Uma nova parceria foi firmada nesta quinta-feira, 24 de março, entre a Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado (Fidene), mantenedora da Unijuí, e a Dubai Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios. O contrato firmado prevê a realização conjunta do projeto de pesquisa “Bioativos da aveia e erva-mate como elementos constitutivos de alimentos e de medicamentos no tratamento de síndrome metabólica: potencial de validação científica e desenvolvimento de produtos”.
Por meio do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí, será analisado o potencial de compostos bioativos no tratamento da síndrome metabólica - que corresponde a um conjunto de condições que aumentam o risco de doença cardíaca, acidente vascular cerebral e diabetes, e na redução do estresse oxidativo - estado que o nosso corpo fica quando os níveis de antioxidantes não são altos o suficiente para compensar os efeitos nocivos dos radicais livres.
Coordenador do Programa de Pós-Graduação, o professor José Antonio Gonzalez da Silva agradeceu o diretor da Dubai Alimentos, Dante Maurício Tissot, por ter acreditado no estudo, que conta com o envolvimento de professores e da mestranda em Sistemas Ambientais, Amanda Klidzio Polanczyk. Tissot, por sua vez, falou sobre a importância de aproximar os estudantes bolsistas da empresa, para que entendam os processos e para que possam propor iniciativas, agregando conhecimento.
Conforme destacou o vice-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unijuí, professor Fernando Jaime González, a interação entre estudantes e empresas amplia a possibilidade de estudo e a criação de novos produtos, para além do melhoramento de sistemas por meio da pesquisa, tornando a inovação um processo constante dentro dos empreendimentos.
“Esse estreitamento entre empresas e a Universidade, para os bolsistas, a fim de entender as demandas do mercado e pensar em outros processos, é muito importante para os nossos estudantes, especialmente dos programas de mestrado e doutorado”, reforçou a reitora, professora Cátia Maria Nehring.
Representando a Unijuí, estiveram no encontro a reitora, professora Cátia Maria Nehring; o vice-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, professor Fernando Jaime González; o coordenador do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, professor José Antonio Gonzalez da Silva; e a professora do curso de Farmácia e do PPG em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, Christiane Collet. Pela empresa, estiveram presentes o diretor Dante Mauricio Tissot e Marcos Antônio Trevizan.
Estação meteorológica
Dois estudantes do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu, Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí, receberam doações de empresas, em benefício de suas pesquisas. Parcerias que reforçam ainda mais um dos objetivos do Mestrado, participar promover o desenvolvimento regional, com tecnologias apropriadas aos sistemas produtivos locais e na solução de problemas de interesse socioambiental.
Eduarda Donadel Port, engenheira agrônoma formada pela Unijuí, pesquisa “Seleção de linhagens da soja resilientes a fatores climáticos”, com orientação do professor Ivan Ricardo Carvalho. Para o embasamento de sua dissertação, a mestranda recebeu da empresa Ferticel, uma tonelada de adubo organomineral, porém, parte da doação ainda será destinada a outros projetos.Também recebeu 10 cultivares utilizadas como testemunhas, da empresa Basf e, 10 cultivares convencionais da Gebana.
A estudante explica que o principal objetivo da pesquisa é encontrar populações com desempenho superior em produção, em relação às testemunhas, no que se refere ao estresse hídrico que ambas enfrentaram. “Por meio de doações e parcerias criadas, projetos conseguem sair do papel, trazendo benefícios para todos. Neste caso, principalmente à agricultura, uma vez que, buscamos sempre por novas tecnologias para fomentar o nosso meio, tendo em vista maior produtividade”, relata Eduarda.
Bruno Mihlbeier Bonfada, recém-formado em Agronomia pela Unijuí, pesquisa “Melhoria de variados sistemas de produção, através do uso de ferramentas voltadas à agricultura de precisão”, também com orientação do professor Ivan. A empresa AgexTec cedeu para utilização do mestrando, durante o período de pesquisa, uma estação meteorológica, que permite uma correta observação dos dados climáticos. A pesquisa está sendo realizada no município de São Borja, em uma área experimental de 35 hectares, com um sistema de irrigação por pivô central. A área experimental será dividida em quatro partes, com manejos diferentes.
O mestrando explica que sua pesquisa irá ajudar agricultores a realizarem o manejo de maneira correta. “Na parte específica da pesquisa que envolve a estação, vou verificar o quanto da precipitação irá realmente infiltrar no solo, quando é necessário realizar irrigação, além de dados referentes à temperatura, velocidade do vento e radiação”, destaca Bruno.
Seleção de linhagens
O Hospital Bom Pastor, em parceria com o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade e o curso de Agronomia da Unijuí, está desenvolvendo o projeto ambiental Bosque Bom Pastor. A ideia é utilizar uma área disponível no pátio da instituição para o plantio de árvores das espécies frutíferas nativas e exóticas.
Em um primeiro momento, será realizado o preparo da área, e a partir do mês de agosto, quando não existir o risco de fortes geadas, será iniciado o plantio das espécies que vão integrar o bosque. Além da atividade terapêutica, os frutos do pomar também servirão para o consumo da unidade hospitalar.
O projeto contempla os sistemas ambientais, cuidado com o meio ambiente e a saúde mental, e visa desenvolver uma estratégia de socialização e recuperação de pessoas associada à equipe multidisciplinar, buscando ampliar a proposta de tratamento, cuidado e terapia, numa visão sistêmica e integral, relacionando o homem com a natureza. “Trata-se de uma nova atividade a ser inserida, com o intuito de conceber Práticas Integrativas e Complementares (PICs) como possibilidades a serem realizadas com pacientes em tratamento, buscando transcender a simples tarefa terapêutica”, destaca o professor e coordenador do Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, José Antonio Gonzalez.
A Unidade de Saúde Mental do Hospital Bom Pastor possui uma equipe multiprofissional que trabalha as diversas esferas da vida, e oferecer o contato com a natureza para os pacientes contribuirá no alívio do stress intrínseco ao ambiente hospitalar e à patologia. “O envolvimento e o cuidado com as árvores, o processo de poder colher as frutas do pomar, assim como a possibilidade de usufruir desse espaço junto à natureza vai agregar à área terapêutica já oferecida na Unidade de Saúde Mental do Hospital Bom Pastor”, afirma a coordenadora de Enfermagem, Luciane Mucelini.
A ideia é que os recursos para a criação e manutenção do bosque sejam captados através da ação “Invista no Bem”, da Sicredi das Cultuas RS/MG. Para o professor da Unijuí e vice-presidente do Hospital Bom Pastor, Ivo Ney Kuhn, o bosque traduz natureza, saúde, bem-estar, vida e esperança. “Penso que um bosque, no espaço que dispomos, pode fazer parte de um processo terapêutico aos usuários do sistema de saúde e do Bom Pastor. Agregar a esta proposta árvores nativas frutíferas, para que pássaros e pequenos animais se incorporem ao ambiente constituído, certamente oferecerá um diferencial, em sintonia com a nossa missão”.
A mestranda em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, Daiana de Quadros, desenvolve sua pesquisa acadêmica junto ao CAPS AD da instituição e acompanha as atividades terapêuticas, como a hortoterapia. “O projeto de criação de um bosque de árvores frutíferas tem um cunho ambiental, social e sobretudo de saúde, pois um dos objetivos é oportunizar aos internados um espaço de convivência onde possam realizar atividades terapêuticas em contato com o meio ambiente”.
Através desse projeto, a parceria entre Unijuí e Hospital Bom Pastor continuará se fortalecendo como acontece há muitos anos. Para o professor do curso de Agronomia da Unijuí, Osório Lucchese, esse trabalho integrado é essencial para a concretização desta iniciativa. “Nós possuímos um viveiro florestal que produz em torno de 70 espécies florestais nativas todos os anos. É um viveiro de alta diversidade e os diferentes projetos que desenvolvemos em todo o Rio Grande do Sul nos deu expertise nesses mais de 20 anos de trabalho para mostrar qual é a melhor forma de implantar sistemas com árvores, especialmente as nativas, que possuem sistemas um pouco mais complexos e uma dinâmica que chamamos de sucessional específica. Conseguimos um certo domínio desse conhecimento e isso é o diferencial da Universidade dentro do curso de Agronomia”.
O envolvimento e preocupação do Hospital Bom Pastor com o meio ambiente é algo que já ocorre há muitas décadas, como destaca o membro da diretoria, Jenoir Schiavo. “Desde que comecei a atuar como voluntário acompanhando a construção do hospital, lembro que nunca ficou esquecido o florestamento nos passeios públicos e internos e canteiros, sempre com auxílio de colaboradores do hospital, de engenheiros florestais e colegas voluntários. Hoje surge um novo desafio, que é o aproveitamento do espaço ainda livre do terreno. E a primeira ideia foi a implantação de um pomar com espécies da região que se adaptem à situação do local. O espaço será delimitado, reservando locais para outras instalações que o hospital possa vir a utilizar no futuro. Sempre estaremos preocupados com a questão da arborização, com a vida, saúde e bem-estar”.
Encerram-se no dia 14 de fevereiro as inscrições para o Mestrado no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí. Interessados podem acessar o endereço unijui.edu.br/ppgsas.
Recomendado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o mestrado tem uma abordagem interdisciplinar e intrínseca à área de Ciências Ambientais, o que significa o desenvolvimento de ciência e inovação na resolução de grandes problemas socioambientais. O programa dedica-se à pesquisa com visão sistêmica e multidisciplinar. Busca analisar e compreender as relações entre sistemas naturais e produtivos, abordando as dimensões ambientais, sociais, econômicas, culturais e produtivas, visando a geração de conhecimento.
Com 19 vagas ofertadas, o Mestrado possui duas linhas de pesquisa: Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Qualidade Ambiental em Sistemas Produtivos.
O processo seletivo envolve análise do curriculum lattes, a ser realizada sem a presença do candidato, entrevista e discussão da intenção de pesquisa, que acontecerá entre os dias 17 e 18 de fevereiro. A divulgação do resultado acontece até o dia 23 de fevereiro.
Mais informações pelo telefone 55 3332-0417, pelo e-mail ppgsas@unijui.edu.br ou pela página unijui.edu.br/ppgsas, onde consta o edital completo.
O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade está com inscrições abertas para o curso de Mestrado, para ingresso no primeiro semestre de 2022. Interessados podem acessar o endereço unijui.edu.br/ppgsas até o dia 14 de fevereiro.
Recomendado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o mestrado tem uma abordagem interdisciplinar e intrínseca à área de Ciências Ambientais, o que significa o desenvolvimento de ciência e inovação na resolução de grandes problemas socioambientais. O programa dedica-se à pesquisa com visão sistêmica e multidisciplinar. Busca analisar e compreender as relações entre sistemas naturais e produtivos, abordando as dimensões ambientais, sociais, econômicas, culturais e produtivas, visando a geração de conhecimento.
Com 19 vagas ofertadas, o Mestrado possui duas linhas de pesquisa: Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Qualidade Ambiental em Sistemas Produtivos.
O processo seletivo envolve análise do curriculum lattes, a ser realizada sem a presença do candidato, entrevista e discussão da intenção de pesquisa, que acontecerá entre os dias 17 e 18 de fevereiro. A divulgação do resultado acontece até o dia 23 de fevereiro.
Mais informações pelo telefone 55 3332-0417, pelo e-mail ppgsas@unijui.edu.br ou pela página unijui.edu.br/ppgsas, onde consta o edital completo.
O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí encerra no dia 6 de dezembro, segunda-feira, as inscrições para o curso de Mestrado, que conta com a oferta de 25 vagas. Interessados podem se inscrever em unijui.edu.br/ppgsas, mediante o preenchimento de formulário eletrônico e entrega dos documentos necessários.
O curso de Mestrado destina-se a profissionais graduados nas áreas de Ciências Ambientais, Agrárias, Biológicas, Saúde, Sociais, Química, Engenharias, Tecnológicas Aplicadas e/ou áreas correlatas.
Os candidatos, ao se inscrever, podem optar por uma das duas de linhas de pesquisa do programa: Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que busca apreender o processo de desenvolvimento a partir do espaço natural e do histórico de ocupação e uso; e Qualidade Ambiental em Sistemas Produtivos, que visa o aprofundamento científico na construção de processos inovadores voltados à prevenção e solução de problemas socioambientais.
Inscritos passam por duas etapas no processo seletivo, sendo a primeira análise do curriculum vitae ou lattes, e a segunda entrevista e discussão da intenção de pesquisa.
A documentação necessária e outras informações podem ser obtidas junto à Secretaria do Programa, pelo telefone 55 3332-0417, pelo e-mail ppgsas@unijui.edu.br ou pela página unijui.edu.br/ppgsas, onde consta o edital completo.
No último dia do Salão do Conhecimento 2021, 29 de outubro, ocorreu o debate sobre a “Implementação local da Agenda 2030: desafios e perspectivas dos atores institucionais”, em conjunto com o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade. O evento foi o último da programação do Salão do Conhecimento e teve transmissão pelo canal da Unijuí no YouTube, contando com a participação dos professores José Antonio Gonzalez da Silva, Carlos Alberto Cioce Sampaio, Roberta Giraldi Romano e Roberto Carbonera.
Inicialmente houve uma apresentação curricular dos professores presentes pelo professor José. Após, o professor Roberto realizou uma breve fala sobre a importância da temática debatida.
O professor doutor Carlos possui mestrado e doutorado em Planejamento e Gestão Organizacional para o Desenvolvimento Sustentável/UFSC, com estágio sanduíche em Economia Social/EHESS (França). Pós-doutorado em Ecossocioeconomia - UACH (Chile), Cooperativismo Empresarial - U.Mondragon (Espanha) e Ciências Ambientais - WSU (USA). Ele trouxe para debate o tema “Contribuições das ciências ambientais na Agenda 2030 da ONU”.
A fala expositiva iniciou-se com a apresentação do tema da palestra, que foi baseada no artigo “Avanços da Pós-Graduação na incorporação dos ODS em suas agendas”. O professor comentou sobre a importância de programas relacionados aos sistemas ambientais e sustentabilidade. “Programas no interior representam um papel estratégico e eu poderia dizer que, pelo fato de ser estratégico para região, também se trata de um programa de excelência”. Para introduzir o assunto principal, ele apresentou alguns pontos que foram abordados, como a relação entre Instituições de Ensino Superior e desenvolvimento, a área de ciências ambientais, impacto e inserção na sociedade e o objetivo, sendo esse a contribuição de Programas de Pós-Graduação em Ciências Ambientais na sociedade.
Como plano de fundo da apresentação, foi colocada uma ilustração com contribuições referentes ao seu livro “Impactos das Ciências Ambientais na Agenda 2030 da ONU”. O professor destacou a posição que a sociedade ocupa em relação aos Programas de Pós-Graduação, sendo ela a grande protagonista no impacto recebido. “Atualmente, o Sistema Nacional de Pós-Graduação tem sua ênfase na relevância dos processos que os programas ocasionam". Ainda, destacou que a relevância desses programas pode ser detectada pela sua eficiência, como também, pela sua eficácia. Sobre algumas características desses programas, ressaltou na eficiência os insumos, os talentos e os processos; na eficácia os talentos e os produtos; na efetividade o econômico, o social e o ambiental.
“Para que um programa seja relevante ele tem que apresentar eficiência nas suas entradas, eficácia nos seus resultados, mas para que tenha impacto na sociedade, ele tem que ter efetividade”, afirmou o professor. A professora doutora Roberta comentou sobre o assunto e encorajou outras áreas do conhecimento, além das Ciências Ambientais, a produzirem materiais de pesquisa, projetos e sistematizações e, por conseguinte, publicá-los para a disseminação desse conhecimento e contabilização de impactos.
Na sequência, o professor apresentou um quadro com um estudo que relaciona a Pós-Graduação com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ODS/ONU). Esse estudo correlaciona as teses e dissertações dos Programas de Pós-Graduação com os descritores dos 17 ODS/ONU. As conclusões apresentadas sobre o estudo demonstraram que os ODS mais correlacionados foram os 6 - Água Potável e Saneamento e o 4 - Educação de Qualidade. Ainda, houve uma predominância da dimensão ambiental, em conjunto com a temática social. Um ponto destacado foi a importância de se formar talentos humanos capacitados e gerar conhecimento que produza impacto na sociedade em prol do desenvolvimento.
Em seguida, após o término da fala expositiva, foram realizados alguns questionamentos sobre a temática, feitos pelos professores e pelo público conectado ao evento.
Por fim, houve o encerramento do Salão do Conhecimento 2021 com a fala do vice-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unijuí, professor doutor Fernando Jaime González, que destacou o processo de integração dos ODS na Unijuí, como também a importância do evento e a sua relevância para a Instituição. Ainda, fez um agradecimento a todos aqueles que tornaram possível a realização do Salão do Conhecimento 2021.
Por Krislaine Baiotto, acadêmica de Jornalismo da Unijuí
Confira o debate na íntegra:
O Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí vem trabalhando em pesquisas nas mais diversas áreas do conhecimento, desafiando os estudantes a apresentarem suas inquietações, dada a multidisciplinaridade do Programa de Pós-Graduação. A demanda de determinação para acolhimento institucional é indicador das desigualdades sociais enfrentadas pela população. Assim, levando em conta a expertise profissional da mestranda Fabiana Pires Gonçalves, a pesquisa intitulada “A educação como proposta à melhoria no atendimento de crianças e adolescentes em medida excepcional de proteção no município de Ijuí” vem sendo desenvolvida, sob orientação da professora doutora Cleusa A M Bianchi Teixeira, buscando trazer subsídios para reduzir ao máximo os danos acarretados pela medida no período de acolhimento institucional.
Na tarde do dia 14 de outubro, a pesquisa foi apresentada à diretoria do serviço de alta complexidade Instituto Lar Bom Abrigo Gessy de Vlieger Ferreira, de Ijuí. A entidade, fundada em 29 de julho de 1962, é uma instituição filantrópica, sendo referência na modalidade de acolhimento institucional, casa lar, para crianças e adolescentes - sendo assim, foco da pesquisa. Estiveram presentes o presidente da entidade, Isaias da Silva, a diretora administrativa do serviço, Marli Gaspar da Silva, a mestranda Fabiana e a professora Cleusa.
Com o objetivo de analisar a origem da medida de proteção, o atendimento prestado às crianças e adolescentes, bem como a educação como um caminho para reduzir as desigualdades, com vistas à melhoria no atendimento prestado, a pesquisa foi imediatamente aceita pela diretoria do serviço.
Marli Gaspar da Silva destacou a satisfação pela entidade ter sido escolhida para a pesquisa: “Há muito tempo almejamos este diagnóstico.” Tecendo boas recordações das estadas de estagiários e pesquisadores no serviço, disponibiliza o espaço aos acadêmicos. “Somos receptivos às mais diversas áreas de conhecimento.”
O presidente da entidade, Isaias da Silva, pastor presidente da mantenedora do serviço Igreja Assembleia de Deus, refere a importância do diagnóstico e de como as demandas institucionais acabam por trazer expressões da sociedade. “A igreja observa as dificuldades enfrentadas pela população”, afirma, parabenizando a ex-colaboradora, Fabiana Pires Gonçalves, pelo retorno social proposto pela pesquisa à entidade.
A pesquisa irá subsidiar com informações os envolvidos no serviço, visando ações preventivas quanto à violação de direitos, instrumentalizando teoricamente a equipe a fomentar atividades de educação, especialmente a ambiental, pautadas na sustentabilidade. O acolhimento institucional é um dos serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade do Sistema Único de Assistência Social. Seu principal objetivo é promover o acolhimento de crianças e adolescentes, com vínculos familiares rompidos ou fragilizados, de forma a garantir sua proteção integral, encaminhados pelo Poder Judiciário.
O coordenador do Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, professor José Antonio Gonzalez da Silva, coorientador da pesquisa, ressalta a contribuição deste trabalho. “Sem dúvidas que trata-se de uma pesquisa que terá grande impacto devido à sua relevância social”, afirma, lembrando também o desejo da proximidade da academia com os mais diversos segmentos da sociedade. “As pesquisas desenvolvidas são propositivas às demandas observadas”, completa.
Para a mestranda, “evidencia-se a proximidade do profissional assistente social com a questão ambiental, especialmente na garantia de direitos, no trabalho crítico, provocando a população a questionar o modelo econômico posto, em que a qualidade de vida e o bem viver são ditados pela renda ou ausência dela.”
O Programa de Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí vem desenvolvendo junto aos parceiros Ceriluz, JS Florestal e famílias de agricultores o projeto “Qualidade das águas de nascentes pertencentes à bacia hidrográfica do Rio Ijuí na área de atuação de Pequenas Centrais Hidrelétricas”. A pesquisa está sendo desenvolvida pela mestranda Márcia Sostmeyer Jung.
As nascentes são essenciais para a manutenção do equilíbrio do ciclo da água, por permitir seu afloramento dos lençóis freáticos para a superfície do solo. Desta forma, são responsáveis por formar e manter o fluxo de água em córregos, lagos e rios. Além disso, são fundamentais para a manutenção da biodiversidade nesses ambientes, o que é essencial para a sobrevivência humana; o desenvolvimento das atividades econômicas - seja na agricultura, pecuária ou indústria; e na geração de energia e manutenção da biodiversidade. Desta forma, para a sustentabilidade da vida na terra, é necessário de água em quantidade e qualidade suficiente para suprir as necessidades de todos os usuários. A manutenção da disponibilidade hídrica dos rios depende de forma direta de nascentes preservadas em toda a sua bacia de contribuição.
O projeto tem como grande objetivo identificar as nascentes e caracterizar o ambiente no entorno das fontes que abastecem o rio Ijuí, na microrregião de atuação de Pequenas Centrais Hidrelétricas; realizar a avaliação da qualidade da água e desenvolver um plano de monitoramento para fins de recuperação e preservação. Além disso, atuar junto à comunidade para atividades de educação ambiental na conscientização do uso racional da água e preservação de seus mananciais, valorizando o caráter socioambiental das instituições parceiras. Este projeto de pesquisa busca também a realização de atividades de Educação Ambiental junto às escolas do campo.
Para além das atividades que vêm sendo realizadas, no dia 5 de outubro foi realizada a primeira Oficina de Educação Ambiental junto à Escola Estadual de Ensino Fundamental Giovana Margarita da Vila Floresta, interior de Ijuí. Nela, destaca-se a parceria com as famílias de agricultores onde estão sendo estudadas as nascentes e a própria escola. O educandário, através de sua diretora e professora Leila Jacoboski Denis, acolheu com grande entusiasmo a proposta de realização de ações de educação ambiental. A atividade ocorreu na propriedade do casal Celso e Jane Buzetto e envolveu professores e alunos da escola; diretor secretário da Ceriluz, Romeu de Jesus, e assessor de Comunicação, Vilson José Wagner; e o representante da empresa JS Florestal, Jorge Schirmer. A Unijuí esteve representada pela mestranda Márcia Sostmeyer Jung, bolsistas e alunos de graduação do curso de Ciências Biológicas da Unijuí, Camila Morizzo Copetti e Rafael Schneider Costa.
Segundo o coordenador do Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, professor doutor José Antonio Gonzalez da Silva, diante deste cenário, é possível a realização de atividades de Educação Ambiental nas escolas, com o desenvolvimento de práticas em meio à natureza, buscando sensibilizar as crianças a respeito da importância da água e das nascentes. “Além disso, agregar conhecimento quanto ao ciclo da água, matas ciliares, conservação e preservação de nascentes, biodiversidade e sustentabilidade. Portanto, todos ganham, fortalecendo a relação dos elementos da natureza com as disciplinas e o cotidiano de todos nós”, reforçou.
Segunda a mestranda Márcia Sostmeyer Jung, trata-se de um projeto interdisciplinar e inovador quanto às ferramentas utilizadas para a avaliação da qualidade da água das nascentes, aliando indicadores físicos, químicos e microbiológicos e de bioindicadores. O biomonitoramento é uma ferramenta consolidada em programas de monitoramento da qualidade da água e gestão ambiental de bacias hidrográficas em vários países. Além disso, o convênio técnico-científico entre a Unijuí, Ceriluz e JSFlorestal possibilitou desenvolver um trabalho diferenciado junto à comunidade, interligando o diagnóstico das condições ambientais das nascentes com ações de preservação e conservação.
“Todas as ações visam água de qualidade e em quantidade suficiente para todos, garantindo desta forma a sustentabilidade da vida na terra para as presentes e futuras gerações. Esta ação de educação ambiental junto à direção, professores e alunos da Escola Giovana Margarita é fundamental por propiciar às crianças o aprendizado através do ver e sentir, permitindo relacionar com as temáticas abordadas em sala de aula pelos professores. Já a interação com a nascente preservada é fundamental para a compreensão de que todos nós somos integrantes do meio ambiente e que o equilíbrio da interação homem-ambiente é essencial para a sustentabilidade da vida", finaliza a mestranda.
A parceria entre a Unijuí, através da Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, e o Hospital Bom Pastor está permitindo a inclusão da pesquisa “Hortoterapia como proposta de socialização e recuperação das pessoas com transtornos mentais” junto ao Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (Caps AD II) Vida com Dignidade, pelo período de 12 meses.
O projeto conta com a presença da mestranda Daiana Souza de Quadros e demais estudantes do curso, que realizam, além do trabalho na hortoterapia, atividades de educação permanente em saúde, com temas ligados ao preparo de canteiros, capina, plantio, irrigação, adubação, colheita, gestão e manejo de uma horta, uso de adubos alternativos, orgânicos, posição solar, cultivo de hortaliças, plantas medicinais, chás e fitoterápicos.
Além do reaproveitamento de insumos domésticos como arteterapia e alimentação saudável, serão trabalhados temas ligados ao meio ambiente e que influenciam diretamente nas questões de bem-estar, saúde física e mental.
O espaço destinado para atividade de hortoterapia é de 81 metros quadrados, além do seu entorno, onde já se encontram em construção os canteiros e caixotes suspensos para hortaliças, o espiral de ervas e o relógio do corpo humano para o plantio das plantas medicinais.
Na manhã da última quarta-feira, 29 de setembro, o Caps AD II revitalizou o espaço destinado para hortoterapia. Segundo a coordenadora do serviço, Letícia Costa, a horta faz parte da Instituição desde 2014 e, neste ano, a partir de recurso do governo federal, foi possível revitalizar o local.
O coordenador do Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, professor José Antonio Gonzalez da Silva, ressalta a contribuição deste trabalho, trazendo elementos da natureza e contando com o solo e planta como elementos de recuperação e terapia, reforçando o elevado nível de atuação dos projetos do Programa na proposta de resolução de problemas em distintas áreas de ação, tendo como centralidade a qualidade de vida, bem-estar e sustentabilidade.
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