Show do Chimarruts aconteceu na quarta-feira, no campus de Ijuí
Unijuí e DCE Podemos Mais organizaram, nesta semana, uma ampla programação de Volta às Aulas nos quatro campi da Instituição: Ijuí, Santa Rosa, Panambi e Três Passos. Foram realizados desde shows até debates e oficinas aos estudantes.
A agenda foi aberta na segunda-feira, 7 de março, com a oficina sobre Marketing Pessoal no campus de Panambi, ministrada pelo professor Luciano Zamberlan. Os estudantes do campus também puderam conferir nesta sexta-feira, 11, um show com o Grupo Virou Resenha.
Em Ijuí, as atividades começaram na terça-feira, 8: à noite, foram realizadas duas oficinas em paralelo. No Salão de Atos acontecia o bate-papo sobre Marketing Pessoal, com a professora Márcia Almeida, enquanto que no Centro de Eventos ocorria a oficina de Organização e Gestão de Centro Acadêmico.
O campus de Ijuí recebeu o show do Chimarruts na quarta-feira, dia 9, e um debate sobre a campanha Meio Porcento Já, na quinta-feira, 10, lançada pelo Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung). O movimento busca a criação de um programa de bolsas de estudo, tendo como base o artigo 201, parágrafo 3º, da Constituição Estadual, cujo texto prevê que 0,5% da receita líquida de impostos próprios do Estado sejam destinados ao ensino superior público e comunitário. Na Unijuí, o debate aconteceu com a presença da reitora, professora Cátia Maria Nehring; da vice-reitora de Graduação, professora Fabiana Fachinetto; do vice-reitor de Administração, professor Dieter Siedenberg; do presidente do DCE Podemos Mais, Evandro Tatim; e da tesoureira da União Estadual dos Estudantes (UEE), Lara Luisa.
O campus Três Passos contou com apresentação da Cia Cadagy e show da banda Trio Acústico na terça-feira, 8. Já na quarta-feira, 9, aconteceu a palestra sobre Marketing Pessoal com a professora Márcia Almeida.
Já no campus Santa Rosa, a oficina de Marketing Pessoal, com o professor Luciano Zamberlan, ocorreu na quarta-feira, dia 9. Na quinta-feira, 10, os estudantes puderam conferir um show artístico.
A doação foi recebida pelo colaborador da Unijuí, Luís Alfredo Bañolas da Silveira
O Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR), Escola Fazenda da Unijuí, recebeu a doação de cinco toneladas de fertilizante orgânico Nutro Agro, da empresa Nutrosolo, de Santo Augusto. A doação foi articulada pelo Programa de Melhoramento Genético - linha de pesquisa de Melhoramento Genético de Grãos e, com ela, será possível adubar uma área de 1,5 hectares. O Programa busca proporcionar conhecimento científico e tecnológico, que auxiliem para um melhor manejo de lavouras e o dia a dia do produtor rural.
A doação beneficia estudantes do curso de Agronomia e da Pós-Graduação em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, que acompanham o início desta parceria, que deve desenvolver ensaios de culturas. “A doação nos auxilia nos custos das áreas experimentais e didáticas, além de ajudar a promover um ambiente melhor para o treinamento dos nossos acadêmicos”, explica o professor Ivan Ricardo Carvalho, coordenador da linha de pesquisa de Melhoramento Genético de Grãos.
Outras empresas e entidades também utilizam e têm como referência os espaços do IRDeR. Iniciativas que geram mais conhecimento e mais desenvolvimento para a região.
Um convênio de cooperação, firmado entre a Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Estado do Rio Grande do Sul (Fidene), mantenedora da Unijuí, com a Associação Brasileira da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, permitirá que refugiados que vivem em Ijuí tenham aulas de língua portuguesa.
A aula inaugural do curso “Português para Refugiados” foi realizada nesta quinta-feira, dia 10 de março, e contou com a presença do vice-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unijuí, professor Fernando Jaime González; com a assessora de Extensão e Cultura, Sirlei Noemi Schneider; com a coordenadora do curso de Letras: Português e Inglês, Taíse Neves Possani, professora Fernanda Trein e estudantes Thiago Nasi da Silva, Schayana Suelin Schreiadber e Laura Scherer Cezar; com o presidente da Associação, Adriano Paz; o assistente de Relações Públicas da Associação, Sérgio Ferreira da Silva; e a turismóloga da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo (Smcet), Bianca Angelica Gessi Caneppele.
O convênio viabiliza o estudo da língua portuguesa a partir de encontros realizados nas terças e quintas-feiras, na sede da Associação Brasileira da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, com professores e estudantes cedidos pela Universidade. Cabe à Unijuí também providenciar os materiais didáticos necessários para as aulas.
Nesta primeira edição, participam do curso 15 refugiados venezuelanos. O grupo de estudantes de língua portuguesa é integrado por diferentes profissionais com qualificação em diversas áreas do conhecimento, tais como advogados, professores, dentre outras, que estão encontrando dificuldades para se comunicar por meio da nova língua.
O curso objetiva ensiná-los a língua portuguesa, preparando-os para uma melhor inserção no mercado de trabalho. “O curso faz parte de um projeto maior, uma rede de acolhimento que pretendemos implementar em parceria com outras entidades, que é o Projeto Acolher. E o objetivo é exatamente este, acolher os refugiados que chegam à cidade, realizar o cadastro e oferecer ferramentas para que possam se inserir na sociedade ijuiense. Sociedade que faz tão bem este acolhimento, a ponto de ser merecedora do título de Capital Nacional das Etnias”, explicou a assessora de Extensão e Cultura, Sirlei Noemi Schneider.
Nadia Gerhart
Na tarde desta quinta-feira, dia 10, foi promovido um momento de diálogo sobre políticas públicas para mulheres, que contou com o apoio dos cursos de Direito e Psicologia da Unijuí. O evento foi realizado de forma presencial no auditório do campus Santa Rosa, transmitido pelo canal do YouTube da Unijuí.
A acolhida aos participantes, por parte da Universidade, foi realizada pela coordenadora do curso de Direito do campus Santa Rosa, professora Fernanda Serrer, que destacou o desejo de que, realmente, dias de igualdade e justiça continuem prosperando. “Nos sentimos honrados em poder dividir esse espaço universitário, sempre marcado pelo diálogo, com as comemorações, debates e discussões travados neste mês dedicado às demandas das mulheres. Somente uma sociedade que compartilha com todos as possibilidades de manifestação e expressão livre pode, de fato, comemorar a igualdade e o rompimento dos muros de silêncio e discriminação das minorias”
A mediação do evento foi realizada pela assessora de Políticas para as Mulheres, Solange Grizza. A primeira palestrante da tarde realizou sua participação de forma remota, Rita Gattiboni é auditora pública externa do Tribunal Contas do Estado do Rio Grande do Sul e autora do blog Evita Calar. Rita falou sobre a “Implementação e execução de Políticas Públicas para Mulheres nos municípios”.
O segundo momento da tarde contou com a participação da comandante Nadia Gerhart, tenente coronel na reserva remunerada da Brigada Militar e vereadora de Porto Alegre. A temática abordada pela palestrante foi “Patrulha Maria da Penha - 10 anos de história”. Clique aqui e confira o evento na íntegra.
O evento foi uma promoção da rede de Proteção à Mulher de Santa Rosa, que envolve a Assessoria de Políticas Públicas para as Mulheres, Centro de Referência Regional de Atendimento à Mulher Dirce Grösz, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Brigada Militar, Ministério Público, Defensoria Pública e Poder Judiciário.
A Unijuí está com inscrições abertas para o curso de qualificação profissional “Tudo sobre o Peeling: da teoria à prática clínica”, que será realizado online. Oportunidade para estudantes e profissionais das áreas de Estética e Cosmética, Fisioterapia, Farmácia, Biomedicina, Biologia e Enfermagem se qualificarem em um dos procedimentos estéticos mais procurados do Brasil.
Entre os conteúdos previstos para esta qualificação, no que se refere ao teórico, os estudantes irão aprender sobre: anatomofisiologia cutânea, principais disfunções estéticas que podem ser tratadas com peelings, avaliação pré-peeling e seus tipos, peeling químico, protocolo prático para a aplicação de peeling, cosmetologia focada na potencialização de resultados e pós-peeling, indicações, contra indicações, cuidados e manutenção. Já o conteúdo prático, contará com prática assistida sobre higienização e avaliação para tratamento de peeling químico e os protocolos de peeling químico.
A qualificação será ministrada pela professora Mariana Tortelli Beux, mestre em Farmácia, coordenadora e docente do curso de Estética e Cosmética da Faculdade Especializada na Área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS). Possui ampla experiência na área farmacêutica e, atualmente, atua com ênfase na farmácia estética.
O curso tem duração de 8h e será no dia 30 de abril, sábado, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 17h30. O investimento para esta qualificação é de R$ 136, sendo que estudantes, egressos, funcionários e professores da Unijuí, bem como empresas conveniadas, possuem 10% de desconto.
O dia 8 de março carrega um significado especial. A data é marcada por homenagens, mas, principalmente, pela luta das mulheres contra os graves problemas de gênero que persistem em todo o mundo. Na edição do Rizoma Temático desta quinta-feira, dia 10 de março, o debate girou em torno do "Protagonismo feminino e a luta por espaços igualitários na sociedade".
Para discutir a temática, foram convidadas a reitora da Unijuí e presidente da Fidene, professora Cátia Maria Nehring; a professora da Unijuí e membro do Fórum da Mulher de Ijuí, Joice Nielsson; ex-vereadora de Ijuí e idealizadora do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, da Coordenadoria Municipal da Mulher, da Delegacia da Mulher, da Patrulha Feminina da Brigada Militar e Fórum Permanente da Mulher, Helena Stumm Marder; e a cantora e compositora gaúcha, Loma Pereira.
Segundo a professora Joice Nielsson, a data é uma oportunidade para, além de pensar no futuro, compreender o passado. “É um momento de reflexão que a gente tem que fazer, de olhar para trás e observar nossa caminhada como mulheres em sociedade. Os dias atuais são fruto de muita luta, então precisamos refletir e entender as mulheres que nos antecederam”, salientou.
A reitora da Unijuí, professora Cátia Maria Nehring, afirmou que esse espaço serve também para analisar o contexto social que cerca a data e as mulheres. “Sempre devemos contextualizar o 8 de março no ano em que ele está inserido. Discutir essa data, em 2022, exige que a gente olhe o que as mulheres significaram economicamente para o cuidado dos filhos e para os postos de trabalho nos últimos dois anos de pandemia”.
De acordo com Loma Pereira, é a partir de muito esforço que as mulheres conseguem ser reconhecidas, mas que o mais importante é ser considerada pelo povo feminino. “Eu fui pioneira nos festivais nativistas e somente hoje eu entendo a importância disso, quando sou homenageada por outras mulheres negras. No decorrer da minha caminhada conquistei algo maior do que vencer as dificuldades, que foi o entendimento do público para minha arte. Em seguida eu comecei a falar sobre a minha cultura e a minha negritude”, explicou.
A ex-vereadora do município de Ijuí, Helena Stumm Marder, aproveitou a oportunidade para comentar a presença feminina na política. “Eu fui convidada pelo partido por causa de uma cota, que exigia determinada presença feminina. Foi assim que entrei como única mulher na Câmara Municipal. Parece que é difícil da comunidade acreditar no potencial da mulher, tanto que possuímos apenas duas representantes no Legislativo", afirmou.
Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí
Confira o Rizoma Temática na sua íntegra:
Representantes da Unijuí participaram nesta quarta-feira, 9 de março, de uma série de atividades na 22ª Expodireto Cotrijal, uma das maiores feiras do agronegócio internacional. O evento teve início ontem e finaliza nesta sexta-feira, dia 11 de março, no município de Não-Me-Toque.
Esteve presente o vice-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, professor Fernando Jaime González; e representantes da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica - Criatec da Unijuí: a coordenadora Maria Odete Palharini; o gestor no campus Santa Rosa, Lucas Escher; a analista Elizandra Pinheiro da Silva; a assistente Betina Krupp; e o bolsista de inovação aberta, Germano Rosa.
O roteiro contou com a participação de integrantes da Criatec na Missão Empresarial promovida pela ACI e Sebrae de Ijuí, e visita ao estande da Agricon, empresa incubada que expõe na feira.
Uma das principais atividades foi o lançamento da Rede de Inovação do Agronegócio do Rio Grande do Sul (Riagro), que reúne 16 instituições, como universidades públicas, comunitárias e particulares, centros de pesquisa da Embrapa e outros hubs de inovação, em ações que buscam desenvolver a inovação e o empreendedorismo no segmento. A Unijuí faz parte da rede, tendo como integrantes o professor Ivan Ricardo Carvalho, na área de pesquisa, e a coordenadora da Criatec, Maria Odete Palharini, nos ambientes de inovação.
“A rede tem a função de trazer informações tecnológicas e estratégicas para o desenvolvimento do agronegócio no Estado. É uma iniciativa de extrema valia porque conseguimos posicionar uma série de startups voltadas ao agronegócio dentro dos polos produtores. Sem falar que o lançamento dentro desta grande feira é extremamente importante e estratégico”, explicou o professor Ivan, lembrando que a participação da Riagro também ocorrerá na Expointer e outras feiras. “Nosso objetivo é desenvolver o agronegócio, as tecnologias, compartilhar dados, estratégias e posicionar novas empresas”, completou.
As primeiras ações da Riagro envolvem o levantamento dos projetos já existentes nas instituições filiadas e a definição das estratégias de fomento para serem adotadas no futuro.
Em mais uma parceria entre a Rádio Unijuí FM e o Museu Antropológico Diretor Pestana (Madp), foram produzidos programetes especiais em alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março. O material foi elaborado a partir dos vídeos que compõem a exposição Mulheres e Poesia, que possui curadoria da professora do curso de Letras da Unijuí, Taíse Neves Possani.
A exposição tem como objetivo discutir as diversas formas de representação da mulher enquanto sujeito participativo da sociedade, tendo como parâmetro fotografias do acervo do Madp. “Adaptando o conteúdo da exposição Mulheres e Poesia para o rádio, nós conseguimos alcançar um público ainda maior, promovendo a obra de poetisas brasileiras e ampliando o debate acerca disso”, destaca a diretora da Rádio Unijuí e também do Madp, Cláudia Bohrer.
Atualmente, a exposição Mulheres e Poesia, que é itinerante, está disponível para visitação no hall de entrada do Sesc Ijuí, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h (sem fechar ao meio-dia), permanecendo no espaço até o dia 31 de março.
Os programetes Mulheres e Poesia podem ser conferidos às 10h e 20h, na programação da Unijuí FM, até essa sexta-feira, 11 de março, e também na playlist abaixo:
Três analistas de negócios do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) estiveram na Unijuí nesta quarta-feira, 9 de março, conhecendo as estruturas e os projetos desenvolvidos pela Universidade. A visita realizada pelas profissionais Karina Zavilenski Custódio, Larissa Schmoeller Brandt e Sthefany Walber faz parte do acordo de parceria firmado pela Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado (Fidene), mantenedora da Unijuí, com a Fundação Parque Tecnológico Itaipu - Brasil, Exohub e Coopavel, que visa a realização de atividades relacionadas à promoção de inovação, desenvolvimento tecnológico e transferência de tecnologia.
Depois de uma visita à reitoria, as analistas conheceram a Agência de Inovação Tecnológica (Agit), a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica - Criatec e o Espaço Mais Inovação, onde aconteceu a apresentação do PTI e seus projetos para um grupo de professores e pesquisadores. “O objetivo da visita foi conhecer o que desenvolvemos aqui, nosso ecossistema de inovação, e também apresentar o que é produzido lá, no Parque, para que possamos conectar iniciativas e potencializar resultados, de uma forma conjunta e colaborativa”, explicou a coordenadora da Criatec, Maria Odete Palharini.
De acordo com Maria Odete, o próximo passo da parceria prevê a realização de uma visita da equipe da Unijuí ao Parque Tecnológico Itaipu, até meados do mês de abril. “Vamos conectar tanto as incubadoras, a equipe técnica e as startups residentes, bem como nossos pesquisadores e projetos, ao que vem sendo feito por eles. O PTI possui iniciativas bastante interessantes, em linhas como biogás e cidades inteligentes”, completa a coordenadora.
Para além da conjugação de esforços que visam a promoção da inovação, o acordo tem o intuito de facilitar a cooperação, o intercâmbio científico e tecnológico, o desenvolvimento de recursos humanos e a realização de projetos conjuntos em parceria com acadêmicos da Unijuí.
Argemiro Luís Brum faz uma leitura sobre o cenário econômico brasileiro, especialmente após o baque causado pela estiagem
Os últimos anos não têm sido fáceis para os brasileiros. Ainda não vencemos a pandemia e os impactos que ela deixou, especialmente na área da economia. Somam-se a isso as adversidades climáticas que se espalham pelo País e que refletem numa área que sempre trouxe grande força ao Brasil: o agronegócio.
Para entender um pouco do que está ocorrendo, e os impactos que teremos nas economias do Brasil e do Estado, convidamos para uma entrevista o professor titular do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Unijuí, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris - França, Argemiro Luís Brum. Na avaliação do docente, é necessário investir fortemente em ciência, pesquisa e educação se quisermos voltar a avançar no futuro próximo.
Professor, o senhor poderia fazer uma leitura de como está a economia brasileira e especialmente estadual neste momento?
A economia brasileira enfrenta dificuldades estruturais importantes, agravadas pelo Governo Federal que não avançou nas reformas e no ajuste fiscal. Pelo contrário, neste último caso, piorou a situação ao furar o teto de gastos e aprovar um orçamento para 2022 com gastos eleitoreiros, comprometendo os investimentos, a educação, a saúde e outros setores essenciais. Além disso, a economia ainda sofre as consequências da covid-19 e das adversidades climáticas que se espalham pelo País. Neste contexto, temos uma inflação em alta, acima de 10% (IPCA), algo raramente visto desde o lançamento do Plano Real em julho de 1994; um forte aumento nos juros para tentar vencê-la (Selic hoje caminhando para 12% ao ano); um câmbio que destrói o poder de compra do Real, pois o deixa muito desvalorizado; um desemprego muito alto, ao redor de 12% da população ativa (o surgimento de empregos se dá em áreas precárias e mal remuneradas, como a informalidade e os temporários); contas públicas em geral com problemas; pouquíssimos investimentos estatais (e país que não investe no presente compromete o crescimento futuro); e projeção de PIB, para 2022, pífia, entre -0,5% e +0,5%, com a mediana ficando, hoje, em tão somente 0,3% quando o Brasil precisaria crescer 4% ao ano pelo menos. Já o Estado do Rio Grande do Sul, pela característica federalista de nosso país, depende em muito do poder central. Mas sua situação econômica melhorou muito na área pública, já que o governo local conseguiu fechar 2021 com superávit fiscal e orçamentário, algo raramente visto desde 1978. Assim, o Governo Estadual consegue atuar melhor em favor da economia geral dos gaúchos. Todavia, além dos efeitos pandêmicos, nossa economia gaúcha vem sofrendo com sérias crises climáticas, as quais derrubam o PIB e a geração de riqueza, já que somos um Estado muito dependente da agropecuária. Os efeitos da seca atual serão terríveis, pela sua dimensão, neste ano e nos próximos sobre a economia estadual.
O agronegócio e setores correlatos, como a indústria de tratores e equipamentos, serão praticamente os únicos motores com que a economia brasileira poderá contar em 2022? Em que áreas, além do agronegócio, o País deveria apostar?
Lembrando que neste ano o agronegócio sofrerá um baque importante devido à enorme seca no Centro-Sul e as enchentes no Centro-Norte, além do forte aumento nos custos de produção, puxados pelo câmbio. Tenho a dizer que o País precisa urgentemente se reindustrializar, investindo nas novas tecnologias que o mundo disponibiliza. Nas duas últimas décadas, pelo menos, retrocedemos nesta área, e estamos pagando um preço muito alto por isso. Ao mesmo tempo, precisamos investir fortemente em ciência, pesquisa e educação se quisermos voltar a avançar no futuro próximo. Precisamos urgentemente investir em setores de alta tecnologia, para acompanhar o mundo. Precisamos investir na juventude. Não é possível termos cerca de 30% dos jovens brasileiros em situação “nem-nem”, ou seja, não estudam e nem trabalham. O custo futuro disso será incomensurável. Enfim, o País precisa trabalhar decisivamente para solucionar as contas públicas, sair do déficit e recuperar a capacidade de investimento do Estado nacional, voltando a atrair capitais externos produtivos em volumes maiores, além de estimular o investidor nacional. Isso, hoje, está totalmente comprometido. E sem investimento produtivo, nas diferentes áreas, não há futuro para a economia e a sociedade.
Com a economia brasileira patinando e a perda do poder aquisitivo de parte da população, em 2022 as exportações podem compensar perdas no mercado interno?
Eu diria que a economia brasileira estagnou e até retrocedeu nestes últimos tempos. Tivemos mais uma década perdida, entre 2011 e 2020, e caminhamos para mais uma a partir de 2021 se nada for feito estruturalmente, de forma rápida. Com isso, a inflação voltou forte e, somando-se aos efeitos nefastos da pandemia, a perda de renda da população em geral. Assim, o País vive com uma população endividada, sem fôlego, e seguidamente inadimplente. Não há economia que avance sem consumidor com renda - especialmente no Brasil, onde mais de 60% do seu PIB depende do consumo das famílias. Dito isso, e apoiado até há poucas semanas por um Real muito desvalorizado, sobrou o mercado externo para vender. Isso elevou o superávit de nossa balança comercial, fato que ajuda, sim, nas contas externas e dá um fôlego às empresas que conseguem exportar. Porém, no País, a maior parte das empresas não chega a este mercado e, diante da crise que temos, vem enfrentando enormes dificuldades, com muitas delas fechando as portas e desempregando. Ou seja, as exportações não compensam o que se perde no mercado interno em termos gerais do País. Especialmente porque quem exporta também precisa importar para se modernizar, e os custos de produção destas empresas, com o câmbio desta forma, subiu em demasia, inviabilizando também muitas empresas, especialmente no setor do agronegócio e junto aos produtores rurais em particular.
Se os preços em alta e o dólar valorizado beneficiam os produtores brasileiros na hora de vender, na outra ponta o aumento dos preços dos insumos e do frete fazem avançar os custos de produção. Isso é motivo de preocupação, correto?
Exatamente! É muito preocupante. Em termos cambiais, sempre existe o efeito rebote. Ou seja, a desvalorização, no imediato, favorece o exportador, pois inicialmente ele vende produtos com preço elevado pelo câmbio, a partir de bens produzidos com custos ainda baixos. Na sequência os custos sobem significativamente e os preços de venda não acompanham, fato que reduz a rentabilidade do exportador. O setor primário nacional está vivendo isso neste ano, além das perdas climáticas. Assim, de nada adianta ganhos cambiais momentâneos, pois, no médio prazo, haverá mais perdas do que ganhos. Isso ensina que o melhor, sempre, tanto para câmbio quanto para os preços em geral, é a estabilidade dentro de uma paridade. Especialmente em setores oligopolizados - caso de nossa economia em geral, pois após o estouro cambial os preços, com o tempo, tendem a estagnar e até baixar (caso da agropecuária), porém os custos de produção se mantêm elevados. Essa realidade sempre acaba, no final, eliminando parte do setor produtivo em todas as áreas da economia.
É possível pensarmos num valor acima de R$ 200,00 a saca de soja nos próximos meses?
Em meados de fevereiro, com o câmbio ao redor de R$ 5,12, o que puxou os preços da soja foi a cotação em Chicago, que disparou devido às perdas nas lavouras da América do Sul, e o consequente aumento dos prêmios de exportação nos portos nacionais. E isso se deve à brutal quebra de safra que estamos tendo. Até o momento, os três principais países sul-americanos produtores (Brasil, Argentina e Paraguai) já contabilizam uma perda de 40,9 milhões de toneladas da oleaginosa, em relação ao previsto no momento do plantio, sendo que mais da metade deste volume ocorre no Brasil. Isso é quase toda a safra normal da Argentina na atualidade. Assim, nas localidades perto do porto, já temos preços ao redor de R$ 200,00/saca e até um pouco mais. Se as perdas continuarem, é possível tal preço chegar nas demais regiões produtoras. Mas pela intensidade das perdas, de pouco adianta este preço, pois a produtividade média será muito pequena, especialmente aqui no Rio Grande do Sul. Não há preço que pague uma frustração de safra, especialmente neste ano em que a mesma é severa e se soma aos altos custos de produção despendidos pelos produtores para fazerem as lavouras. Exemplo para nosso Estado: na safra passada o preço médio de venda ficou ao redor de R$ 130,00/saca. Um hectare colhido gerou uma produtividade média de 57 sacas (lembrando que muitos colheram entre 65 e 80 sacas). Total bruto obtido: R$ 7.410,00/hectare. Na atual safra, o preço médio tende a ficar ao redor de R$ 185,00/saca (sempre considerando as vendas antecipadas), porém, a produtividade média do Estado deve ficar em 20 sacas/hectare. Resultado bruto: R$ 3.700,00/hectare. Ou seja, sem considerar ainda a perda de rentabilidade pelo aumento dos custos (mais de 50% de aumento), o ganho bruto nesta safra cai em 50%. A maioria dos produtores do Centro-Sul brasileiro, atingidos pela seca, estão nesta situação ou algo semelhante. Levarão anos para recuperar tais perdas, desde que novas secas não ocorram no imediato.
Como isso impacta na economia do Estado, levando em conta a oferta de serviços e comércio de produtos? Isso significa um ano de muitas baixas?
Sim, teremos um ano ainda muito mais difícil do que já se previa. Nossa dependência para com o setor agropecuário em geral e a soja em particular é muito grande. Sem falar que a seca atingiu mais ainda o milho grão, o milho silagem, a produção de leite, a criação animal, hortigranjeiros, etc. Até o arroz gaúcho, que está em fase de colheita e é totalmente irrigado, já contabiliza perdas de 15% devido à redução da umidade. Assim, a economia em geral sofrerá um baque bastante grande, com ainda menos renda em circulação no Estado e no País. Os setores de serviço e comércio deverão ser muito atingidos, pois a tendência geral será de cortar ao máximo as despesas, as compras e os investimentos. Já seria muito difícil devido às condições estruturais da economia, por ser um ano eleitoral e pela incapacidade do governo central. Agora, o quadro piorou consideravelmente, sem dúvida. Obviamente, sempre há alguns que tiram vantagem dacrise, mas são minoria. O conjunto expressivo da sociedade está pagando e ainda pagará uma conta muito elevada por esta realidade econômica que estamos vivendo.
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