Foto: Leonardo Carlini
Desde que o incêndio foi noticiado na noite da última segunda-feira, 24 de janeiro, muitas dúvidas surgiram quanto à denominação correta do local: Ijuí, afinal, tem um lixão ou um aterro sanitário? Questionado, o professor de Ciências Biológicas da Unijuí e biólogo na Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ijuí, João Pedro Gesing esclareceu que o município possui um lixão abandonado. E por lixão entende-se o local em que se depositam resíduos de qualquer maneira, sem qualquer tipo de separação ou controle.
“Os lixões predominavam no País até alguns anos, até que foi feita uma normativa buscando regularizar essa situação. Hoje temos uma lei que proíbe estes espaços e que indica às cidades a utilização de aterros”, explicou o professor.
Um aterro possui um sistema de impermeabilização, como destaca João Pedro. O lixo não fica em contato direto com o solo e há o aterramento entre as camadas de materiais. “No aterro você nunca tem o lixo exposto a céu aberto. Chega o caminhão com materiais pela manhã, por exemplo, deposita certa quantidade, e ao final do dia vai a patrola e coloca uma porção de solo. Isso evita a presença de aves, roedores e outros vetores”, esclarece.
Outro ponto, presente nos aterros sanitários, é o sistema de drenagem de fluídos, que coleta o chorume - o líquido resultante da decomposição da matéria orgânica. “Existe também um sistema de drenagem de gases, porque a decomposição acaba formando metano e outros gases. O metano, neste caso, acaba por ser o mais prejudicial em razão do seu potencial de aquecimento global. Ele é um gás de efeito estufa muito forte, entre 16 e 20 vezes mais poluente do que o gás carbônico. E nada disso existia no lixão, abandonado desde o ano de 2013”, afirma.
De acordo com o professor, existe um projeto de recuperação do local que ainda não entrou em execução, mas que foi cobrado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Ele explica que matéria orgânica e chorume praticamente não existem mais no lixão. Existem centrais de monitoramento e nenhuma delas apresenta alta contaminação. Pode haver, no entanto, contaminação por metais pesados e por outras toxinas no solo, inclusive no lençol freático. “O grande problema está na quantidade de material depositado, grande parte com risco de queima”, disse.
Ainda não se sabe a causa exata do incêndio, mas, segundo o professor, a possibilidade é de que tenha ocorrido uma combustão espontânea. “Isso porque foi levada uma grande quantidade de vidro para o local. O vidro, com a incidência do sol muito forte, do calor, da umidade baixa, pode agir como uma lupa, uma lente, dando o estopim para a queima”, explicou.
Emergencialmente, os materiais estão sendo cobertos com terra - aproximadamente 100 cargas de caminhão já foram levadas para o lixão. Não há mais chamas, mas o lixo depositado por décadas segue com uma combustão incompleta, segundo o professor. A expectativa, aponta, é que a situação melhore com temperaturas mais brandas e a chuva. “Esse foi o maior desastre ambiental que tivemos em Ijuí nos últimos anos”, finaliza.
Em todo o planeta, existem cerca de 3 mil herbários ativos. Entre eles está o Herbário Rogério Bueno, da Unijuí, que possui mais de 7 mil espécimes vegetais catalogadas e armazenadas. O acervo é utilizado como referência a pesquisas científicas, sobretudo por acadêmicos do curso de Ciências Biológicas da Universidade. Os materiais também são emprestados para estudos de pesquisadores de várias instituições do Brasil.
A principal função de um herbário é abrigar amostras de espécies vegetais prensadas e secas (chamadas de exsicatas), que servem como um catálogo da biodiversidade vegetal. “Temos espécies não só locais, mas do Brasil todo e até estrangeiras, que formam uma base de estudos para comparação de morfologia, fisiologia e da própria ecologia”, destaca a estudante de Ciências Biológicas, Caroline Aygadoux.
Fundado em 1985, o Herbário Rogério Bueno inicialmente recebeu o nome de Herbário da Universidade de Ijuí e o acrônimo HUI. Em 2000, o local foi renomeado, em homenagem ao seu falecido fundador, o botânico Rogério Bueno. No ano de 2018, após adequação de suas instalações, revisão e recadastramento do acervo, o Herbário foi cadastrado no Index Herbariorum, com o acrônimo HUIRB.
O Index Herbariorum é um índice internacional que permite a pesquisadores e cientistas acesso rápido a dados online dos cerca de 3 mil herbários existentes no mundo, que abrigam um total de 390 milhões de espécimes e possuem 12 mil funcionários associados. O Herbário Rogério Bueno integra ainda a Rede de Herbários do Rio Grande do Sul e a Rede Brasileira de Herbários. Para entrar em contato, basta enviar um e-mail para huirb@unijui.edu.br.
Por Amanda Thiel, acadêmica de Jornalismo da Unijuí
Projetar o futuro, em uma Universidade, não passa apenas pela formação em sala de aula e laboratórios práticos de ensino. No campus Ijuí, da Unijuí, onde é ofertado o curso de Ciências Biológicas da Universidade, os estudantes têm a possibilidade de aprender na prática, utilizando como sala de aula a própria natureza que os cerca. O arroio Espinho compõe uma das Áreas de Proteção Permanente (APPs) dentro da Instituição e, nesta área, também está a Trilha Vó Preta, um espaço em meio à natureza e aberto à comunidade.
No mês de julho, um mutirão de limpeza junto à Trilha marcou oficialmente a inauguração do espaço. O envolvimento dos acadêmicos do curso e do Programa de Educação Tutorial (PET) Biologia nestas ações reforça uma educação que se preocupa com as questões ambientais e, consequentemente, com o futuro da comunidade.
Stefani Alexandra Grutka, bolsista do PET Biologia e futura bióloga, define a ação como uma oportunidade para sensibilizar a comunidade às questões ambientais e de aprender de forma prática e intensa. “Este projeto é uma ação necessária, pois a educação ambiental ultrapassa as questões da natureza, ao incorporar a compreensão da estrutura e funcionamento dos sistemas sociais. O objetivo é uma mudança de valores, atitudes e comportamentos. Tudo isso precisa acontecer além do ambiente acadêmico. Devemos envolver a comunidade, pois de nada adianta apenas falarmos disso entre nós”, destaca a estudante.
Atividades acadêmicas que gerem bons resultados para o futuro, esse também é o desejo da estudante Marielli Daiana Guse. “Por meio da conscientização, queremos demonstrar que o ecossistema precisa de cuidado, que cada um deve fazer sua parte para, assim, tornar o mundo melhor. Nossas ações impactam não só no meio ambiente, mas também trazem consequências para nós seres humanos. Ao longo dos anos, estamos presenciando impactos ambientais, por isso, projetos como esse são fundamentais para orientar as pessoas sobre suas ações”, afirma.
Marielli acredita ainda no impacto que a revitalização da Trilha tem perante a comunidade e o seu futuro. “Me vejo como uma profissional capacitada e realizada, especialmente com essa experiência e o conhecimento obtido durante o período como bolsista PET. Foi muito importante poder mostrar o aprendizado para a população e trabalhar com a educação ambiental, para que as pessoas saibam a importância de manter o equilíbrio com o meio ambiente”, acrescenta a estudante.
Stefani acredita que o trabalho realizado durante sua formação foi fundamental para aprimorar habilidades. “Nos tornamos pessoas mais integradas à realidade, conhecemos muitas pessoas que colaboram em nossa caminhada, além de nos facilitar a colocação no mercado de trabalho. É difícil falar de futuro com tantos problemas socioambientais, mas quero trilhar um caminho que me possibilite trabalhar alinhada aos meus propósitos, buscando entender a realidade e as necessidades para encontrar as melhores soluções”, finaliza a estudante.
Saiba mais sobre a Trilha Vó Preta clicando neste link.
Estão abertas as inscrições para o concurso fotográfico Biologia em Foco, promovido pelo curso de Ciências Biológicas da Unijuí. Interessados em participar devem enviar uma fotografia inédita para o concurso, por meio do link bit.ly/BioemFoco, onde também está disponível o regulamento completo. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 30 de setembro. Já o resultado será divulgado no dia 15 de outubro.
O concurso é dividido em duas categorias: interna, destinada a professores e estudantes do curso de Ciências Biológicas da Unijuí; e externa, para profissionais da área, professores e acadêmicos dos demais cursos da Universidade ou de escolas, além da comunidade em geral. Os participantes podem inscrever até duas fotos, uma em cada modalidade: foto documental (que registra um acontecimento, situação ou paisagem) e foto artística (que destaca os elementos compositivos, como forma, textura visual e cor).
As fotografias devem ainda se enquadrar em uma das três grandes áreas de atuação do biólogo: Meio Ambiente e Biodiversidade; Saúde; e Biotecnologia e Produção. Os trabalhos recebidos serão analisados por uma equipe de jurados, que irá selecionar três fotos em cada categoria e modalidade. As 12 fotos finalistas serão submetidas à votação popular, através de curtidas no Instagram do curso de Ciências Biológicas, onde é possível obter mais informações sobre o concurso.
A presidente do Centro Acadêmico do curso, Stéfani Grutka, destaca a importância da fotografia dentro da Biologia, seja para elaboração de materiais didáticos, identificação de espécies, trabalhos de campo ou sensibilização da comunidade. “Através da fotografia, nós contribuímos para que a natureza seja preservada, porque, a partir do momento que alguém se sente tocado por algo, a sua condição de proximidade e de relação com aquilo muda”, aponta a acadêmica.
Além de chamar atenção para o Dia do Biólogo (comemorado no dia 3 de setembro), para essa profissão e para a preservação do meio ambiente, o concurso surgiu com o intuito de promover entre estudantes e professores a ideia da fotografia como ferramenta para educação. “Quando bem utilizados, os materiais eletrônicos podem auxiliar no ensino e na aprendizagem, e é o que pensamos da fotografia. Para além da questão da sensibilização, também é uma ferramenta de estudo e de trabalho”, ressalta Stefani.
Por Amanda Calegaro Thiel, estagiária na Assessoria de Marketing da Unijuí
Egressa do curso de Ciências: Habilitação em Biologia da Unijuí, Juliana Meller decidiu lançar nesta sexta-feira, 3 de setembro, quando celebra-se o Dia do Biológico, um projeto pessoal, chamado de Conversa de Biólogo.
A iniciativa prevê a realização de lives quinzenalmente ou semanalmente em sua rede social, e neste primeiro encontro contou com a presença de seus ex-professores: Francesca Ferreira, Maria Cristina de Araújo, Cleria Meller, Ubiratan Jacob e Noemi Bauer. Francesca e Maria Cristina hoje fazem parte do curso de Ciências Biológicas da Universidade.
“Meu desejo foi iniciar esse projeto no Dia do Biólogo e, nada mais justo, fazer uma referência aos meus mestres, professores que contribuíram para a minha formação”, explicou Juliana, que realizou a graduação e a pós-graduação na Unijuí.
Com transmissão pelo Facebook de Juliana, a live foi avaliada de forma positiva pela promotora. “O tempo passa rápido quando o grupo é grande, mas ouvir as histórias de formação profissional e da carreira de biólogo foi muito gratificante. Sem falar que ainda promovi o reencontro, mesmo que virtual, dos colegas professores. Alguns não se viam há muitos anos”, reforçou.
Formada na turma de 1998, em Santa Rosa, Juliana hoje atua como consultora e assessora ambiental, com foco na área ambiental, especialmente no licenciamento ambiental, educação e capacitação ambiental e ecoturismo. Já trabalhou como docente nos Ensinos Básico, Técnico, Superior e Pós-graduação.
Na noite desta quinta-feira, 2 de setembro, prevendo questões de segurança em relação à covid-19, o Museu Antropológico Diretor Pestana (Madp) recebeu uma turma do curso de Ciências Biológicas da Unijuí, dentro da proposta dos organizadores para celebrar o Dia do Biólogo - transcorrido hoje, 3 de setembro.
A visita dos estudantes marcou o retorno das turmas ao Museu, fazendo da atividade uma oportunidade do uso das extensões da Universidade, contribuindo para readaptação aos espaços e a volta das práticas presenciais, adotando todos os protocolos de segurança sanitária.
A programação contemplou uma visita à Exposição de Longa Duração do Museu, onde o grupo de acadêmicos pôde refletir a partir dos acervos e materiais expostos sobre a história e memória da região do município de Ijuí.
Celebrando o Dia do Biólogo, foi reforçada a parceria de longa data entre o Madp e o curso de Ciências Biológicas na realização de diversos projetos expositivos construídos em conjunto, como a tradicional Exposição Temporária Conhecer Para Preservar, que trabalha com temáticas de sustentabilidade e meio ambiente.
O Museu retornou às suas atividades presenciais com algumas normativas para assegurar a segurança dos visitantes: a exposição de Longa Duração volta a estar disponível ao público, assim como os serviços de pesquisa, sendo que todas atividades necessitam de agendamento prévio e estarão restritas a um número limite de pessoas.
Giordano Toniazzo, estagiário de Jornalismo vinculado ao Madp
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