A egressa do curso de Psicologia da Unijuí, Jociane Marthendal Oliveira Santos, publicou recentemente dois livros, resultados de suas pesquisas. As obras “O estágio curricular supervisionado em cursos de graduação em psicologia: avaliação sobre a implementação da política” e “ O lugar dos pais no tratamento clínico com crianças” serão lançadas em uma live no YouTube, no dia 26 de maio, a partir das 9h.
Jociane atualmente é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade São Carlos (UFSCar), e o livro “O estágio curricular supervisionado em cursos de graduação em psicologia: avaliação sobre a implementação da política” é fruto de sua dissertação de mestrado concluída em 2020, pela mesma instituição.
De acordo com a autora, a pesquisa teve como intuito contextualizar o estágio curricular supervisionado no Brasil. “O objetivo geral foi analisar o processo de implementação dos estágios curriculares supervisionados (ECS) nos cursos de graduação em Psicologia, considerando a visão de coordenadores e professores supervisores de estágios das instituições selecionadas”, afirma.
O livro "O lugar dos pais no tratamento clínico com crianças" é um manual para estudantes e psicólogos iniciantes em práticas clínicas com crianças. "Nela, apresento uma proposta de trabalho a ser realizada com os estudantes, com o diferencial de disponibilizar fragmentos de dois casos, para análises que podem ser feitas em sala de aula", explica.
Para acompanhar a transmissão do lançamento dos livros acesse youtu.be/di3UnIvrXis. As obras já estão disponíveis para compra no site da editora CRV.
Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí
Docentes da Unijuí compartilham experiências
Importantes transformações nas relações sociais, humanas, culturais, econômicas e trabalhistas foram percebidas desde o início da pandemia causada pelo Covid-19. Por muito tempo ouviu-se o “reinventar-se” como palavra de ordem e, realmente, a sociedade, os indivíduos, as instituições de ensino, as necessidades do mercado de trabalho, o mundo mudou. Por trás destas ágeis e, forçadas mudanças, pessoas e a preocupação com a sua saúde mental.
Neste contexto, o profissional de Psicologia, que também enfrentou mudanças neste período, se fez ainda mais necessário. A área já permitia atendimentos online, e os psicólogos se depararam com uma realidade em que a modalidade precisou ser intensificada. Para muitos, por um longo período, estes foram os únicos tipos de atendimento. O fato é que, muitas pessoas continuaram ou, até mesmo, ampliaram seu sofrimento psíquico, além das que entraram para esta mesma situação.
A coordenadora do curso de Psicologia da Unijuí campus Santa Rosa, Simoni Fernandes, destaca que a construção da identidade profissional do psicólogo, passa por intensos debates coletivos, devido a amplitude de atuação. “Trabalhamos em diferentes áreas e, a pauta da saúde mental talvez seja a mais evidenciada, especialmente pelas consequências psicossociais da pandemia. A ausência de políticas públicas efetivas para enfrentamento de desigualdade social talvez tenha agravado ainda mais essa situação”, afirma a docente.
Simoni também destaca que, assim como a iniciativa dos atendimentos online facilitou, ainda existe uma parcela da população sem acesso às tecnologias. A modalidade de acompanhamento deve ser acordada entre o psicoterapeuta e o paciente, devido a importância da presença física em determinados momentos. "Possibilitar espaços, sejam virtuais ou físicos, para ressignificação das angústias desses novos tempos, é um grande desafio em nossa profissão. Trabalhar com as frustrações, as perdas pós-pandemia e os sofrimentos psíquicos mais diversos, oriundos de processos sociais, é o nosso grande desafio”, acrescenta a professora.
Sônia Fengler, coordenadora do curso de Psicologia da Unijuí campus Ijuí, acredita que os atendimentos virtuais devem permanecer. “Se for regido pelo sigilo necessário, pela ética e competência profissional e, respeitando as possibilidades específicas e a singularidade de cada paciente, o online é possível e bem-vindo. Ele fica para que possamos passar por dificuldades e complexidades que nos impõem limites no presencial”, afirma a docente.
A Graduação Mais da Unijuí, lançada em 2021, também é um reflexo desta transformação necessária para que os estudantes, futuros profissionais, estejam ainda mais próximos de situações e desafios reais e imprevisíveis. “Nossos estudantes desenvolvem habilidades que correspondem a esse novo cenário, eles são oriundos desse novo cenário. Por isso, precisam dar conta das sequelas que virão e vão se manter. Teremos pela frente uma geração que precisará de acolhimento, de escuta e retorno ao presencial com muito cuidado. Nossa formação está muito atenta a esse novo contexto da sociedade”, complementa a docente.
Camila Eduarda Weber, recém-formada no curso de Psicologia da Unijuí campus Santa Rosa, trabalhou uma importante temática social para a região, em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). “À margem de uma significação: a transmissão da língua materna do imigrante colono alemão no Brasil e os não ditos em face ao suicídio”, aborda questões históricas e culturais relacionadas à visibilidade de descendentes de alemães que, em muitos casos, levam ao suicídio.
A egressa explica que as marcas iniciam ainda com os imigrantes, que vieram para uma sociedade diferente, longe da língua materna, em alguns momentos até mesmo impossibilitados de falarem sua língua e, é neste momento que acontece uma parte do silenciamento. “Municípios brasileiros de colonização alemã apresentam, atualmente, índices de suicídio extremamente elevados, considerados os mais expressivos do país. Esse ato que atravessa a história da humanidade tem sido relacionado, na contemporaneidade, às produções sociais de um determinado núcleo comunitário”, afirma Camila.
Em seu TCC, Camila também explica que os imigrantes alemães estavam à margem da sociedade já em seu país de origem, levando-os a migrar. No Brasil, essa situação permaneceu, principalmente pela dificuldade de comunicação, por falarem uma língua diferente. “O suicídio, sanciona definitivamente esta margem, tal como expresso quando os imigrantes colonos alemães pronunciam ‘neben henken’, para representar o suicídio, que traduzindo significa ‘pendurar ao lado’. No entanto, este sujeito fica à margem até mesmo após a sua morte, uma vez que era costumeiro enterrar quem cometia suicídio, em um canto do cemitério ou até fora dele”, destaca a recém-formada.
Outro dado importante que Camila aponta em sua pesquisa, por exemplo, é referente às últimas informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, sobre o assunto. Os dados referentes ao ano de 2019 e divulgados em 2021, apontam o Rio Grande do Sul como o estado com a maior taxa de tentativas de suicídio bem-sucedidas. para cada cem mil habitantes, foram 11,8 casos e, a região sul também é apontada com os maiores índices, entre as regiões do país.
A psicóloga destaca também, que sempre teve como objetivo, que sua pesquisa não colaborasse apenas com a comunidade acadêmica ou científica, mas que fosse uma contribuição social. “Eu abordei um silenciamento, uma impossibilidade de dizer, e a minha escrita tentou quebrar com isso, mesmo que minimamente. Eu busquei trazer uma contribuição que produzisse um sentido para essas pessoas. Não há sofrimento humano maior do que aquele que é silenciado, e, portanto, esse sofrimento só pode ser suportado e superado quando trocado por palavras”, finaliza Camila.
Atualmente, Camila dá continuidade à pesquisa sobre o tema, no Mestrado em Desenvolvimento e Políticas Públicas - linha de pesquisa Estado, Sociedade e Políticas de Desenvolvimento, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).
A Clínica de Psicologia da Unijuí campus Santa Rosa, disponibiliza atendimento personalizado à comunidade. Há quase 16 anos atuante no município de Santa Rosa e, desde setembro de 2021, os serviços são realizados junto ao campus da Universidade, em um espaço amplo e aconchegante, estruturado para prestar o melhor atendimento à cada faixa etária, com salas específicas para crianças, jovens e adultos.
São efetuados, em média, 2 mil atendimentos por ano. Todos realizados pelos estudantes do curso de Psicologia, matriculados nas disciplinas de Estágio em Psicologia e Processos Clínicos ou, ainda, por estudantes e profissionais matriculados no Curso de Extensão de Práticas Clínicas Supervisionadas. Todos os terapeutas/estagiários que atuam no atendimento são supervisionados semanalmente por um professor com formação em Psicologia.
Qualquer pessoa pode contar com o atendimento psicoterapêutico da Clínica de Psicologia da Unijuí, crianças, jovens, adultos e idosos. Também acolhe encaminhamentos de diferentes instituições, como Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidade Básica de Saúde (UBS) e escolas.
A coordenadora da Clínica, professora e psicóloga Taís Cervi, explica que, em relação aos pagamentos, não existe um valor estipulado. “Não trabalhamos com valor mínimo e nem máximo, também não se trata de uma taxa ou contribuição. O pagamento e a forma de pagamento são construídos a partir do trabalho entre o estagiário/terapeuta e o paciente”, afirma a docente.
Os horários de funcionamento são, nas segundas e sextas-feiras, das 13h às 17h e das 18h às 22h; terças-feiras, das 17h às 19h e nas quartas e quintas-feiras, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Os agendamentos podem ser realizados pelo telefone (55) 3511-5295, (55) 3511-5200 ou diretamente na Clínica, localizada no bloco B, sala 101, no campus Santa Rosa.
Graduada em Psicologia há cerca de um ano pela Unijuí, Joana Patias Goi foi recentemente aprovada em duas seleções de residência na cidade de Curitiba, no Paraná.
A primeira aprovação foi na Residência Multiprofissional em Saúde da Criança e do Adolescente da Faculdade Pequeno Príncipe. A segunda, pela qual optou, na Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar Cardiovascular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que é realizada no Complexo do Hospital de Clínicas (CHC-UFPR).
“As aulas iniciam no dia 2 de março e a expectativa é de muito crescimento profissional, tanto teórico quanto prático. A graduação baseia a atuação, mas o trabalho em um campo desafia os limites de nosso conhecimento”, destacou.
Joana conta que, ainda na graduação, havia se identificado com a área clínica, que geralmente apresenta um maior desenvolvimento terapêutico dos pacientes. Na época, ela optou por disciplinas que possibilitaram uma aproximação com a área da Saúde, sendo elas a Psico-oncologia, Psicologia Hospitalar, Psicologia e Nutrição, além de uma aproximação com a área do Direito, voltada à cidadania e entrelaçada aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).
Emanuel dos Santos, Amanda Hoffmann de Oliveira e Luiz Felipe Vieira Amaral
Era grande a expectativa pela formatura para três estudantes do curso de Psicologia da Unijuí. A cerimônia, que aconteceu no último fim de semana, marcou não apenas a finalização da graduação, mas o início de uma nova etapa, em cursos de mestrado.
“É com grande alegria que acompanhamos nossos egressos, formandos, sendo aprovados em cursos de mestrado, residências e especializações. Muitos chegaram a nos solicitar a formatura especial para que pudessem assumir vagas no mercado de trabalho. Isso representa a formação sólida que ofertamos, que considera o conhecimento, a ética e as várias possibilidades de atuação de um psicólogo”, destacou a coordenadora do curso de Psicologia no Campus Ijuí, Sonia Aparecida da Costa Fengler.
Amanda Hoffmann de Oliveira foi aprovada no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicanálise: Clínica e Cultura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) - curso que tinha interesse desde o início da graduação, especialmente pela possibilidade de continuar estudando (e pesquisando) na linha teórica que sustenta o curso na Unijuí: a psicanálise.
“Um motivo que me instiga ao mestrado é a possibilidade da docência. Acredito que há professores que transformam a vida dos alunos e, se um dia eu alçar vôos pela docência, quero ser um destes profissionais. Que inspiram, que inquietam, pois acredito que são essas inquietações que produzem o novo, que transformam”, afirmou Amanda, que por muito tempo acreditou que o mestrado era uma realidade distante.
Quem também comemora a aprovação é Luiz Felipe Vieira Amaral, segundo colocado no Mestrado em Educação nas Ciências da Unijuí. Ele conta que receber o resultado da aprovação foi um momento de euforia e felicidade.
“Junto deste comunicado estava todo o meu percurso na graduação, que começou com a minha inserção na bolsa de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), onde atuei por três anos. Junto dos estudos na bolsa, entrelacei os meus estágios e minha graduação. Então foram momentos de construção que culminaram num projeto de pesquisa que foi aprovado pela banca do mestrado”, reforçou, destacando que a maior expectativa é que seu projeto seja uma contribuição para o campo da educação e uma soma de novas ideias.
Emanuel dos Santos também foi aprovado para o Mestrado em Educação nas Ciências da Unijuí. Ele destaca que ficou extremamente feliz com o resultado, que representa o início da realização da de um sonho.
“Era algo que eu queria muito. Recebi muito apoio durante o curso, tive a oportunidade de me inserir num projeto de Iniciação Científica, de me aprofundar nos estudos e, a partir disso, de produzir um projeto que foi aprovado na seleção. Os professores alimentaram em mim o sonho de ser pesquisador, de me situar nesse local de pesquisa”, reforçou.
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