O cenário financeiro no mundo tem sido alvo de constantes especulações. Isso cresceu consideravelmente após o início da pandemia, uma vez que a economia mundial tem sofrido constantes golpes, mudanças e, mais do que nunca, impactos no paradigma da visão de investimento da população. Dentro desse contexto muita coisa aconteceu, por exemplo, com o tradicional investimento na poupança sendo substituído pelo investimento na bolsa de valores.
Para debater sobre o assunto “A evolução no mercado financeiro e o impacto na economia mundial”, os convidados do Rizoma Temático desta quinta-feira, 4 de novembro, foram o engenheiro mecânico e gerente comercial na Bruning Tecnometal, Rodrigo Santos; o economista e sócio da Experato Investimentos, Francisco Dal Ri; e o diretor de Marketing e Vendas e fundador do Angel Investor Club, Anderson Diehl.
O economista e assessor de investimentos Francisco Dal Ri falou sobre como a projeção de aumento de mais de 9% na Selic, a taxa básica de juros, vai impactar na vida dos brasileiros. “Nos próximos dois meses, esse aumento não vai influenciar em quase nada. A questão da política monetária, de aumentar a taxa de juros, vai influenciar daqui a seis meses. O empresário que abriria uma empresa hoje, não vai abrir. Então daqui meio ano, teremos menos empregos e menos dinheiro rodando na economia”, avalia.
Já o gerente comercial da Bruning, Rodrigo Santos, dá uma dica às empresas para atravessarem possíveis crises. “Quanto mais instabilidade, mais a gente precisa reforçar o caixa. Passa bem por crises uma empresa que tem caixa. Então o que eu diria: vale a pena pensar duas vezes antes de sair investindo e abrindo o caixa. Tem que investir em boas oportunidades, em bons projetos, desde que este retorno sobre o capital investido te traga um benefício com uma certa certeza que cubra o risco/retorno”, destaca.
Para os interessados em investir dentro do ambiente de inovação e startups, o fundador da Angel Investor Club, Anderson Diehl, deixa uma sugestão. “Se for investir em startup, primeiro procure obter informação, se inserir no ecossistema. Se não possui segurança ainda, inicie por uma aceleradora. Quanto mais você conhece o mercado que a startup está atuando e quanto maior é o nível de conexão para ajudá-la a se desenvolver, isso vale mais, eventualmente, do que o próprio nvestimento”, ressalta.
Por Amanda Thiel, estagiária de Jornalismo da Assessoria de Marketing
Ouça o programa na íntegra:
Na contramão de outros países, o Brasil parece estar recuando na área da Educação Superior. Com um número cada vez menor de jovens nas universidades ou já graduados, o País patina para sair da crise, agravada pela pandemia de covid-19. O índice de desemprego é alto e a falta de mão de obra qualificada só aumenta. O que está acontecendo, afinal?
Para discutir o tema “O drama do Ensino Superior no Brasil”, o Rizoma Temático desta quinta-feira, 28 de outubro, convidou o presidente do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) e reitor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Evaldo Antônio Kuiava; o vice-reitor de Administração da Unijuí, professor Dieter Siedenberg; e o professor de Economia da Universidade, Argemiro Luís Brum.
De acordo com Evaldo, há uma preocupação com a desorganização da sociedade e a falta de um projeto de formação de Estado, de País. “Vivemos um processo, na área do Ensino Superior, de comoditização. A educação passou a ser vendida por muitos como um saco de soja, de milho, como ações na bolsa. Como se a formação humana pudesse ser vendida à luz destes critérios. Nos preocupa a falta de rumo que estamos tendo no contexto brasileiro”, afirmou o presidente do Comung.
O vice-reitor de Administração, Dieter Siedenberg, lembra que o Brasil não possui nem 20% da população de jovens, que deveriam estar no Ensino Superior, cursando uma graduação. Há diversas instituições - sejam públicas, privadas ou comunitárias que prestam uma educação de qualidade. No entanto, algumas, que tratam a educação como mercadoria, acabam colocando todo o restante em xeque. “Precisamos pensar o que está afastando o jovem do Ensino Superior. Muitas pessoas deixam de estudar em razão da dificuldade, mas, por outro lado, existem vagas ociosas na universidade pública e o acesso facilitado em comunitárias. Há, portanto, também um desânimo diante da formação superior”, aponta o professor.
Como lembra o professor Argemiro Brum, toda a vez que temos uma sociedade mal formada, no sentido da educação, do conhecimento e da ética, caminhamos mal na economia e na igualdade. “As decisões econômicas são tomadas por pessoas mal preparadas e todo despreparo gera consequências, em qualquer setor da vida. E o Brasil tem sido ‘contemplado’ com gerências muito ruins. A política educacional é um desastre e a situação do Ensino Superior mostra isso”, afirma o professor, lembrando que o País só vai se desenvolver por meio da educação. “Como vamos querer que o Brasil cresça, se desenvolva, com 33% da sua população sendo analfabeto funcional, conforme aponta a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e 6,6% de analfabetos totais?”, questiona.
Para conferir o Rizoma na íntegra, acesse:
O mundo está passando por muitas mudanças. Há cerca de um ano vivemos as intensas transformações provocadas pela pandemia de covid-19. Paralelamente a isso, há uma transformação silenciosa e constante, perceptível por ações naturais antes muito pequenas, mas agora, cada vez mais presentes, como inundações, tempestades e furacões.
“O mundo está mudando: como as mudanças climáticas estão afetando nosso futuro?” foi o assunto que norteou o Rizoma Temático desta quinta-feira, 21 de outubro. Os convidados para o debate foram a professora do curso de Agronomia e do Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí, Cleusa Bianchi; o professor do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Unijuí, Daniel Cenci; e a graduanda do curso de Ciências Biológicas, Stéfani Grutka.
A professora Cleusa Bianchi afirma que existem várias evidências, em diversas partes do planeta, de que o clima se alterou, inclusive consequências disso puderam ser observadas recentemente no Brasil. “Um exemplo clássico que passamos agora foi essa grande seca na região central do país. Praticamente em 90 anos não haviam registros de períodos tão longos de falta de precipitação, então essa é uma amostra do que está acontecendo com nosso clima”, declara.
O professor Daniel Cenci acredita que, devido à grande oferta de bens ambientais no Brasil, existe a falsa impressão de que essa oferta é infinita. “Nós extraímos as riquezas como se a capacidade do planeta fosse eterna e agora nós sabemos que é limitada, que há uma condição estrutural. As pessoas dizem: ‘sempre houve chuva de pedra, vendaval e enchente’. Porém, hoje há uma crescente desses episódios catastróficos que são decorrentes daquilo que se mede como gases de efeito estufa”, evidencia.
Já a acadêmica Stéfani Grutka relata que a fase de discutir se existem ou não mudanças climáticas passou e que agora a discussão é sobre o que é possível fazer com o cenário existente. “A crise climática é um evento de emergência, porque não afeta só o meio ambiente, afeta a vida humana em vários aspectos, como saúde e economia. E a gente sabe qual é a classe mais atingida com isso, então é importante que se incentive a formação de profissionais que pensem em tecnologias que minimizem esses efeitos”, ressalta.
Por Amanda Thiel, estagiária de Jornalismo da Assessoria de Marketing
Ouça o programa na íntegra:
Todos os anos, no mês de outubro, as discussões sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e do câncer de colo do útero ganham evidência. A cor rosa e as fitinhas que simbolizam a campanha Outubro Rosa invadem as redes sociais e ações de conscientização são realizadas em diversas instituições. Mas qual a importância de, ano após ano, repetir esse movimento?
Para debater a temática “Outubro Rosa e saúde da mulher: uma reflexão necessária”, os convidados do Rizoma Temático desta quinta-feira, 14 de outubro, foram a professora do curso de Enfermagem da Unijuí e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Oncologia, Bruna Nadaletti; o médico ginecologista e mastologista, professor do curso de Medicina, Gerson Delazeri; e a psicóloga do Centro de Oncologia da Unimed Noroeste/RS, Débora Andrade.
O professor e médico Gerson Delazeri chama atenção para o fato de que o câncer de mama é o câncer de maior mortalidade para as mulheres no Brasil, seguido pelo câncer de colo do útero. “A campanha Outubro Rosa começou com o câncer de mama e se estendeu para o câncer de colo do útero, justamente por essa preocupação. A campanha deste ano, da Sociedade Brasileira de Mastologia, é ‘quanto antes melhor’. Quanto antes melhor para o diagnóstico, pois o tratamento acaba sendo menos agressivo e as chances de cura são maiores”, enfatiza.
A professora Bruna Nadaletti traz outro índice preocupante: segundo o Ministério da Saúde, em 2018, apenas 24,1% das mulheres entre 50 e 69 anos realizaram o exame de mamografia. “Culturalmente, a mulher tem a tendência de buscar mais por serviços de saúde do que o homem. No entanto, dados nos alertam que ainda existe muito a ser feito, na perspectiva de sensibilização e estímulo à prevenção. Precisamos continuar o trabalho incansável de disseminar a importância do exame da mamografia para detecção precoce, visto que ela impacta significativamente no prognóstico da paciente."
Já a psicóloga Débora Andrade destaca a importância do apoio familiar durante o tratamento da doença, uma vez que os fatores psicológicos influenciam muito. “A família vai precisar de uma reorganização geral, porque não é só o paciente que adoece, a família acaba entrando junto nesse adoecimento. Então toda essa readaptação precisa ser feita em conjunto, porque nesse momento é importante que a paciente não tenha nenhum fator estressor além da doença, para que ela se sinta confortável e confiante para seguir seu tratamento."
Por Amanda Thiel, estagiária de Jornalismo da Assessoria de Marketing
Confira o programa na íntegra:
O sonho de ingressar no Ensino Superior parece cada vez mais distante para uma parcela da população. De um lado, a sociedade enfrenta uma crise econômica agravada pela pandemia, que fez com que muitas famílias perdessem o emprego e, consequentemente, a possibilidade de dar sequência aos estudos. De outro, faltam políticas públicas que incentivem o acesso e a permanência no Ensino Superior. O que fazer, então?
Para debater o assunto “Universidade para Todos”, o Rizoma Temático desta quinta-feira, 7 de outubro, recebeu como convidados a reitora da Unijuí e representante do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), professora Cátia Maria Nehring; a reitora da Urcamp e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Lia Herzer Quintana; e o estudante de Medicina e bolsista ProUni, Evandro Tatim.
A professora Cátia Nehring evidencia que, apesar dos avanços recentes, o Brasil ainda apresenta um enorme descompasso na formação superior e profissionalizante em relação aos países da América Latina, destacando a importância do ensino para o desenvolvimento da sociedade. “A educação é um dos principais pilares se queremos falar em desenvolvimento socioeconômico de qualquer país, por isso entendo que esse debate, da universidade para todos, deveria ser de fato atrelado à política pública, para trazermos efetivamente um Brasil em desenvolvimento”.
O acadêmico de Medicina, Evandro Tatim, avalia que a desigualdade no acesso ao ensino é consequência de uma série de questões intrínsecas ao processo de globalização, ressaltando que medidas de acesso aos estudantes são essenciais e precisam ser ampliadas para que essa realidade seja mudada. “Políticas de inclusão, aumento de vagas nas universidades públicas, políticas públicas como ProUni e Fies são extremamente importantes para reduzir essas desigualdades de acesso”, pontua.
A reitora Lia Herzer reforça a perspectiva de que, com a pandemia, os impactos na educação irão afetar o desenvolvimento do país. “Nós já vivíamos um cenário de queda no Ensino Superior e com esses quase dois anos de pandemia, isso ficou muito forte, por conta de várias situações e principalmente o fato de que o Brasil é um país pobre e temos que ter também algum tipo de incentivo, de financiamento”, considera.
Por Amanda Thiel, estagiária de Jornalismo da Assessoria de Marketing
Confira o programa na íntegra:
Exaustão, estresse e esgotamento físico são alguns dos sintomas da Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional. Este é um dos distúrbios psíquicos que se agravaram durante a pandemia, assim como ansiedade e depressão. Com a chegada do home office, tornou-se ainda mais difícil separar o espaço e tempo pessoal do profissional, o que atenuou a sobrecarga dos trabalhadores e evidenciou a urgência da discussão sobre saúde mental no Brasil e no mundo.
Para debater sobre isso, o Rizoma desta quinta-feira, 30 de setembro, trouxe o tema “A importância do cuidado com a saúde mental do trabalhador”. Os convidados foram a farmacêutica, professora dos cursos da Saúde e do programa de Mestrado em Atenção Integral à Saúde da Unijuí, Christiane Colet; a psicóloga e coordenadora do Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest de Ijuí), Patrícia Felden; e o psiquiatra, professor do curso de Medicina da Unijuí e preceptor da Residência Médica em Psiquiatria do Hospital de Caridade de Ijuí, Bruno Guidolin.
O psiquiatra Bruno Guidolin falou sobre o cenário atual e os reflexos da pandemia para a saúde mental. “Desde o começo da pandemia, se falava muito da ‘quarta onda’, que seria essa onda dos transtornos mentais, do Burnout, do desemprego, o que ficou desse tsunami chamado pandemia de covid-19. A gente realmente percebeu, tanto no serviço público, nas internações, no consultório particular, que a demanda aumentou. Pessoas que antes estavam estáveis, tiveram novos episódios depressivos, ansiosos, e pessoas que nunca apresentaram [transtornos], começaram a apresentar."
A psicóloga Patrícia Felden fez uma avaliação do impacto da pandemia na saúde mental dos profissionais de Ijuí e região. “Os trabalhadores que não puderam parar ou se afastar presencialmente do trabalho lidaram muito com o medo, de se contaminar, de perder alguém da família, de perder o emprego, o que gerou ou agravou quadros ansiosos”. Ela destacou ainda o aumento do estresse, irritabilidade, conflitos nos ambientes de trabalho e sobrecarga, tanto para quem estava trabalhando presencialmente quanto de modo remoto.
A farmacêutica Christiane Colet afirmou que é possível perceber um aumento proporcional desses casos de depressão e ansiedade e o uso de medicamentos. “O que as pesquisas mostram é um consumo muito elevado, neste último ano, de ansiolíticos e antidepressivos. O que a gente vê é cada vez mais uma sociedade medicalizada, onde a utilização dessas classes farmacológicas acaba sendo, muitas vezes, a primeira opção ao qual o paciente recorre”, observou.
Por Amanda Thiel, estagiária de Jornalismo da Assessoria de Marketing
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