No início do mês de junho, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o Marco Legal das Startups e do Empreendedorismo Inovador. O texto apresenta medidas de estímulo à criação de novas empresas inovadoras e estabelece incentivos aos investimentos por meio do aprimoramento do ambiente de negócios no país. Mas o que muda, na prática, e qual a percepção de quem atua no setor?
Para debater sobre o assunto, o Rizoma Temático desta quinta-feira, 24 de junho, trouxe como convidados o advogado que realiza assessoria à Incubadora de Empresas de Inovação Tecnológica (Criatec), Plínio Gomes; o diretor do Departamento de Gestão da Inovação na Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT) do Rio Grande do Sul, André França; e o diretor de Novos Ambientes de Inovação na Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Carlos Eduardo de Souza Aranha.
O advogado Plínio Gomes ressalta que o Marco Legal das Startups definiu pela primeira vez o conceito legal de startups no Brasil. “O benefício que essa lei traz é justamente a desburocratização para criação dessas empresas. Agora nós temos uma lei que viabiliza investimentos, sem que o investidor tenha uma insegurança jurídica. Isso o impedia, muitas vezes, de investir seu capital em uma startup”, explica Plínio, que considera, nesse sentido, o Marco Legal positivo tanto para investidores quanto para quem busca empreender.
O diretor do Departamento de Gestão da Inovação na SICT, André França, destaca a segurança que o Marco Legal também oferece a instituições governamentais. “O fato de hoje termos uma definição clara do que é uma startup dá segurança a todos, incluindo o setor público, sobre como vamos fazer para promover essas empresas. A partir desse momento, o governo do Estado, Município, enfim, todos os entes públicos podem promover ações e políticas”, afirma André.
O diretor de Novos Ambientes de Inovação na Anprotec, Carlos Eduardo de Souza Aranha, também vê a criação dessa lei de forma positiva. “Com essas padronizações, conceitualizações e capítulos, da forma como o Marco Legal foi constituído, com certeza vai ajudar o ecossistema de inovação a ganhar força”, avalia Carlos.
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Assim como outros setores, o cinema foi duramente impactado pela pandemia de covid-19. Salas de cinema tiveram que ser fechadas, estreias adiadas, festivais cancelados e filmagens paralisadas. Ao mesmo tempo, no entanto, a busca por entretenimento dentro de casa aumentou. De acordo com pesquisa realizada pela Kantar Ibope Media, 58% dos usuários de internet disseram, 12 meses após o início da pandemia, que viram mais vídeos e TV online em streaming pago durante o período de isolamento. O tempo em frente à televisão aumentou 37 minutos diários e cada indivíduo passou cerca de 1h49 por dia assistindo a conteúdos em plataformas.
Para avaliar todo este cenário, o Rizoma Temático da Unijuí FM abordou nesta quinta-feira, dia 17 de junho, o tema “Reinventando a Sétima Arte: as transformações do cinema”. Foram convidados para o bate-papo o pesquisador de História do Cinema, doutorando em Comunicação pela UFSM e produtor do Instagram Cinemacc - Uma viagem cinematográfica, Alexandre Maccari; o roteirista, jornalista, assistente de direção-geral e diretor de Comunicação do Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre (Frapa), Alessandro Engroff; e a doutoranda na Unioeste, pesquisadora de cinema e outras artes e integrante do projeto Cinema e Direitos Humanos, do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Unijuí, Fabiana Domingos Pedrolo.
Alexandre destacou que, em momentos como este, de pandemia, o cinema, a música e as artes em geral ganham importância frente à população. O que não é decisivo, como aponta, para que as pessoas reconheçam, de fato, o valor da produção cinematográfica. “Somos formados no cinema hollywoodiano e é muito difícil quebrar esse tipo de formação. No entanto, o momento é propício para que as pessoas busquem coisas novas e, entre elas, está o cinema brasileiro, que ainda carrega muito preconceito. Muitos ainda têm a ideia de que o cinema nacional é só nudez e pornografia, herança dos anos 1970 e 1980, mas nossa produção é muito mais que isso”, destacou.
Para Fabiana, o impacto financeiro no cinema só será sentido no futuro. Ela destaca que a maior perda, neste momento de distanciamento social, foi a de experiência coletiva, de ir ao cinema em grupos. “E há mais uma questão: apesar de o streaming ter garantido acesso a mais produções, as pessoas estão se acostumando a assistir a um filme sozinhas, em casa. E a experiência coletiva é muito importante para o cinema.”
Alessandro, que é roteirista, destacou que a escrita, a produção, não parou durante este período. E ressaltou que novas produções foram possíveis, já que os eventos presenciais acabaram prejudicados. “Cito uma experiência que tive como exemplo. Durante a pandemia trabalhei como consultor de roteiro de uma websérie de 10 episódios que foi concebida originalmente como um espetáculo de dança. O momento oportunizou o encontro da dança e do audiovisual, possibilitando o nascimento de uma obra que, sem esse contexto, não teria acontecido”, comentou.
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Mesmo que lentamente, a vacinação contra a Covid-19 avança pelo país. Contudo, o número de casos, mortes e internações conta com uma inexpressiva ou, até mesmo, inexistente redução. Quais são os fatores que levam o Brasil a estar “na contramão” do enfrentamento à pandemia de coronavírus?
No Rizoma Temático desta quinta-feira, dia 10 de junho, o assunto debatido foi justamente este: “Covid-19: Por que estamos na contramão do enfrentamento?”. O que a conversa revelou é que os números não só não estão diminuindo, como, novamente, estão aumentando na região. Os convidados do programa foram o secretário municipal de Saúde e professor da Unijuí, Márcio Strassburger; a diretora Técnica e coordenadora da internação Covid-19 do Hospital de Caridade de Ijuí (HCI), Mariele Zardin; o coordenador Técnico do Laboratório de Análises Clínicas da Unijuí (Unilab) e professor da Universidade, Matias Nunes Frizzo.
Ao analisar a situação municipal e regional da pandemia, o secretário de Saúde de Ijuí, Márcio Strassburger, afirma que o cenário é de preocupação. “Temos uma grande quantidade de casos ativos, um aumento no número de confirmações e na procura pelo Centro de Triagem. Não chega a ser o que enfrentamos em março, quando atingimos um pico de 1.050 pessoas com coronavírus ativo e a média de consultas diárias era de 140, mas precisamos ter mudanças de comportamento para garantir a redução desse número de casos”, destaca.
O secretário também fala sobre os números atuais do município. “Estamos com 334 pessoas com a doença ativa, uma média de 90 consultas diárias no Centro de Triagem e em torno de 32% da população vacinada”. Ele ressalta ainda que houve uma mudança no perfil das pessoas que buscam atendimento. “Hoje, talvez mais de 80% das pessoas que procuram o Centro de Triagem são pessoas jovens, abaixo de 50 anos, enquanto a procura da população idosa reduziu significativamente, certamente já por efeito da vacina”, avalia Márcio.
A análise do professor Matias Frizzo vai ao encontro da do secretário. Segundo ele, os números observados no Unilab também vêm crescendo nas últimas semanas, tanto o quantitativo de testes realizados quanto o percentual de casos positivos. Além disso, o perfil das pessoas que procuram os testes também é de uma faixa etária mais jovem. “A circulação viral está alta e as novas variantes podem oferecer maiores riscos de contaminação e agravamento do quadro, o que contribui para a internação da população jovem. Mesmo que no início da pandemia a maior preocupação era com idosos, hoje percebemos que também há uma busca pelos serviços hospitalares pela população jovem”, enfatiza Matias.
A avaliação da coordenadora da internação Covid-19 do HCI, Mariele Zardin, é ainda mais enfática. "Na minha opinião já estamos na terceira onda. Nós estamos vendo pacientes com comportamentos totalmente diferentes das outras vezes, pacientes que pioram em dois dias, pacientes jovens, a média de idade em torno de 40 anos. Então é um novo comportamento do vírus e com esse aumento da taxa de incidência, provavelmente já estamos vivendo a terceira onda sim”, alerta a médica.
A tecnologia é a peça-chave na incorporação de práticas sustentáveis no campo. A otimização de recursos, ao mesmo tempo que alavanca o desempenho agrícola, entrega valor ao produto, assegura a perenidade do negócio e não compromete o futuro do meio ambiente. Mas como está a digitalização do campo na nossa região?
Para debater o tema “Digitalização do Agro: o uso das tecnologias para potencializar a produtividade no campo”, o Rizoma Temático da Unijuí FM foi ao ar nesta quarta-feira, dia 2 de junho, com quatro convidados: o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli; o professor do curso de Agronomia e coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Grãos e Forrageiras da Unijuí, Ivan Carvalho; a representante da startup Agricon, Eduarda Olivia Schneider; e o representante da APC Inova, Alessio Cagliari.
Segundo Condorelli, a digitalização no campo vem crescendo rapidamente. No passado, como conta, o lema das famílias era: se o filho não quisesse estudar na zona urbana, iria para a fazenda. Hoje há uma alteração: só vai para fazenda quem estudar. “Temos uma necessidade de maior produtividade, com maior resultado econômico, num mesmo espaço territorial. Isso faz com que tenhamos um avanço muito grande da eficiência de produção e, óbvio, uma evolução em tecnologias, em todas as regiões”, destacou.
Professor na Unijuí, Ivan Carvalho reforçou que o agricultor é uma pessoa informada e que, hoje, o campo é regido por tecnologia embarcada, GPS e imagens por satélite, por exemplo. “O que eu observo, na região, é que há muitos produtores utilizando tecnologias de ponta, outros que estão se adaptando e outros que ainda passam por processo de adaptação. Acredito que, nos próximos cinco anos, teremos uma reviravolta tecnológica”, afirmou.
Eduarda explicou que a Agricon nasceu com o objetivo de conectar produtores rurais a compradores, nos mercados interno e externo, a partir de uma plataforma digital que usa tecnologia blockchain. “Além da comercialização do produto, trabalhamos com a conexão destes dois importantes elos da cadeia, realizando a rastreabilidade deste produto. O objetivo é valorizar a cadeia do agronegócio. Precisamos dar voz aos produtores rurais e aos agentes que interferem neste processo, trabalhando para que essa cadeia chegue à gôndola do consumidor”, completou Eduarda.
A APC Inova realiza o monitoramento e controle de produtos, reduzindo perdas e permitindo a gestão em tempo real. O software de automatização desenvolvido otimiza o controle da unidade armazenadora, gerando agilidade, segurança e precisão a partir da coleta de informações em tempo real, que pode ser realizada de qualquer dispositivo conectado à internet. Segundo Alessio, hoje a APC Inova possui um mix de produtos e o desafio é manter a qualidade no pós-colheita, no processo de armazenagem. “Não só manter, mas entregar a gestão da armazenagem do produto na palma da mão do produtor”, disse.
Confira o Rizoma Temático na íntegra:
A pandemia de covid-19 forçou mudanças e impôs desafios a toda a sociedade. Na área da educação, os professores tiveram que se reinventar para dar continuidade às aulas a distância e, há mais de um ano, reorganizam seus conteúdos para manter os estudantes motivados. Mas, como vencer esta distância, já que nem todos os alunos têm acesso às tecnologias? Como mantê-los motivados? Como seguir trabalhando com o peso de uma sociedade dividida, que deseja e também teme o retorno às aulas presenciais, mas que, de qualquer forma, cobra resultados dos educadores?
Para debater estas questões, o Rizoma Temático da Rádio Unijuí FM debateu nesta quinta-feira, dia 27 de maio, o “Impacto da pandemia na saúde mental dos professores”. Foram convidadas a professora doutora do curso de Psicologia da Unijuí, Amanda Schöffel Sehn, coordenadora da pesquisa que investigou a saúde mental dos professores durante o período de pandemia; Karine Medina, graduada no curso de Psicologia da Unijuí, uma das participantes da pesquisa; e Rosane Menezes, coordenadora pedagógica da 36ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).
Ao fazer um apanhado deste período na área de abrangência da 36ª CRE, que conta com mais de 60 escolas, Rosane explicou que, no início da pandemia, as atividades eram organizadas e encaminhadas aos pais de forma física – eles iam até a escola, retiravam as atividades, e voltavam para entregar os resultados. Depois, a Secretaria Estadual de Educação recomentou a utilização do Google Classroom para realização das aulas. “É claro que, até hoje, muitos alunos não têm acesso às aulas online e, nestes casos, as atividades são encaminhadas de forma física, como acontecia no início. O governo do Estado disponibiliza o acesso à internet para que os estudantes possam acompanhar as aulas e realizar as atividades”, explicou Rosane, lembrando que, no final de abril, as aulas voltaram de forma escalonada. O retorno, no entanto, foi opcional.
Para entender o impacto que todo este processo teve na saúde mental dos professores, foi desenvolvida a pesquisa “Atravessamentos da Covid-19 na educação: um olhar para a saúde mental do professor e as relações pedagógicas”, a partir do trabalho de professores e estudantes que estavam cursando o Estágio de Ênfase Educacional em Santa Rosa. “Contamos com a participação de 159 professores das redes pública e privada, não apenas da região, mas de outros estados, como São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Como a pesquisa aconteceu de forma online, uma participação mais ampla foi possível”, explicou a professora, lembrando que a pesquisa contou com duas etapas: aplicação de um questionário e realização de uma entrevista aos educadores interessados.
De acordo com a docente, dos 159 entrevistados, 89% eram mulheres e 99,4% possuíam o Ensino Superior completo: 144 atuavam na docência em diferentes níveis de ensino, 14 ocupavam algum cargo de gestão e um atuava como monitor.
A pesquisa mostrou que 90% dos professores não estão sozinhos em casa e que o trabalho remoto trouxe como consequência uma sobrecarga de trabalho – afirmação dada por 86% dos entrevistados. “A educação já se encontrava num momento ruim, com os professores relatando um mal-estar. Já vínhamos identificando adoecimentos e licenças e a pandemia agravou o cenário. Além da adaptação que foi exigida dos professores – até ouvi o relato de uma educadora que disse que não sabia alfabetizar no formato online, o acesso ao ensino e à aprendizagem passou a exigir das famílias não apenas o acesso à internet, mas a recursos. Tivemos, aí, a exposição da desigualmente. O processo de mediação acabou ficando a cargo dos pais, que passaram a se queixar aos professores que estavam cansados, que não conseguiam prestar esse auxílio aos filhos, já que alguns possuem até baixa escolaridade. E em meio a todo este contexto, os educadores são expostos à burocracia, ao preenchimento de inúmeras planilhas, e precisam conciliar todo o trabalho a cursos de formação. O resultado é a sobrecarga de trabalho.”
Karine Medina, já graduada no curso de Psicologia, foi uma das estagiárias que auxiliou na elaboração e aplicação da pesquisa. De acordo com ela, foi na realização da primeira etapa da pesquisa, de coleta de dados, que observou-se a necessidade de abrir um espaço de escuta aos professores interessados.
Confira a pesquisa neste link.
Confirma o Rizoma Temático na íntegra:
Na semana em que a Unijuí promove o 8º Congresso Internacional em Saúde, com a co-promotora Universidade do Minho, de Portugal, o Rizoma Temático da Rádio Unijuí FM propôs uma discussão nesta quinta-feira, dia 20 de maio, sobre os “Desafios e avanços da saúde em discussões internacionais”.
Foram convidados para participar do programa a coordenadora do evento na Unijuí, professora Eliane Wilkelmann; a professora da Universidade do Minho e coordenadora da Comissão Internacional do Congresso, Zélia Ferreira; e a professora da Universidade Federal do Cariri, Ada Cristina de Aguiar.
De acordo com a professora Eliane, a expectativa era de realizar o evento de forma presencial neste ano, mas, em razão da pandemia de covid-19, não foi possível. O formato online, no entanto, permitiu que 987 trabalhos possam ser apresentados até esta sexta-feira, dia 21 de maio, e que um número expressivo de pessoas acompanhe os debates. “Tivemos a inscrição de 1.600 participantes ativos. No entanto, como muitos eventos são transmitidos pelo canal da Unijuí no Youtube, mais pessoas podem acompanhar as discussões, que inclusive contam com palestrantes de outros estados e outros países”, reforçou a coordenadora.
O tema em debate, “Determinantes sociais, tecnológicos e ambientais em saúde”, nunca esteve tão em destaque, já que a própria pandemia expôs estes pontos. “A situação que vivemos é reflexo destes três determinantes: no mundo, países desfavorecidos vêm sofrendo mais com a pandemia, com a falta de serviços, de informação e de educação em saúde. A tecnologia, por sua vez, facilita o acesso aos serviços de saúde. E quanto aos determinantes ambientais, não tivemos ações suficientes para parar as alterações climáticas em prol da saúde. Veio uma pandemia que nos fez parar e perceber que alterações ambientais são mais poderosas, enquanto nós, espécie humana, não somos os dominadores.”
Sem deixar de lado o tema do momento - a pandemia, o Congresso Internacional em Saúde abordou outros assuntos, tão importantes quanto o novo coronavírus, a exemplo do uso dos agrotóxicos. Uma das participantes do debate foi Ada Cristina de Aguiar, que falou, durante o programa, sobre a preocupação com a exposição da população - especialmente rural - a estes produtos. “É importante lembrar que, no Brasil, ninguém está a salvo desta exposição. Encontramos agrotóxicos na água, no ar, no solo, nas frutas e verduras. Produtos que podem causar desde uma intoxicação aguda, perceptível dentro de 24h a 72h, ou uma intoxicação crônica, mais difícil de diagnosticar e de associar ao agrotóxico. Isso porque o efeito pode surgir depois de décadas”, explicou, destacando algumas doenças associadas, como o câncer e alzheimer.
Confira o programa na íntegra:
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