Exaustão, estresse e esgotamento físico são alguns dos sintomas da Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional. Este é um dos distúrbios psíquicos que se agravaram durante a pandemia, assim como ansiedade e depressão. Com a chegada do home office, tornou-se ainda mais difícil separar o espaço e tempo pessoal do profissional, o que atenuou a sobrecarga dos trabalhadores e evidenciou a urgência da discussão sobre saúde mental no Brasil e no mundo.
Para debater sobre isso, o Rizoma desta quinta-feira, 30 de setembro, trouxe o tema “A importância do cuidado com a saúde mental do trabalhador”. Os convidados foram a farmacêutica, professora dos cursos da Saúde e do programa de Mestrado em Atenção Integral à Saúde da Unijuí, Christiane Colet; a psicóloga e coordenadora do Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest de Ijuí), Patrícia Felden; e o psiquiatra, professor do curso de Medicina da Unijuí e preceptor da Residência Médica em Psiquiatria do Hospital de Caridade de Ijuí, Bruno Guidolin.
O psiquiatra Bruno Guidolin falou sobre o cenário atual e os reflexos da pandemia para a saúde mental. “Desde o começo da pandemia, se falava muito da ‘quarta onda’, que seria essa onda dos transtornos mentais, do Burnout, do desemprego, o que ficou desse tsunami chamado pandemia de covid-19. A gente realmente percebeu, tanto no serviço público, nas internações, no consultório particular, que a demanda aumentou. Pessoas que antes estavam estáveis, tiveram novos episódios depressivos, ansiosos, e pessoas que nunca apresentaram [transtornos], começaram a apresentar."
A psicóloga Patrícia Felden fez uma avaliação do impacto da pandemia na saúde mental dos profissionais de Ijuí e região. “Os trabalhadores que não puderam parar ou se afastar presencialmente do trabalho lidaram muito com o medo, de se contaminar, de perder alguém da família, de perder o emprego, o que gerou ou agravou quadros ansiosos”. Ela destacou ainda o aumento do estresse, irritabilidade, conflitos nos ambientes de trabalho e sobrecarga, tanto para quem estava trabalhando presencialmente quanto de modo remoto.
A farmacêutica Christiane Colet afirmou que é possível perceber um aumento proporcional desses casos de depressão e ansiedade e o uso de medicamentos. “O que as pesquisas mostram é um consumo muito elevado, neste último ano, de ansiolíticos e antidepressivos. O que a gente vê é cada vez mais uma sociedade medicalizada, onde a utilização dessas classes farmacológicas acaba sendo, muitas vezes, a primeira opção ao qual o paciente recorre”, observou.
Por Amanda Thiel, estagiária de Jornalismo da Assessoria de Marketing
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