Buscando preparar o estudante para o desenvolvimento agrário de maneira sustentável, o curso de Agronomia da Unijuí tem uma formação sólida, focada na capacitação, aprimoramento e desenvolvimento de novas tecnologias que estimulam a atuação crítica, criativa, inovadora e empreendedora a partir dos desafios reais impostos pelo mercado de trabalho. Com cinco anos de duração, o curso na Unijuí disponibiliza uma estrutura qualificada, com vários laboratórios, equipamentos e uma área experimental de ensino, pesquisa e extensão com 236 hectares, a Escola Fazenda da Universidade, o Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR).
Com uma oferta em 10 módulos, os estudantes têm a oportunidade de desenvolver competências e habilidades durante o seu processo formativo. Por meio da disciplina de Projeto Integrador e da participação em Projetos de Pesquisa, Extensão e estágios, os acadêmicos são aproximados da prática profissional, sendo desafiados e desenvolver soluções para problemas reais do mercado de trabalho. A formação possibilita ainda uma integração com os cursos de Medicina Veterinária e Ciências Biológicas, o que eleva o compartilhamento de conhecimento.
A coordenadora do curso, professora Angélica Henriques, destaca que além do IRDeR, os estudantes de Agronomia tem à sua disposição a infraestrutura do Laboratório de Solos e Tecido Vegetal, Laboratório de Sementes, Laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal, Laboratório de Produção Vegetal, Laboratório de Topografia, Laboratório de Hidráulica, Irrigação e Drenagem, Laboratório de Botânica, Fisiologia Vegetal, Fitopatologia e Fitossanidade, Laboratório de Zoologia e Entomologia, Laboratório de Microbiologia, Laboratório de Tecnologia de Alimentos, entre outros. “Nossos estudantes são formados para atuar em diferentes áreas, nas esferas públicas e privadas, junto a movimentos sociais e organizações não governamentais, cooperativas de produção agropecuária, empresas de produção familiar, empresas de insumos agrícolas, empresas de assistência técnica e extensão rural, órgãos de ensino e pesquisa e como profissionais autônomos”, finaliza.
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do recém-formado no curso de Agronomia da Unijuí, Matheus Guilherme Libardoni Meotti, avalia o comportamento das plantas de girassol desfolhadas artificialmente e semeadas em época não preferencial (safrinha). Na pesquisa, foram removidas manualmente todas as folhas das plantas, em diferentes estágios fenológicos, sendo possível avaliar os componentes de produtividade mais afetados em cada fase do ciclo da cultura.
O trabalho, intitulado "Efeito do desfolha artificial na produtividade do girassol semeado em época não preferencial”, foi orientado pelo professor doutor Ivan Ricardo Carvalho. O experimento foi conduzido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural – IRDeR, a Escola Fazenda da Unijuí, onde Matheus obteve auxílio dos funcionários na semeadura e controle fitossanitário.
O interesse de Matheus pelo tema surgiu durante uma aula da disciplina de Plantas de Lavoura II. “A temática me chamou atenção depois de um questionamento a respeito do comportamento das plantas de girassol. Como base, utilizei livros e outros artigos científicos, trabalhos de conclusão de cursos, dissertações e teses”, explica.
O principal objetivo da pesquisa foi avaliar a dinâmica da relação fonte-dreno e a contribuição dos fotoassimilados armazenados na haste (caule) para a manutenção da produtividade. Além disso, foram realizadas correlações das variáveis climáticas que mais influenciaram no incremento da produtividade e elaborados modelos que permitem estimar a produtividade antes mesmo de realizar a semeadura, utilizando dados meteorológicos.
Para Matheus, a sua pesquisa destaca a importância da cultura do girassol para o sistema produtivo, benefícios biológicos para o solo, sendo uma espécie adaptada para cultivo na região Noroeste do Estado. “Minha pesquisa se enquadra como alternativa para a rotação de culturas com sistema radicular agressivo e abundante em volume para explorar, estruturar o solo e ciclar nutrientes. Diferente das plantas de cobertura de solo, tem a possibilidade de ser colhido e trazer benefícios econômicos diretos para as propriedades rurais. Também ajuda a sociedade auxiliando na difusão do cultivo do girassol na região em uma época após a safrinha de milho. Muitas vezes os produtores têm área em pousio (sem cultivo), e esta é uma opção de espécie com benefícios de uma planta de cobertura de solo e com a possibilidade de colheita e retorno econômico direto”, finaliza Matheus.
Por Evelin Ramos, bolsista de Popularização da Ciência da Unijuí
Disciplinas que têm como característica a prática em campo tiveram que ser totalmente revistas no ano de 2020, como é o caso da Olericultura, do curso de Agronomia, segmento da horticultura que engloba a exploração e produção de legumes, vegetais e hortaliças. Conforme explicou o professor Osório Lucchese, no primeiro semestre, as aulas foram quase que totalmente virtuais. “Fazíamos filmagens, fotos, e postávamos durante algumas aulas. Foi um esforço muito grande, que fez com que percebêssemos a importância das aulas presenciais, práticas, para que os alunos consigam vivenciar, fazer observações e refletir sobre o sistema de cultivo de hortaliças”, explicou.
A disciplina está estruturada em três partes: a primeira é organizada geralmente no período de férias, onde os acadêmicos têm um conjunto de conteúdos básicos para produzir uma proposta de itinerário técnico – ou seja, uma proposta para produção de um sistema de cultivo de hortaliças. Os estudantes se dividem em duplas e são sorteadas culturas, como alface e cenoura, para que eles iniciem o trabalho. “A segunda parte envolve a instalação do sistema de cultivo. Os acadêmicos acompanham todas as etapas do sistema, até a colheita, e em cima disso, fazem a sua própria proposta de itinerário, que é apresentada em um seminário”, destacou o professor.
Na terceira etapa da disciplina, ocorre a sistematização das informações, com a produção de artigos, que são escritos nos moldes do Salão do Conhecimento da Unijuí. “Os estudantes estão sempre aprendendo na prática. A partir dos problemas que vão aparecendo, eles buscam soluções”, comenta Lucchese.
Toda essa parte prática é realizada na Horta Didática da Unijuí, sendo que a produção fica para o Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR). “O volume não é muito grande. Alguma coisa pode eventualmente ser doada e algumas produções os alunos levam para casa, para mostrar aos pais”, comenta o professor, lembrando que, por semestre, cerca de 10 culturas são estudadas – já que, cada dupla, trabalha uma específica. “Lembrando que toda essa horta que temos é de base agroecológica. Não usamos agrotóxicos. Todos os tratamentos ou controles que precisam ser feitos são realizados com produtos referenciados pela agricultura orgânica, como a utilização de produtos biológicos ou receitas alternativas”, reforça.
Alunos da disciplina de Fruticultura do curso de Agronomia da Unijuí realizaram visitas técnicas em propriedades rurais do interior dos municípios de Ijuí e Augusto Pestana. Foram visitados pomares de citrus, videira e nogueira, com o objetivo de desafiar os alunos à propor sugestões de melhoria viáveis para os agricultores. A disciplina é ministrada pelo professor Osório Antônio Lucchese, e teve o acompanhamento do engenheiro agrônomo Felipe Esteves Oliveski, do DEAg – Departamento de Estudos Agrários da Unijuí.
No dia três de setembro alunos do curso de graduação em Agronomia da Unijuí, matriculados na disciplina de Produção e Tecnologia de Sementes e Mudas, coordenada pelo professor Doutor Roberto Carbonera, realizaram uma aula prática na Cerealista Amigos da Terra (CRAT) no município de Ajuricaba, RS. A aula teve o propósito de aprofundar e consolidar os conteúdos abordados na disciplina e verificar como ocorre o processo de produção, recebimento, beneficiamento, tratamento, armazenagem, controle de qualidade e expedição de sementes. A visita foi acompanhada pelos Engenheiros Agrônomos Darci Antônio Lorenzon e Keli Kihel e pelos técnicos Mário Olmírio Bandeira de Mello, que também é aluno da disciplina, e Dyonathan Porazzi.
A cerealista foi criada em 1987 por 56 associados. Atualmente, mais de 80 produtores cooperados produzem sementes de trigo, aveia branca, aveia preta e soja. A empresa tem parceria com obtentores para viabilizar a produção. De encontro ao que e tem enfatizado nas aulas teóricas, “A semente se faz no campo, aqui na unidade de beneficiamento, apenas mantemos a qualidade” destacou Keli, sobre a importância de se buscar materiais com aptidão e potencial produtivo no momento da implantação das culturas destinadas a produção de sementes.
A empresa possui planejamento e sempre busca melhorar a qualidade de produção a cada ano. Segundo o Eng. Agr. Darci Lorenzon, a empresa não busca atingir altas quantidades de produção, mas sim, produzir com qualidade para garantir que as sementes comercializadas aos agricultores tenham elevado potencial de desenvolvimento, com pureza genética, sanidade, germinação e vigor. Registrou, também, que cerca de 40 e 70% das lavouras de soja e trigo, respectivamente, são cultivadas com sementes certificadas e o restante da área são cultivadas com sementes de uso próprio.
Um dos principais fatores que afetam a qualidade das sementes produzidas é o manejo realizados na lavoura. Devido a isso, há necessidade de acompanhar continuamente o desenvolvimento dos cultivos. Além de realizar as duas vistorias obrigatórias, determinadas pelo Ministério da Agricultura, a empresa sempre foca em realizar o maior número de visitas possíveis como uma forma de garantir que o material que será entregue chegará em bom estado. A colheita, também, é um momento importante, pois o tipo de colheitadeira utilizada pode provocar danos mecânicos às sementes. Devido a isso, recomendam que os agricultores utilizem, preferencialmente, colhedoras do tipo axial, as quais permitem que o material seja colhido mais seco e com menores níveis de danos mecânicos. Ainda na lavoura, as sementes de soja passam pelo teste de tetrazólio para verificar se há danos por percevejo e se estão em níveis aceitáveis ou não para a produção de sementes.
Durante o recebimento, as sementes passam por uma análise prévia e somente as cargas que são aprovadas são descarregadas na moega. Em sementes de soja, realiza-se a análise de pureza e se existem danos, através do uso do teste de hipoclorito, em que é possível verificar a existência de sementes quebradas e verdes, bem como trincas no tegumento. Em sementes de trigo e aveia, os maiores problemas são as misturas de sementes, por isso, é feito uma análise de pureza antes de aprovar ou condenar os lotes entregues. As sementes aprovadas são levadas à Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS), caso contrários, as mesmas são destinadas à indústria.
Após o descarregamento das sementes na moega, as mesmas passam pela máquina de pré-limpeza. Esta máquina possui grande capacidade de trabalho e peneiras específicas para cada cultivar, em que retiram-se as impurezas maiores. Após, as sementes vão para um dos 12 silos que são de 5 mil sacas, para armazenamento temporário e secagem, se necessário. O responsável técnico, Darci, comentou que, quando se trabalha com silos de alta capacidade de armazenagem, podem haver problemas devido a dificuldades no processo de secagem das sementes. Muitas vezes são colhidas sementes com 17 % de umidade e o processo de homogeneização da umidade para em torno de 12 a 13 % se torna mais trabalhoso e demorado. Os silos têm sensores que verificam as condições do ambiente e assim permitem que os aeradores se liguem de forma automática, facilitando o processo de secagem do material.
Após realizada a secagem, as sementes passam pelo processo de beneficiamento. Este consiste em um sistema que envolve um conjunto de máquinas que inclui máquinas de ar e peneira, mesa densimétrica, separador espiral e classificação por tamanho. Posterior a isso, passam pelo tratamento ou serão ensacadas em bolsas ou bags. Após todos estes processos, as sementes ficam armazenadas para serem comercializas.
Durante todo o processo até a expedição, as sementes passam por vários testes. Ao se trabalhar com as sementes certificadas de primeira geração (C1) e segunda geração (C2), as análises do controle de qualidade (germinação, vigor, pureza...) são realizadas pelo laboratório da entidade certificadora. Enquanto que as sementes não certificadas de primeira (S1) e segunda geração (S2), a coleta e análise do material é feito pela própria empresa. Para ter certeza que o material a ser comercializado possuí elevada qualidade, a empresa costuma fazer as análises a cada trinta dias, pois quando se trabalha com soja, devido à elevada quantidade de óleo na semente, estas perdem em qualidade e diminui o potencial de germinação e vigor com o passar do tempo. No caso do trigo, estas variáveis se mantêm mais estáveis por apresentar maior teor de amido como substância de reserva.
Além de acompanhar como ocorrem os vários processos na unidade de beneficiamento, os alunos foram visitar, também, a área experimental de cultivares de trigo, próximo à sede. Ao final da visita, percorreu-se uma área de produção de sementes para que os alunos pudessem observar como se dá o processo de verificação da qualidade nas lavouras. Durante a visita, também, foram verificados danos devido à ocorrência de geadas no final de agosto. Estima-se que os danos podem variar de 20 a 30%, mas isso depende de cada cultivar e da data de semeadura.
Este texto foi preparado pelas alunas Joélen Assmann Cavinatto e Natiane Carolina Ferrari Basso
Com o objetivo de estimular atitudes empreendedoras entre estudantes universitários de graduação, a Satis, empresa especializada em produtos de nutrição vegetal foliar, organizou a segunda edição do Desafio Work&Play. A Unijuí foi representada no Desafio por duas estudantes do curso de Agronomia: Cilene Fátima De Jesus Avila, orientada pelas professoras Leonir Uhde e Gerusa Massuquini; e Ana Paula Doberstein, orientada pelos professores Emerson Pereira e Fernanda Sanes.
A primeira edição do Desafio havia sido realizada em 2019, através da parceria entre a Satis e instituições educacionais de Minas Gerais, onde é sediada a empresa. Para esse ano, o Desafio foi expandido e passou a incluir outros estados, além de contar com novos objetivos, como desenvolver competências e aprimorar habilidades dos acadêmicos a partir da criação de soluções práticas na área da agronomia. A participação da Unijuí no Desafio foi construída a partir de um encontro com a Satis em março deste ano, na Expodireto, em Não-me-Toque.
A principal questão proposta aos participantes deste ano foi:“Quais possíveis alternativas de tecnologias em nutrição vegetal para melhorar o efeito do ciclo do nitrogênio na cultura da soja?”A partir dessa indagação, os acadêmicos foram desafiados a desenvolver projetos reais que pudessem ser implementados de forma prática e acessível aos produtores rurais.
Durante o período de isolamento social, as alunas foram orientadas via e-mail, WhatsApp e vídeo chamadas, utilizando a ferramenta Google Meet. Cilene afirma: “Foi muito gratificante, agora aguardamos ansiosas o resultado. De qualquer forma, posso afirmar que mesmo se não obtiver a melhor colocação, essa atividade contribuiu muito para minha interação com as professoras e para revisar e entender melhor alguns conhecimentos adquiridos durante o curso, colocando-os em prática”.
Durante o desafio, além de apontar a viabilidade prática das suas propostas, os estudantes tiveram de referenciar a base teórica utilizada durante o desenvolvimento do projeto. Sem esquecer que a implementação do projeto deveria ser viável. Segundo Ana Paula: “Neste período de distanciamento social, o desafio da Satis foi muito além do proposto. Era um assunto de extrema importância para a agricultura, e para ser feito, necessitava de um olhar cuidadoso, pois além de desenvolver uma nova tecnologia ou manejo, deveria de ser de baixo custo e acessível para todos os produtores, do pequeno até o grande”.
Dessa forma, a partir do desenvolvimento do projeto foi possível pôr em prática vários conteúdos aprendidos em aula, além de fomentar a busca por novas alternativas e soluções: “O Desafio despertou a curiosidade e a vontade de buscar mais do que é aprendido em aula, fez conciliar as matérias até agora feitas para chegar a uma conclusão. A ajuda e o incentivo dos professores do curso de agronomia da Unijuí foram fundamentais para que a ideia fosse desenvolvida da melhor forma possível”. Conclui Ana Paula.
Os resultados do Desafio serão divulgados até o dia 26 de junho. Os dois primeiros colocados ganharão um estágio de seis meses na Satis. O primeiro colocado também levará para casa um Notebook Dell, e o segundo um Iphone 11.
Por Giovanni Pasquali, estudante de Jornalismo e estagiário da Agência Experimental Usina de Ideias.
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