Abrir um empreendimento não é uma tarefa fácil. Diversas questões precisam ser analisadas pelos idealizadores de um negócio. Estudar o mercado, assim como o público do negócio, demanda pesquisas e dedicação.
Para entender um pouco da realidade do pequeno empreendedor, o Projeto de Pesquisa Práticas de Gestão em Pequenos Empreendimentos e em Empresas Familiares, coordenado pela professora Denize Grzybovski, desenvolveu uma forma diferente de atender a estas demandas.
Você já ouviu falar em primeiro compreender a prática e depois transformar em teoria? A teoria da administração é resultado de uma prática na sociedade. Este grupo de pesquisa propôs justamente a aproximação da realidade vivida para evitar produzir descontextualizações.
Segundo Denize, entender as práticas dos pequenos empreendimentos e das empresas familiares brasileiras e a dinâmica própria desse tipo de organização, é um desafio tanto para os pesquisadores e alunos de graduação do curso de Administração, quanto para os mestrandos e doutorandos. “Enfatizamos os pequenos empreendimentos e familiares porque são atípicos. Eles não seguem a mesma lógica das grandes empresas. No momento em que estudamos as práticas, estamos conseguindo apreender a realidade, trazer para um debate teórico entre os membros do grupo de pesquisa e devolver isto ao empresário”, destaca.
O impacto da ação acontece na troca de informações que o grupo realiza durante o processo de coleta de dados junto aos empresários, por meio de comentários, dicas, trocas de ideias e de como é possível melhorar o jeito de administrar. Provocando, assim, uma reflexão do modo de gerenciar os recursos e de pensar criticamente sobre o que estão fazendo. Ou seja, o empresário se aprimora do conhecimento do pesquisador, fornece a informação e a equipe o orienta. “Não dá para pensarmos em trabalhar com a pequena empresa, dando cursos, aulas e palestras, apenas seguindo o modelo tradicional de ensino e aprendizagem, porque a realidade das pequenas empresas é maior do que isso. São eles que nos ensinam”, relata a coordenadora.
Foram pesquisadas empresas dos diferentes ramos: comércio, indústria, prestadoras de serviços e empreendimentos rurais, que atuam nas regiões dos Coredes Produção e Noroeste Colonial.
Os estudos sobre a temática começaram a ser desenvolvidos ainda durante a década de 90. Desde 2006, o projeto é realizado em parceria com as Universidades de Passo Fundo e Federal da Fronteira Sul. Ele surgiu através da proximidade dos temas entre as pesquisadoras Denize Grzybovski (PPGAdm/UPF e PPGDR/UNIJUI), Enise Barth Teixeira (UFFS) e Adriane Fabricio (UNIJUI e PPGA/UFSM), que fazem parte do Grupo de Estudos e Pesquisas em Organizações, Gestão e Aprendizagem (GEPOG). As pesquisadoras têm as mesmas preocupações teóricas (empreendedorismo, práticas de gestão e gestão de pessoas), atuam em cursos de graduação, especialização e mestrado nas suas instituições.
A evolução desses negócios acompanha também a evolução das pesquisas do projeto. O estudo busca entender, também, o progresso dos empreendedores com o passar do tempo: que crises enfrentam e quais são as dificuldades diárias. “Os empresários das décadas anteriores são muito diferentes dos de agora. Hoje temos pessoas mais instruídas , a mulher que até então era simplesmente coadjuvante, hoje gerencia os pequenos negócios”, finaliza.
Resultados:
Durante o desenvolvimento da pesquisa, foram realizadas diversas publicações cientificas, entre artigos, capítulos de livros e dissertações de mestrados. Palestras sobre o assunto, com o apoio de outras entidades, também foram executadas.
Nos últimos dois anos, foram estudados alguns casos:
1) sobre práticas de sustentabilidade empresarial, foram estudados 3
casos em Ijuí.
2) Sobre práticas de liderança humanizada, foi estudada em
profundidade uma empresa familiar de Horizontina.
3) Sobre o exercício do voluntariado, foram estudadas 3 organizações
da economia social, sendo elas APAE (Passo Fundo), Rotary (Carazinho)
e Cáritas Diocesana também em Carazinho.
4) Sobre sustentabilidade em pequenas propriedades rurais familiares,
foram estudados 3 casos em Rondinha
5) Sobre estilo de gestão das mulheres executivas em empresas
familiares, foram pesquisadas 94 mulheres em diferentes cidades da
região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
6) Sobre perdas produtivas e inovação organizacional em padarias, foi
estudada em profundidade uma empresa familiar.
No último dia 13 de maio completei um mês de Estágio Sanduíche na Alemanha. Praticamente tudo tem sido um grande aprendizado. Kassel é uma cidade do Estado de Hessen, região centro-oeste da Alemanha. Sua população é de aproximadamente 200 mil habitantes, com uma quantia significativa de estrangeiros, que vêm em busca de trabalho, estudo e melhores condições de vida.
A Universität Kassel conta com 25 mil alunos, matriculados em dois campi localizados em Kassel e outro na cidade vizinha de Witzenhausen. Muitos estudantes provêm de outros países. Um exemplo é o curso de alemão que eu estou fazendo na própria Universidade: na turma, tenho colegas de 16 países. Se nos entendermos na língua materna é difícil, então dá para imaginar o esforço de cada um para dialogar em um idioma que não é o seu. Tem sido um complexo exercício de intersubjetividade.
Na Universität Kassel, participo do grupo de trabalho-estudo do Prof. Dr. Werner Thole, vinculado ao Departamento de Educação (Erziehungswissenschaft) e ao curso de Serviço Social (Zoziale Arbeit). Somos em torno de 10 doutorandos, (co)orientados pelo Prof. Werner Thole. Além das atividades de pesquisa, seminários, colóquios, práticas, o grupo costuma se reunir para almoçar no Mensa, o Restaurante Universitário.
O propósito de minha estadia de 4 meses na Alemanha é conhecer textos e autores vinculados ao pensamento de Hannah Arendt e à temática da educação escolar; além dos estudos na Universität Kassel, tenho planejado visitar bibliotecas, museus, centros e arquivos diretamente ligados à vida e às obras dessa autora de origem judaica-alemã. Complementarmente, tenho aprofundado o idioma alemão e reservado alguns períodos para passeios e viagens.
Enfim, a expectativa é de um período muito proveitoso de estudo, de conhecimento de pessoas e de relativa imersão na cultura da Alemanha.
Por: Óberson Isac Dresch, doutorando em Educação nas Ciências
Possuindo uma capacidade computacional centenas de vezes maior que um computador pessoal, foi instalado, no fim de maio, na Unijuí, um computador de alto desempenho do projeto "Servidor para Simulação e Experimentação Computacional de Alto Desempenho".
Os recursos para a compra do equipamento foram obtidos por meio de edital Pró-Equipamentos da Capes destinado ao apoio à pesquisa em programas de pós-graduação, cujo projeto foi submetido pelos professores do DCEEng Dr. Oleg Khatchatourian, Dr. Manuel Osório Binelo, Dr. Rafael Zancan Frantz, Dra. Fabrícia Roos Frantz, Dr. Paulo Sergio Sausen e Dr. Sandro Sawicki.
Este computador possui 384 GB de memória RAM e 40 núcleos de processamento, e destina-se à simulação de modelos matemáticos e experimentação computacional de alto desempenho necessários em projetos de pesquisa dos programas de pós-graduação da Unijuí.
De acordo com o professor Dr. Manuel Osório Binelo, a simulação numérica de modelos matemáticos permite que um grande sistema, equipamento ou processo possa ser avaliado com alto grau de realismo, de forma virtual, sem o custo da criação de protótipos físicos, ou o teste em situações reais que poderiam envolver riscos. “Entre esses modelos é possível citar como exemplos: a simulação do escoamento de grãos em grandes armazéns e silos, podendo fazer a simulação física de bilhões de grãos simultaneamente; a simulação do fluxo de ar e sistemas de aerodinâmica, a simulação de sistemas de eventos discretos com alta complexidade computacional, experimentação de ambientes de computação em nuvem; entre diversos outros tipos de simulações e experimentação virtual”, relata.
Os grupos de pesquisa da Unijuí que necessitarem em seus projetos fazer uso desse novo equipamento poderão solicitar o acesso ao computador e acessá-lo por meio da rede interna de computadores da Unijuí.
A doutoranda do PPGEC/UNIJUÍ, Solange Castro Schorn, orientanda do professor Dr. Otávio Maldaner, iniciou doutorado sanduíche no Centro de Investigação da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra - FPCEUC – Portugal.
A Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação é uma unidade orgânica de ensino e investigação da Universidade de Coimbra que visa à produção de conhecimento científico, através da realização de investigação fundamental e aplicada, conducente à sua afirmação enquanto centro de excelência nos domínios do saber que cultiva.
Em Coimbra Solange Schorn está sendo orientada pela professora Dra. Cristina Vieira e com seu acompanhamento, vem participando de conferências, seminários, reuniões e aulas sobre questões de gênero, aprendizagem cooperativa, educação para o futuro e metodologias de investigação, campo de atuação da Dra. Cristina.
No dia 02 de maio participou da primeira sessão da Oficina de Formação Estratégica em Aprendizagem Cooperativa para professores do 1° Ciclo do ensino básico com as professoras Dra. Cristina Vieira, Dra. Graça Bidarra e sua orientanda Doutoranda Sofia Gonçalves responsável pelo projeto. Solange Schorn participará de todo o trabalho como investigadora e observadora, tendo em vista que a atividade sobre aprendizagem em grupos contempla a questão dos grupos sobre a educação socioemocional e, portanto, vai ao encontro de seu tema de investigação.
Em 03 de maio ela assistiu à palestra Gênero, Liderança Política e Representações Midiáticas com a Dra. Carla Martins da Universidade Lusófona de Lisboa que esteve em Coimbra a convite da Professora Dra. Cristina Vieira para uma atividade com as alunas do curso de Psicologia.
Nos próximos dias a doutoranda Solange Schorn fará visitas nas instituições de ensino de Coimbra para conhecer o espaço escolar, a proposta pedagógica e iniciar as entrevistas com as coordenadoras pedagógicas, atividades que possibilitarão realizar uma análise comparativa sobre as compreensões socioemocionais em ambos os países Brasil/Portugal.
“A experiência de convívio em outro país e cultura diferentes é enriquecedora. Quatro meses aqui representam um momento importante e necessário para abrir horizontes, adquirir novos conhecimentos, ampliar oportunidades de estudos e trabalho, enriquecer o repertório cultural e a experiência individual. Sinto-me privilegiada em fazer esse intercâmbio”, relata.
Procedimento foi realizado durante aula da Pós-Graduação em Clínica de Bovinos de Leite.
No sábado, 29 de abril, durante aula prática da Pós-Graduação em Clínica de Bovinos de Leite, foi realizado o primeiro procedimento de coleta e transferência de embriões em vacas do Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR). “Essa é uma tecnologia que ainda não é consolidada e amplamente difundida na região, mas com o treinamento destes alunos na Pós-Graduação, esperamos que esta biotécnica de reprodução esteja em breve à disposição dos produtores de leite”, afirma a coordenadora do curso, professora Denize da Rosa Fraga.
Denize explica que a técnica consiste na seleção de uma doadora (vaca de grande potencial genético), que é superovulada e inseminada. Após sete dias da inseminação, os embriões são coletados e transferidos para as receptoras (vacas que servem como barriga de aluguel). Os embriões coletados também podem ser congelados para serem comercializados ou utilizados futuramente.
No procedimento realizado no IRDeR, foram coletados embriões de três vacas da raça Jersey. “No total coletamos 20 embriões e transferimos seis, um para cada barriga de aluguel (vacas da raça holandesa). Daqui a 30 dias vamos confirmar a gestação e estamos confiantes que as fêmeas emprenhem”, diz a professora. Os embriões que sobraram foram congelados e serão transferidos no futuro. Essa técnica é utilizada com a finalidade de disseminar rapidamente a genética de fêmeas de grande potencial de produção de leite, visto que a partir dela é possível escolher quem vai ser a mãe e o sêmen que vai ser utilizado (pai) dos embriões.
A Associação de Funcionários da Fidene transformou-se, no último sábado, 28/04, numa verdadeira plataforma de lançamento. Muitos foguetes construídos pela Comunidade Escolar da EFA foram impulsionados para o espaço atingindo alturas e distâncias muito além das expectativas dos participantes. Foram essas atividades de ensino-aprendizagem, balizadas na produção e lançamento de foguetes, que deram o tom na abertura da Jornada de Pesquisa nas Ciências da EFA.
Segundo a Coordenadora do evento, vice-diretora Janete Maria Strieder, a atividade foi um sucesso, pois conseguiu unir pais e alunos desde a Educação Infantil até o Terceiro ano do Ensino Médio. Segunda ela, nestas ações se intensificou o exercício da comunicação, da colaboração, da concordância, da discordância e da solidariedade entre todos os envolvidos. "O acompanhamento sistemático das ações permitiu compreender, também, que as interações entre pais e estudantes contribuem significativamente para a aprendizagem, pois os atos de planejar, dialogar, discutir, pensar e fazer os tornam agentes do seu próprio desenvolvimento intelectual. Salienta ainda, que além de explorar a riqueza das interações durante a produção das bases de lançamento e dos foguetes, o evento também foca a aprendizagem e a interação entre os Componentes Curriculares como Matemática, Física, Química e Biologia", enfatiza.
A colaboração do Projeto Física Para Todos da UNIJUÍ e seus bolsistas, que se envolveram em todas as etapas da construção dos protótipos, desde que o desafio foi lançado, no inicio de abril deste ano, foi fundamental.
No campo de futebol da AFFI foram instalados os lançadores dos foguetes, feitos a base de pressão do ar, que lançaram os modelos construídos pelas turmas da Educação Infantil, Anos Iniciais, Finais e Ensino Médio. Cada turma projetou três foguetes que concorreram nas categorias “design”, “mais tempo no ar” e ‘’maior distancia percorrida’’. A criatividade na construção foi marca registrada no evento, onde cada turma defendeu o conceito artístico do seu protótipo. Já nas categorias de lançamento, teve foguete que ficou mais de um minuto no ar, e outros ultrapassando 120m de distância, atravessando definitivamente o campo de futebol.
Segundo a diretora da EFA, professora Maria do Carmo Pilissão, o objetivo principal da jornada é "preparar a criança e o adolescente para o pensamento que faça o percurso do método científico. Os estudantes são estimulados a formar hipóteses, definir os objetivos do trabalho, desenvolver todo um processo, de modo a alcançar resultados que possam melhorar a prática de todos os ambientes".
A Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unijuí divulgou editais para seleção de bolsistas de Iniciação Científica, Iniciação Tecnológica e Inovação, vinculadas ao CNPq, FAPERGS e UNIJUÍ. O período de inscrições vai até o dia 04 de maio, às 12h.
Confira o edital completo no Portal da Unijuí. Os documentos exigidos deverão ser enviados no e-mail pibic@unijui.edu.br. Os resultados serão divulgados no dia 1º de junho.
As bolsas são para o período de agosto de 2017 a julho de 2018.
O Projeto de Pesquisa "Desenvolvimento de novos produtos alimentícios à base de carne de peixe", realizou, em Santo Ângelo, nos dias 05 e 06 de abril, atividades sobre a qualidade nutricional da carne de peixe, processo de filetagem, técnicas de preparo e critérios para a compra do peixe. As atividades foram realizadas com alunos de 4º e 5° anos do Instituto Estadual Odão Felipe Pippi.
A partir da divulgação das atividades do projeto, que é financiado pela SDECT e desenvolvido pelos professores Eilamaria Libardoni Vieira, Raul Vicenzi, Alessandro Hermann e Fernanda Pereira, dos cursos de Nutrição e Engenharia Química da Unijuí, a professora da Escola, Irena Bielohoubek, convidou para a socialização dos trabalhos desenvolvidos pelo Projeto, por meio de oficina em um pesqueiro da cidade de Santo Ângelo.
O processo de integração entre as crianças da escola e a professora Eilamaria, do curso de Nutrição da Unijuí, possibilitou um bate-papo sobre porquê e como consumir carne de peixe. Foram ressaltados os benefícios da carne de peixe para o desenvolvimento cognitivo e para a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis.
Encontro abordou os parâmetros para os editais de bolsas de pesquisa, entre outros assuntos. O Vice-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Fernando Jaime González, esteve na reunião.
A Unijuí participou de encontro realizado na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), na sexta-feira (17), do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação do Rio Grande do Sul (Foprop/RS). A reunião contou com a presença do diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS), Odir Antônio Dellagostin, que apresentou dados de um levantamento de informações sobre o orçamento da Fundação, relacionado ao Programa de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica e à proporção de doutores no Estado. Dellagostin também falou sobre o incentivo para a iniciação científica no ensino médio.
Uma das principais pautas da reunião foi a perspectiva de apoio da FAPERGS às universidades nos próximos anos e os parâmetros para os editais de bolsas de pesquisa, de captação de recursos para custeio e capital para pesquisa, e de internacionalização das instituições. Estes editais envolvem todos os níveis da educação, desde a básica até a superior. A coordenadora do Foprop, Andreia Rosane Valim, avalia de forma positiva o diálogo proposto pela Fundação.
Além da Unijuí, participaram da reunião pró-reitores e coordenadores de Pós-Graduação e Pesquisa da PUC, UFRGS, UNISC, UFCSPA, UNICRUZ, UNISINOS, FURG, UFPel, UNIPAMPA, UNIVATES, UCS e IFSul.
Foto: Assessoria de comunicação UERGS
Projeto de Pesquisa da Unijuí analisa violação dos Direitos Humanos nas redes sociais de brasileiros
A cena é aterrorizante: em uma cela do Presídio em Manaus corpos esquartejados e carbonizados empilhados em meio a pernas, braços e cabeças decepadas. Mais adiante homens empunhando facas e facões declaram guerra a integrantes de facções inimigas que, do lado de fora, viram 56 presos serem assassinados. Tudo filmado e compartilhado nas redes sociais.
O massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, na capital do Amazonas, aconteceu no início do ano e as cenas foram compartilhadas por milhares de perfis na internet.
Cerca de 49,3% da população brasileira possui conta na rede social mais acessada no Brasil, o Facebook, que conta com 99 milhões de usuários ativos só no Brasil, compartilhando gostos, preferências e opiniões. Os dados foram apresentados por Ime Archibong, diretor de parcerias estratégicas da rede social, durante o Campus Party 2016, em São Paulo.
A internet passa a ser reflexo das atividades sociais das pessoas. Assim como na vida real, na internet as pessoas também cometem crimes. A violação dos Direitos Humanos é uma das práticas mais frequentes por meio de comentários, posts ofensivos e até discussões sobre temas relacionados.
Portanto, analisar essas práticas é um dos objetivos do projeto de pesquisa, coordenado pela professora doutora Vera Raddatz, no Mestrado em Direitos Humanos da Unijuí. O projeto analisa os conteúdos que circulam na internet em relação aos direitos humanos.
Como método, a pesquisa destacou algumas palavras-chave para serem estudadas, quais sejam: direitos humanos, censura, liberdade de expressão e informação. Segundo Vera, a pesquisa acontece nas redes sociais mais acessadas: Facebook, Twitter e no site de pesquisa Google sem limite de espaço territorial.
A pesquisa acontece por meio das hashtags. Na busca por direitos humanos, por exemplo, ficaria assim: #direitoshumanos. Desta forma, o projeto encontra apenas assuntos relacionados ao tema. São posts e comentários que o projeto procura. Em muitos dos casos os comentários são em perfis de veículos de comunicação. As pesquisas não são filtradas por cidade, região ou estado.
Do ponto de vista do Direitos Humanos, Vera alerta: “ (as redes sociais) acabam sendo uma plataforma violenta e agressiva, porque ali o cidadão, de modo geral, consegue fazer uma apologia ao ódio, consegue xingar, consegue dizer coisas que pessoalmente talvez não dissesse”, avalia.
A professora define as redes sociais como um espaço de todos. “É um espaço público potencialmente democrático. Nunca houve tanta liberdade de expressão, nunca houve tanta possibilidade do cidadão se posicionar e dizer as suas opiniões e pontos de vista, porém é um espaço de muita fragilidade também”, alerta.
Mídia e Direitos Humanos
Antes da pesquisa nas redes sociais, o projeto, há quatro anos, pesquisa a narrativa jornalística sobre questões relacionadas aos direitos humanos. Já analisou jornais de Ijuí, do Estado e também do país, como por exemplo, Jornal da Manhã, Zero Hora e Folha de São Paulo. Um de cada espaço territorial.
Conforme os resultados da pesquisa, a pesquisadora já observou que as notícias relacionando os direitos humanos limitavam-se apenas a fazer cobertura de eventos, ou a situações específicas, como uma violação de direitos em relação à criança, à mulher, em função da questão de gênero.
“Não são pautas que nascem da atitude ou do desejo de uma redação de um jornal ou de uma rádio, por exemplo, pesquisar e fomentar essa questão. Os direitos humanos não são uma pauta que a mídia busca por si mesma”, critica.
A partir disso, ocorreu o desejo de observar o comportamento da mídia, em relação aos direitos humanos, nas redes sociais mais acessadas. Ou seja, as notícias postadas nos perfis oficiais de veículos de comunicação e os comentários gerados no post. No segundo semestre de 2016 foi elaborado um quadro com as notícias mais comentadas, relacionando o assunto.
Dos resultados obtidos nas pesquisas a professora sustenta: “o direito à informação está sendo extrapolado por uma perspectiva negativa. Então, todas essas questões nos preocupam”.
O projeto espera, ao divulgar esses resultados, fomentar pesquisas e produções acadêmicas sobre o assunto. Além disso, o projeto pretende gerar uma reflexão na comunidade sobre o teor dos conteúdos publicados na internet e também sobre o papel que os comunicadores representam na construção de um jornalismo mais abrangente e crítico.
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