A educação inclusiva gera efeitos benéficos a todos os estudantes. Pessoas sem deficiência que estudam em salas de aula inclusivas têm opiniões menos preconceituosas e são mais receptivas às diferenças, enquanto aquelas que possuem deficiência têm ganhos na socialização e no desenvolvimento emocional e cognitivo. Essas foram as conclusões da pesquisa realizada pelo Instituto Alana e pela ABT Associates, em 2016, que reuniu mais de 89 estudos, de um levantamento de 280 artigos, publicados em 25 países.
A inclusão social e escolar de estudantes com deficiência está sempre em pauta, e este foi o assunto que norteou o Rizoma desta quinta-feira, 16 de setembro. Intitulado “A realidade e o ideal da inclusão no país”, o programa trouxe como convidados a educadora especial, psicopedagoga e diretora da Escola de Educação Especial Recanto da Esperança (Apae), Magali Franco; a coordenadora do Núcleo de Acompanhamento e Acessibilidade Institucional (Naai), Marta Borgmann; e o primeiro estudante cego que irá se formar no curso de Jornalismo da Unijuí, Jeziel Valeski.
A educadora especial, Magali Franco, acredita que a inclusão só dará certo quando for realizado o trabalho de base. “E o trabalho de base é uma Estimulação Essencial bem feita, uma escola de educação infantil já sendo inclusiva. Nós precisamos investir e dar suporte para as escolas, para que aconteça de fato a inclusão. E também olhar para a pessoa a ser incluída como um ser humano único, legítimo, pensando em descobrir potencialidades e não focado no processo da limitação”, destaca.
A professora Marta Borgmann também enfatiza a importância da inclusão. “É muito comum ouvirmos dos nossos próprios alunos que eles tiveram toda a educação infantil inicial nas escolas especiais. Faz décadas que temos conversado e as pesquisas nos mostram que, sim, nós só somos o que somos porque convivemos com o outro, e com o outro que tem a sua diferença, então isso é extremamente importante. Nós não podemos negar o acesso e o direito a essas pessoas de conviver em comunidade, viver a sua própria cultura, viver seu próprio corpo”, reflete.
O formando de Jornalismo, Jeziel Valeski, relata a alegria que sentiu ao passar no Vestibular. “Quando saiu a nota, em 2016, eu não acreditei. De 45 vagas, eu fiquei em 19º lugar. Hoje estou me formando em Jornalismo. Primeiro jornalista deficiente a se formar na Unijuí. Conseguir essa formação é algo que deixa a gente feliz”. Contudo, ele ressalta que ainda há muito a ser feito. “As coisas estão melhorando, nós temos caminhado bastante. Mas ainda vemos que tem bastante a melhorar na questão de inclusão, não só para as pessoas com deficiência visual, mas os mais variados tipos de deficiências”, finaliza.
Por Amanda Thiel, estagiária de Jornalismo da Assessoria de Marketing
Confira o Rizoma Temático na íntegra: