protocolos utilizados por profissionais de referência de Portugal, da Espanha e dos Estados Unidos, dentre outras nacionalidades. No outro evento, além de ser um momento incrível pelo marcante fato de tomar conhecimento das pesquisas realizadas em Portugal, também tive o enorme prazer de apresentar uma pesquisa científica realizada na área da Medicina Veterinária, na Unijuí. Neste trabalho foram realizados testes quanto a eficácia de combate de bactérias patogênicas pelo utilização de óleos essenciais de plantas encontradas no Brasil, o que gerou uma discussão incrível sobre temas ligados a área em diferentes países, realmente foi muito interessante essa troca de conhecimento científico!”.
Realizar um intercambio é sair da zona de conforto. Mesmo isso não sendo novidade para ninguém, acredito que a gente não saiba o que isso realmente significa, até viver a experiência. Esses seis meses que morei em Portugal para estudar Criminologia na Universidade do Porto, me trouxeram muitos ensinamentos, experiências que jamais poderão ser apagadas.
Ao sair de Ijuí rumo a Porto Alegre para pegar o que seria o primeiro voo da minha vida, senti muito medo e expectativa. E, hoje, após o meu retorno, me vejo sentindo muita coragem e ainda mais expectativas do que a vida e o mundo têm para oferecer. O intercambio é a possibilidade de ver o quão grande o mundo é.
Desde a fase de inscrição, a incerteza é uma companheira e, ao chegar lá, ela continua ao nosso lado. Incerteza de que matérias está cursando, qual sala de aula, do conteúdo e dos métodos de ensino e avaliação, porém, ao frequentar as primeiras aulas, já soube que vinha com uma base muito boa no estudo da Criminologia da Unijuí. Com o passar do tempo comecei a valorizar mais ainda nossa instituição de ensino, que nada deixou a desejar para que eu pudesse acompanhar os demais colegas portugueses. Além de aprender a valorizar pequenas coisas, como o atendimento da Unijuí com os alunos e o nosso contato mais próximo com os professores.
Organizar-se em uma cidade nova, em um país novo, exige paciência. Além disso, poder contar com as dicas e informações dos outros brasileiros que estão lá há mais tempo é fundamental, ou até mesmo dos que chegaram junto com você. Acaba se formando uma grande família, uma base para esta aventura. Além do mais, o que ajuda, e muito, também é a própria estrutura da cidade, que é de uma cidade grande em um espaço territorial pequeno e ainda é muito segura, o que facilita e muito. Ademais, Porto é uma cidade linda, que nos beneficia com um pôr do sol incrível.
Estar em um país europeu também possibilita para conhecer novos lugares, tanto dentro do próprio país que está, quanto outros países, pois os valores de passagens são acessíveis se comparados a uma viagem dentro do próprio Brasil. Assim, em minha experiência, tive a oportunidade de conhecer mais cinco países e um pouco mais de Portugal.
Desse modo, a experiência de viajar, de estudar em outro país é enriquecedora profissionalmente, e muito mais pessoalmente. Conviver com outras culturas, com o diferente, me trouxe questionamentos, autoconhecimento, e uma busca infinita por evoluir. Porém, viajar também traz o aprendizado de valorizar suas origens, seu país, suas coisas boas e a busca por tornar ele um lugar melhor. Por isso, é bom viajar, ainda mais sabendo que temos um lugar para chamar de nosso (nosso país, nossa casa, nossa universidade), como diz o ditado popular: viajar é bom, mas voltar para casa é melhor ainda.
Confira o Relato de Intercâmbio do estudante Edmilton Stein, estudante de Engenharia Mecânica da Unijuí.
Como descrever um período de intercâmbio na Universidade do Porto? Uma cidade incrível, bonita, segura, clima agradável, com pessoas muito hospitaleiras e amigáveis, e, claro, a oportunidade de estudar em uma das melhores universidades da Europa, tendo aulas com os melhores profissionais da área. Eu teria muito mais adjetivos para descrever como é fazer um intercâmbio em Porto, porém, a experiência vai muito além das coisas citadas anteriormente: é um sentimento indescritível, que engloba felicidade, saudade e alegrias em fazer novas amizades, e até tristeza.
Em relação às matérias cursadas, a UPorto tem um sistema um pouco diferente do que estamos habituados na Unijuí, pois lá não existe uma barreira tão clara sobre os conhecimentos que devem ser aprendidos na disciplina. A Universidade contabiliza no currículo do aluno uma grande carga horária de estudo autônomo, em que devemos buscar o próprio conhecimento.
Estudar em Portugal, além de proporcionar um grande crescimento acadêmico e intelectual, possibilita viajar dentro do país e pela Europa, para conhecer muitos lugares com histórias incríveis e muitas culturas diferentes. Além disso, conviver com alunos das mais diversas nacionalidades, que, apesar de todas as suas diferenças, compartilham algo em comum, aquele mesmo sentimento de estar longe de casa, enfrentando as mesmas dificuldades de sair da sua zona de conforto e a vontade de conhecer novas pessoas. Aliás, isso nos leva a criar grandes amizades, que nunca imaginaríamos, pessoas que colaboraram imensamente para determinar quem somos hoje, pessoas que estarão para sempre em nossas memórias, tanto aquelas que conhecemos por apenas poucos dias, quanto aquelas que compartilharam muitos momentos bons e alguns difíceis durante toda essa jornada em um país desconhecido.
O intercâmbio é uma experiência incomparável e inconfundível. Nos últimos dias desperta um sentimento inexplicável: ao mesmo tempo em que ficamos felizes por reencontrar a família e amigos, também gera um sentimento de vazio e saudades do país que viera a se tornar uma segunda casa para nós, uma nova família, criada por todas aquelas pessoas que conhecemos durante os seis últimos meses.
Se eu pudesse resumir o período em apenas uma palavra, só poderia ser “gratidão”: primeiro a Deus, depois à Unijuí e a todos que contribuíram de alguma forma para que eu pudesse realizar esse sonho de estudar na Europa, e apesar de ter deixado um grande sentimento de saudade, se eu pudesse repetiria tudo sem hesitar nem um segundo.
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