Com o objetivo de melhorar as políticas públicas dirigidas aos usuários do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), municípios da região de Ijuí têm realizado Conferências Municipais de Assistência Social, em preparação aos eventos estadual e nacional. Discute-se o direito do povo e dever do estado com o financiamento público, a fim de enfrentar as desigualdades e garantir proteção social. Mas como estão, de fato, estas questões na região?
Para debater o assunto “Desigualdades e proteção social: discussões e diretrizes para região”, os convidados do Rizoma Temático desta quinta-feira, 23 de setembro, foram: o presidente do Corede Noroeste Colonial, Nelson Thesing; a assistente social da Emater/RS-Ascar e representante no Conselho Estadual de Assistência Social (CEAS/RS), Isolete Bacca; e o coordenador do Programa de Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Regional da Unijuí, Sérgio Allebrandt.
O professor Sérgio Allebrandt faz uma análise da situação de desigualdade brasileira. “O Brasil é um país extremamente desigual, tanto do ponto de vista territorial, quanto social. O 1% mais rico detém 30% da riqueza nacional e os 40% mais pobres detêm apenas 10% da riqueza. Com isso, o Brasil é o 2º país do mundo com maior concentração de renda, atrás apenas do Catar. E isso é histórico. Se a gente considerar o Índice de Gini, que mede a concentração da riqueza, o Brasil teve um avanço significativo principalmente entre os anos 2000 e 2014, mas isso acabou sendo praticamente perdido entre o período de 2014/2019, e não estamos nem falando ainda do impacto que a pandemia teve sobre essa questão”, reflete o professor.
Já a assistente social Isolete Bacca destaca o tema do financiamento para a política pública de assistência social. “A gente sempre diz que política pública sem recurso financeiro não existe, então esse é o grande debate do momento. Os municípios têm praticamente ‘bancado’ a assistência social. O Estado tem contribuído muito pouco, a União também, tivemos cortes significativos em relação a orçamento e isso com certeza reflete na execução e na operacionalização da política pública aos usuários e, nesse momento, na verdade houve uma ampliação muito grande das pessoas buscando pela política de assistência social”, aponta.
Quanto à região, o professor Nelson Thesing acredita que o cenário pode ser visto por dois enfoques. “Por um lado, olhando a Região Funcional 7, que envolve quatro Conselhos Regionais de Desenvolvimento, nós temos uma realidade, e essa realidade está muito próxima em nível nacional. Se olharmos do ponto de vista da nossa região, eu diria que nos últimos anos avançamos em processos inclusivos. Então sempre depende do olhar do enfoque que nós buscamos para a compreensão de uma determinada realidade”, explica.
Por Amanda Thiel, estagiária de Jornalismo da Assessoria de Marketing
Ouça o programa na íntegra:
A educação inclusiva gera efeitos benéficos a todos os estudantes. Pessoas sem deficiência que estudam em salas de aula inclusivas têm opiniões menos preconceituosas e são mais receptivas às diferenças, enquanto aquelas que possuem deficiência têm ganhos na socialização e no desenvolvimento emocional e cognitivo. Essas foram as conclusões da pesquisa realizada pelo Instituto Alana e pela ABT Associates, em 2016, que reuniu mais de 89 estudos, de um levantamento de 280 artigos, publicados em 25 países.
A inclusão social e escolar de estudantes com deficiência está sempre em pauta, e este foi o assunto que norteou o Rizoma desta quinta-feira, 16 de setembro. Intitulado “A realidade e o ideal da inclusão no país”, o programa trouxe como convidados a educadora especial, psicopedagoga e diretora da Escola de Educação Especial Recanto da Esperança (Apae), Magali Franco; a coordenadora do Núcleo de Acompanhamento e Acessibilidade Institucional (Naai), Marta Borgmann; e o primeiro estudante cego que irá se formar no curso de Jornalismo da Unijuí, Jeziel Valeski.
A educadora especial, Magali Franco, acredita que a inclusão só dará certo quando for realizado o trabalho de base. “E o trabalho de base é uma Estimulação Essencial bem feita, uma escola de educação infantil já sendo inclusiva. Nós precisamos investir e dar suporte para as escolas, para que aconteça de fato a inclusão. E também olhar para a pessoa a ser incluída como um ser humano único, legítimo, pensando em descobrir potencialidades e não focado no processo da limitação”, destaca.
A professora Marta Borgmann também enfatiza a importância da inclusão. “É muito comum ouvirmos dos nossos próprios alunos que eles tiveram toda a educação infantil inicial nas escolas especiais. Faz décadas que temos conversado e as pesquisas nos mostram que, sim, nós só somos o que somos porque convivemos com o outro, e com o outro que tem a sua diferença, então isso é extremamente importante. Nós não podemos negar o acesso e o direito a essas pessoas de conviver em comunidade, viver a sua própria cultura, viver seu próprio corpo”, reflete.
O formando de Jornalismo, Jeziel Valeski, relata a alegria que sentiu ao passar no Vestibular. “Quando saiu a nota, em 2016, eu não acreditei. De 45 vagas, eu fiquei em 19º lugar. Hoje estou me formando em Jornalismo. Primeiro jornalista deficiente a se formar na Unijuí. Conseguir essa formação é algo que deixa a gente feliz”. Contudo, ele ressalta que ainda há muito a ser feito. “As coisas estão melhorando, nós temos caminhado bastante. Mas ainda vemos que tem bastante a melhorar na questão de inclusão, não só para as pessoas com deficiência visual, mas os mais variados tipos de deficiências”, finaliza.
Por Amanda Thiel, estagiária de Jornalismo da Assessoria de Marketing
Confira o Rizoma Temático na íntegra:
Foi realizado nesta quinta-feira, 09, na escola fazenda da Unijuí, IRDeR, localizada no município de Augusto Pestana, o 3º Dia de Campo da Aveia Branca- Inovações tecnológicas para boas práticas de cultivo. A iniciativa foi uma promoção dos cursos de graduação de Agronomia e Medicina Veterinária com apoio da Dubai Alimentos. Na oportunidade, alunos, professores, produtores rurais e parceiros do evento puderam conferir o trabalho desenvolvido no cultivo da aveia e vivenciar o que há de mais avançado na área através de estações.
A reportagem da rádio Unijuí FM realizou a cobertura do evento com o apoio da Sicredi das Culturas RS/MG. Na ocasião, o gerente da agência São Francisco, Éverton Dill, destacou que “para o Sicredi é sempre muito importante estar próximo de quem faz o agronegócio, um dos nossos objetivos é estar presente na comunidade também através de eventos como esse”, disse.
Ao longo do dia voltado para a troca de ideias e experiências a reportagem da Unijuí FM conversou com os professores à frente dos projetos de cultivo da aveia branca, como o professor do curso de agronomia e coordenador do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, José Antonio Gonzalez da Silva, que ressaltou “ a nossa região é a maior produtora de aveia para o Brasil, concentra uma grande cadeia de produção colocando a matéria prima produzida aqui para o país e inclusive para o exterior, então o 3 º Dia de Campo vem para prestigiar todo esse trabalho e a ciência juntamente com a inovação tecnológica”, finalizou.
Novos momentos serão dedicados a outras culturas ao longo do ano, como o evento que acontecerá em 1º de outubro, das 8h às 12h: será o 2º Dia de Campo da Cultura da Linhaça, com realização na Escola Fazenda - IRDeR e a rádio Unijuí FM estará novamente presente.
Confira as entrevistas realizadas durante a Cobertura:
A UNIJUÍ FM deu início ao projeto Ações Sustentáveis nas Escolas, que nesta edição irá trabalhar temáticas sobre meio ambiente e habilidades de comunicação com estudantes do Ensino Médio do Centro de Educação Básica Francisco de Assis (EFA), através do projeto Conexões. A primeira atividade aconteceu ontem, quando a equipe da rádio realizou um bate-papo sobre a profissão de jornalista, o mercado de trabalho, a programação e a produção de conteúdo na emissora educativa, produção de podcasts e o imaginário no rádio.
Neste encontro, também foi apresentada a proposta de atividade que os estudantes irão executar nas próximas semanas, focando na pesquisa e reflexão sobre meio ambiente e cidades sustentáveis, material que na sequência será gravado pelos estudantes nos estúdios da UNIJUÍ FM e veiculado na programação. O Ações Sustentáveis nas Escolas tem apoio da Fonte da Ilha.
Cerca de 4 mil mulheres indígenas, de mais de 150 povos, desembarcaram na terça-feira, 7 de setembro, em Brasília, para a Marcha Nacional das Mulheres Indígenas. Elas uniram-se aos mil indígenas que já estavam acampados na Capital federal para acompanhar o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o marco temporal.
Esse foi um dos principais assuntos que norteou o debate do Rizoma desta quinta-feira, 9 de setembro, que teve como tema “Indígenas: um panorama da realidade no Brasil”. Os convidados do programa foram: o integrante da Assessoria Jurídica da Comissão Guarani Yvyrupa e da Rede de Advogados Indígenas do Brasil, Rodrigo Kuaray Mariano; o pós-doutor em Direito e professor do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Unijuí, Doglas César Lucas; e o kaingang, egresso do curso de História da Unijuí e mestre em História pela UFRGS, Danilo Braga.
Segundo o professor Doglas Lucas, a discussão sobre o marco temporal é uma tentativa de compreender a propriedade a partir de um tempo, que para as comunidades indígenas não existe. “Essa ficção que se criou em torno do marco temporal é uma estratégia jurídica de restringir o debate da propriedade coletiva ou mesmo privada que os povos indígenas do Brasil possuem desde o processo de formação deste país, enquanto um país invadido pela presença europeia”, ressalta.
Danilo Braga, que esteve em Brasília recentemente participando dos protestos contra o marco temporal, garante que a expectativa sobre a decisão do STF é boa. “Nesse momento, o Supremo está como guardião da Constituição e a gente quer que a Constituição prevaleça. Se a Constituição for rasgada, vai virar o caos, e não é isso que queremos para o nosso país. Nós queremos um país com regras, respeitando as instituições, os poderes e que a democracia prevaleça”, destaca Danilo.
O advogado Rodrigo Kuaray avalia a instabilidade do cenário político brasileiro atual e como isso pode influenciar na decisão do STF. “Nós vemos por parte do chefe de Estado que deveria primar pela preservação da ordem democrática, ataques diretos a outras instituições e ao Supremo. Nós estamos presenciando uma briga de poderes, então, talvez a gente consiga uma decisão favorável justamente como uma resposta a esses ataques, para colocar uma posição do STF dizendo que nenhuma tentativa de abalo da ordem democrática do Brasil pode passar por pressão política”, finaliza Rodrigo.
Confira o programa na íntegra abaixo:
Por Amanda Thiel, estagiária de Jornalismo da Assessoria de Marketing
Os últimos oficiais americanos deixaram o Afeganistão nesta segunda-feira, 30 de agosto, após dias de uma missão para a retirada de militares e civis do País. Com isso, tem fim a mais longa ocupação da história dos Estados Unidos. Mas o que acontece agora? Quais as consequências da tomada do poder pelo Talibã para quem vive no Afeganistão e fora dele?
Para debater o assunto “Colapso no Afeganistão: como isso impacta em nossas vidas?”, o Rizoma Temático desta quinta-feira, 2 de setembro, trouxe três convidados: o mestre em História e professor da Unijuí, Josei Fernandes; o doutor em Ciência Política e professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Dejalma Cremonese; e o pós-doutor em Direito e professor do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos (PPGDH) da Unijuí, Doglas César Lucas.
O professor Dejalma destaca que para entender a situação do Afeganistão hoje é necessário olhar um pouco para a história. “O Afeganistão é um país difícil no aspecto geográfico, sempre foi palco de disputas e conflitos, até no regime da Guerra Fria, e sempre foi considerado um país de salvaguarda a grupos terroristas, como a Al-Qaeda, que Osama Bin Laden pertencia e era aliada do Talibã.”
O professor Josei reforça que essa formação histórica torna o território propenso para o surgimento de grupos terroristas. “Esses conflitos, essa luta por territórios de difícil acesso, essa hostilidade que acaba sendo criada contra invasores estrangeiros em muitos momentos da história, acaba sendo um combustível muito forte para o surgimento de grupos terroristas”, avalia o historiador.
“Do ponto de vista acadêmico, nós precisamos produzir o processo de descolonização epistemológica, ou sempre vamos insistir nessa leitura ocidental do mundo como sendo a melhor. Precisamos criar espaços de debate sobre a diferença, sobre o outro, a outra cultura. Não vamos produzir unanimidades, nem consensos, mas precisamos definir pautas mínimas de convivência entre povos, culturas e religiosidades diferentes. Nós só podemos contribuir para que a emancipação do outro se torne possível na medida em que o outro se torna importante para nós”, destacou o professor Doglas.
Por Amanda Thiel, estagiária de Jornalismo na Assessoria de Marketing da Unijuí
Ouça abaixo o programa na íntegra:
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