Ocorreu na última terça-feira, 30 de agosto, a 2ª edição da Atualização Regional em Monitoração Eletrônica promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no âmbito do programa Fazendo Justiça, evento voltado para os Estados do Norte, Sudeste e Sul do Brasil. Além de disseminar leis, normativas, princípios e metodologias fundamentais, o curso tem foco especial na Resolução CNJ 412/21, que estabeleceu diretrizes e procedimentos para aplicação e o acompanhamento da medida pelo Poder Judiciário.
O curso é exclusivo para profissionais de varas judiciais e profissionais que atuam nas centrais de monitoração eletrônica. A iniciativa integra o programa Fazendo Justiça, executado pelo CNJ em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e Apoio do Departamento Penitenciário Nacional para incidir em desafios no campo da privação de liberdade.
O professor doutor Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth, coordenador do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito - PPGD da Unijuí, foi convidado para participar, como painelista, do primeiro painel do evento, intitulado “Resolução CNJ no 412/2021 – bases legais e principiológicas da monitoração eletrônica”. Participaram do painel, juntamente com ele, o juiz do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, Evaldo Elias Penna Gavazza; a especialista em Monitoração Eletrônica do Programa Fazendo Justiça - PNUD/CNJ, Izabella Lacerda Pimenta; e o defensor público do Estado de São Paulo, Patrick Cacicedo. O painel foi mediado por Mario Henrique Ditticio, assessor jurídico do Programa Fazendo Justiça - PNUD/CNJ.
Na oportunidade, o professor Maiquel apresentou os resultados parciais do projeto de pesquisa intitulado “Os serviços de monitoração eletrônica como condição de possibilidade para a redução da superlotação e superpopulação carcerária no Estado do Rio Grande do Sul”, aprovado no âmbito do Edital nº 05/2019 (Programa Pesquisador Gaúcho – PQG), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) – Processo nº 19/2551-0001797-9.
Este é o segundo convite que o professor Maiquel recebe para atuar neste ciclo de formação dos servidores do Poder Judiciário Nacional. Em junho, o professor participou da primeira edição da Atualização Regional em Monitoração Eletrônica, evento voltado para os Estados do Nordeste, Centro-Oeste e Amazonas.
Foi realizado, nos dias 25 e 26 de agosto, o IV Seminário Discente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direitos Humanos da Unijuí. Mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos tiveram a oportunidade de construir painéis conjuntos ao longo de dois dias de programação, que contaram também com a integração e colaboração ativa do corpo docente.
As atividades tiveram início na quinta-feira, dia 25, com a abertura do evento pelo coordenador do PPGDH, professor Maiquel Wermuth, que pontuou a importância da ocupação dos espaços do Programa pelos discentes. “O Seminário se tornou uma tradição dentro do Programa, já que estamos na quarta edição. Desde a nossa primeira turma de Doutorado, em 2019, realizamos esses momentos de discussão, que são organizados, pensados e estruturados pelos próprios estudantes, atendendo a demandas e temas que eles têm interesse em debater”, destacou Maiquel.
Após a fala do professor, os pós-doutorandos Jacson Bacin, Mariana Chini e Thaisy Perotto, que estiveram à frente da organização desta edição do Seminário, conduziram um diálogo com os demais discentes do Programa, no qual eles puderam trocar experiências acerca de seus projetos de pesquisa, temas e dificuldades. Os docentes do PPGDH contribuíram no debate com indicações de ideias.
No turno da noite, ocorreu a palestra “Conflitos internacionais e sua repercussão humanitária”, ministrada pela professora Patrícia Grazziotin Noschang, doutora em Direito pela UFSC e coordenadora do Projeto de Extensão Balcão do Imigrante e Refugiado. A palestra contou com abertura do coordenador do Programa, professor Maiquel Wermuth, e do pós-doutorando Jacson Bacin, além de mediação do professor Gilmar Bedin.
Já na sexta-feira, a tarde foi marcada pelo diálogo em torno da possibilidade de construção de um Tomo de artigos pelos discentes do Programa, estendendo-se o convite aos egressos participantes. Durante a noite, ocorreu a palestra “Questões democráticas, Direitos Humanos e pleito eletivo”, ministrada pelo professor Giovani da Silva Corralo, doutor em Direito pela UFPR e vice-diretor da Faculdade de Direito da UPF. A palestra foi mediada pelo professor André Copetti e encerrada pelo pós-doutorando Jacson Bacin.
Nesta quarta-feira, 17 de agosto, tiveram início as atividades da disciplina “Desafios para a segurança pública no cenário brasileiro contemporâneo”, vinculada ao Projeto Procad/Capes (Edital nº 16/2020 – Segurança Pública e Ciências Forenses), desenvolvido sob a coordenação geral do professor doutor Maiquel A. Dezordi Wermuth, no âmbito do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito (PPGD) da Unijuí, em convênio com os PPGDs da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e Universidade Federal do Pará (UFPA). Também participa da disciplina a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), que se soma à atividade por meio da Rede Brasileira de Pesquisa Jurídica em Direitos Humanos.
A disciplina, que congrega estudantes nos níveis de mestrado e doutorado dos programas, objetiva a criação de um espaço de discussão acerca do papel da política criminal na determinação de estratégias de segurança pública a serem adotadas pelos Estados para o enfrentamento da criminalidade na contemporaneidade, observando as limitações jurídico-constitucionais de sua aplicação – notadamente no que se refere à proteção/efetivação dos Direitos Humanos. Essa discussão é proposta a partir de um contexto no qual se observa uma imbricação cada vez maior das novas tecnologias no campo da segurança pública, a exemplo da utilização da ciência de dados, da inteligência artificial, da análise integrada e do aprendizado de máquina aplicados a soluções tecnológicas de segurança pública, bem como dos serviços de monitoração eletrônica de sujeitos acusados/condenados criminalmente e da integração de bancos de dados em segurança pública.
A disciplina se insere no Pilar de Trabalho nº 2 do Projeto intitulado “Rede de Cooperação Acadêmica e de Pesquisa: Eficiência, Efetividade e Economicidade nas Políticas de Segurança Pública com Utilização de Monitoração Eletrônica e Integração de Bancos de Dados”, que propõe estimular a criação e a expansão de disciplinas e linhas de pesquisa de Segurança Pública e Ciências Forenses nos programas de pós-graduação stricto sensu que integram o projeto, bem como em outros programas existentes no país.
As aulas serão ministradas pelos professores doutores Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth (Unijuí), Joice Graciele Nielsson (Unijuí), Rosane Teresinha Carvalho Porto (Unijuí), Fernanda da Silva Lima (Unesc), Jackson Leal da Silva (Unesc), Reginaldo de Souza Vieira (Unesc), Érica Babini Lapa do Amaral Machado (Unicap), Luanna Tomaz de Souza (UFPA) e Marcus Alan de Melo Gomes (UFPA).
O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direitos Humanos da Unijuí irá promover, nos dias 25 e 26 de agosto, o Seminário Discente PPGDH. Serão dois dias de intensa programação, que contará com palestras, debates, exposições e troca de experiências. O evento ocorrerá em dois locais: as atividades da tarde serão realizadas no Miniauditório do PPGDH, enquanto o Centro de Eventos sediará as palestras da noite.
25 de agosto (quinta-feira)
14h - Abertura do evento com o coordenador do PPGDH, professor Maiquel Wermuth;
14h20 - Diálogos discentes (projetos de pesquisa, temas, dificuldades e realidades);
16h - Participação dos docentes do Programa e egressos (debates, indicações e ideias), com coordenação das doutorandas Mariana Chini e Thaisy Perotto;
19h30 - Palestra sobre o tema “Conflitos internacionais e sua repercussão humanitária”, com transmissão ao vivo pelo canal da Unijuí no YouTube.
Palestrante: Patrícia Grazziotin Noschang - doutora em Direito pela UFSC; coordenadora dos Projetos de Extensão Balcão do Migrante e Refugiado e Educação em Direitos Humanos para Juventude; coordenadora da Cátedra Sérgio Vieira de Mello/ACNUR-ONU; professora de Direito Internacional da Graduação e Mestrado da Universidade de Passo Fundo; advogada. Mediação: professor Gilmar Bedin.
26 de agosto (sexta-feira)
14h - Exposição/diálogo: Pós-doutorandos(as) e seus temas de pesquisa
16h - Troca de experiências na pesquisa/docência, visando a possibilidade de articular um Tomo, de artigos, sobre temas trabalhados no Programa. Coordenação: doutorandas Mariana Chini e Thaisy Perotto
19h30 - Palestra sobre o tema “Questões democráticas, Direitos Humanos e pleito eletivo”, com transmissão ao vivo pelo canal da Unijuí no YouTube.
Palestrante: Giovani da Silva Corralo - doutor em Direito pela UFPR; professor convidado da Escola de Gestão Pública da Famurs e dos programas de Mestrado da Universidade Agostinho Neto e Universidade 11 de Novembro, em Angola; professor da Graduação e Mestrado da Universidade de Passo Fundo; vice-diretor da Faculdade de Direito da UPF; advogado. Mediação: professor André Copetti.
Nathalia das Neves Teixeira é advogada, pós-graduada em Direito Tributário, pós-graduanda em Direito Civil e Processo Civil e mestranda em Direitos Humanos na Unijuí. Uma mulher negra, que já vivenciou o preconceito, e que foca a sua pesquisa no protagonismo da mulher negra a partir dos sistemas opressores do racismo e do sexismo, fomentados pelo resistente pensamento colonial. A partir da orientação da professora doutora Anna Zeifert, ela busca dar destaque à Justiça Social como um dos instrumentos para assegurar o protagonismo.
“A escolha do tema parte da invisibilidade da mulher negra na sociedade brasileira e da insuficiente presença dos negros no meio acadêmico. Vislumbro nesta pesquisa a oportunidade de fomentar a perspectiva negra em monografias, dissertações, teses e artigos, uma forma de inclusão de autores negros e da historiografia negra dentro da academia”, justifica, completando que, pelo prisma social, quer que a pesquisa sirva como uma ferramenta para melhorar a compreensão da sobreposição do sistema opressor contra a população negra, em especial as mulheres negras, viabilizando questionamentos sobre práticas discriminatórias individuais, institucionais e estruturais.
A pesquisa ocorre num momento em que as denúncias por racismo ou injúria racial no Rio Grande do Sul mais do que dobraram nos primeiros cinco meses de 2022. Foram 47 denúncias desde o início do ano, 135% a mais do que as 20 do mesmo período do ano passado, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-RS).
“Toda a pessoa negra, em algum momento da vida, sofrerá racismo. Inclusive adotei uma frase da jornalista Glória Maria: Nada blinda o negro do racismo. Acredito que os lugares que mais estamos propensos a sofrer racismo é nos ambientes acadêmico e corporativo, porque são lugares que afloram a sensação de competitividade contínua. Uma pessoa negra ocupando o mesmo cargo, o mesmo ambiente de trabalho ou mesmo nível de intelecto da pessoa racista torna-se uma afronta. Por isso acredito que toda pessoa negra enfrentará situações racistas na sua profissão, sejam os olhares, o descaso pelo serviço prestado, comentários racistas e incômodos com a sua presença naquele local de trabalho - fatos, inclusive, já vivenciados por mim”, destacou.
Na opinião de Nathalia, o aumento no número de denúncias deve-se, em grande parte, à tecnologia e às denúncias reiteradas. “Quando eu digo tecnologia, me refiro às redes sociais que permitem a visibilidade dos casos de crimes de injúria racial e racismo em tempo real, através de vídeos, gravações de voz e fotos. Consequentemente, as vítimas diante de grande repercussão encorajam-se para a implicação de responsabilidade penal dos ofensores”, afirma.
A mestranda acrescenta que, embora a maioria populacional brasileira seja negra, o racismo é um sistema estrutural da sociedade, materializando-se através da carência de direitos à população negra e reiteradas práticas discriminatórias individuais, institucionais e estruturais. E que, assim como o racismo, o sexismo é uma edificação social, que estruturou a sociedade na concepção da inferioridade e limitação do gênero feminino.
“Os indivíduos que se privilegiam destes sistemas opressores compõem os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e, por isso, não possuem interesse em proporcionar equidade para os grupos minoritários. Entendo que, enquanto não tivermos uma expressiva representatividade em lugares de tomada de decisão - a exemplo de Universidades, Executivo, Legislativo, Judiciário, multinacionais e demais, infelizmente não poderemos efetivar a promoção da equidade. Inclusive, não acredito em igualdade, mas sim na equidade, em dar às pessoas condições para que todos tenham acesso às mesmas oportunidades, considerando as diferenças individuais. É a partir da ocupação desses lugares por negros, indígenas, mulheres e LGBTQIAP+ que a equidade será promovida”.
Embora concorde com o fato de que ainda estamos longe de ver um grande número de pessoas negras ocupando espaços importantes, como na pesquisa científica, em razão do racismo estrutural que limita a formação de conhecimento dos negros, Nathalia se mostra otimista. “O racismo impede a propagação do conhecimento e da perspectiva negra nas instituições, uma vez que dificulta a inserção desta população nestes lugares de formação de conhecimento. Se o negro não consegue ter formação, não conseguirá ascender, não ocupará lugares de poder e permanecerá na base da pirâmide social. Mas sou esperançosa e acredito que podemos melhorar a nossa sociedade, promovendo a equidade, implementando a diversidade em lugares de tomada de decisão. Contudo, é preciso consciência racial e social para entendermos que o Brasil é um país racista e as pessoas que se omitem diante de atos racistas compactuam com este pensamento”.
Para a mestranda, não é possível falar em uma sociedade antirracista quando os indivíduos não querem se reconhecer como racistas, não se informam sobre o racismo e não entendem o seu privilégio. “É necessário enxergar o racismo, reconhecer os privilégios da sua raça, perceber o racismo internalizado em você e transformar os ambientes que você está - meios acadêmico e corporativo. Inclusive, apoiar as políticas afirmativas direcionadas aos grupos minoritários”, finaliza.
O coordenador do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da Unijuí, professor doutor Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth, acaba de lançar o livro “Monitoração Eletrônica de Pessoas”, com coautoria de Emanuele Dallabrida Mori. Disponível nas versões impressa e e-book, neste link, o livro apresenta resultados parciais do projeto de pesquisa “Os serviços de monitoração eletrônica como condição de possibilidade para a redução da superlotação e superpopulação carcerária no Estado do Rio Grande do Sul”, aprovado no âmbito do Edital nº 05/2019, do Programa Pesquisador Gaúcho (PQG), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).
“O projeto de pesquisa tem como objetivo geral empreender pesquisa quantitativa e qualitativa acerca da monitoração eletrônica de acusados e condenados no Estado do Rio Grande do Sul, a partir de percepções, representações, práticas e impacto para as pessoas monitoradas, visando analisar a efetiva contribuição dos serviços de monitoramento eletrônico para o enfrentamento dos problemas do superencarceramento e da superpopulação carcerária no Estado”, explicou o professor Maiquel.
Os dados apresentados na obra referem-se à etapa da pesquisa de campo, realizada junto aos Institutos Penais de Monitoração Eletrônica do Rio Grande do Sul, a fim de compreender o seu funcionamento, inclusive a articulação e padrões de interação com órgãos de segurança pública e penitenciários em nível estadual - Polícias Militar e Civil, Secretarias de Segurança Pública e Administrações Prisionais, assim como com o Poder Judiciário.
“Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os servidores dos Institutos Penais de Monitoração Eletrônica, onde buscamos compreender como os funcionários representam e vislumbram os propósitos, a eficácia e a utilidade pública dos serviços de monitoração em termos práticos e simbólicos, identificando os discursos, os sentidos e as representações construídos sobre a monitoração e, igualmente, sobre os monitorados”, explica o professor, lembrando que as entrevistas foram realizadas de 27 de setembro a 22 de outubro de 2021, por meio do Google Formulários – procedimento adotado em consideração às restrições impostas pela pandemia de covid-19. Para viabilizar o preenchimento adequado, foram realizadas reuniões com os servidores pelo Google Meet. A equipe de pesquisa também acompanhou, de forma online, esse preenchimento, ficando à disposição dos servidores, em tempo real, para sanar qualquer dúvida.
A interlocução com os Institutos Penais de Monitoração Eletrônica foi mantida mesmo após o período mencionado, a fim de que pudessem ser complementadas as informações fornecidas e aprofundada a compreensão a respeito do funcionamento dos serviços de monitoramento eletrônico de pessoas no Rio Grande do Sul.
A pesquisa de campo foi realizada mediante aprovação do projeto no Comitê de Ética em Pesquisa da Unijuí, consoante cadastro CAAE nº 45327721.5.0000.5350, de 9 de junho de 2021, na Plataforma Brasil. Nesse sentido, a pesquisa foi norteada pelo que preconiza a Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Do mesmo modo, foi submetida à análise do Comitê de Ética em Pesquisa no Sistema Penitenciário da Escola do Serviço Penitenciário do Estado do Rio Grande do Sul (CEPSP-RS), recebendo parecer favorável em 20 de agosto de 2021.
Na tarde da última sexta-feira, 10 de junho, foi realizado o último encontro do Ciclo de Debates sobre Gênero e Direitos Humanos, promovido pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da Unijuí.
A programação teve início no mês de maio e contou com três palestras online: a primeira teve como tema “Imagens de controle e perversão do Direito”, com a doutoranda em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFRGS, Winnie Bueno; e a segunda tratou do “Dispositivo amoroso e casa dos homens: o que não nos contam sobre amor e gênero”, realizada pela doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília, Valeska Zanello. Na sexta-feira, o debate aconteceu em torno da temática “As normas de gênero do direito brasileiro”, a cargo da doutora em Direito, Política e Sociedade (UFSC) e em Psicologia, Grazielly Alessandra Baggenstoss.
A convidada explicou que uma das suas inquietações, na área da pesquisa, era entender onde estava o sujeito no Direito - área em que realizou a sua graduação, especialização, mestrado e doutorado. Ela buscou entender como a formação em Direito estava produzindo determinadas verdades, condições de violência que acabavam sendo naturalizadas. E foi para o doutorado em Psicologia que ela levou a sua inquietação, onde trabalhou os processos de violência enfrentados pelas mulheres no sistema de justiça, a fim de saber por que elas eram revimitizadas.
“Normas de gênero são normas sociais, que muitas vezes respeitamos de forma inconsciente, sem questionarmos. São elas que geralmente vão orientar a lógica da feminilidade, da masculinidade, dependendo do nosso corpo”, destacou.
O debate foi acompanhado por estudantes de graduação, mestrado e doutorado, a partir do Google Meet.
O Programa de Pós-Graduação em Direito da Unijuí está com inscrições abertas para seleção de estudante eventual nos cursos de Mestrado e Doutorado em Direitos Humanos, para ingresso no segundo semestre.
Interessados podem conferir o edital e realizar a inscrição em unijui.edu.br/ppgd, até o dia 30 de junho, mediante o envio por e-mail, para o endereço ppgd@unijui.edu.br, do formulário de inscrição e da documentação exigida.
No curso de mestrado, linha de pesquisa Fundamentos e Concretização dos Direitos Humanos, há cinco vagas em cada uma das seguintes disciplinas: Direitos Humanos, Violência e Controle Social; Direitos Humanos e Diversidade de Gênero; Direitos Humanos e Tecnologias de Informação e Comunicação e O Sistema de Justiça e suas Instituições. Na linha de pesquisa Democracia, Direitos humanos e Desenvolvimento também há cinco vagas em cada uma das seguintes disciplinas: Direito Internacional dos Direitos Humanos; História, Memória e Direitos Humanos; Estado, Sociedade Civil e Cidadania no Brasil e Direitos Humanos, Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Já no curso de doutorado, há quatro vagas em cada uma das seguintes disciplinas: Seminário sobre Direito das Minorias, Biopolítica e Mobilidade Humana e Seminário sobre Direitos Humanos, Bioética e Dignidade Humana, na linha de pesquisa Fundamentos e Concretização dos Direitos Humanos. Da mesma forma, nas disciplinas de Seminário sobre Novos Direitos, Ordens Jurídicas não Estatais e Cidadania e Seminário sobre Direitos Sociais, Espaços Urbanos e Desigualdade, na linha de pesquisa Democracia, Direitos humanos e Desenvolvimento.
A lista dos candidatos selecionados será disponibilizada até o dia 1º de julho, na página do programa. Já a matrícula será realizada de forma online no início do mês de julho, em data a ser informada.
Mais informações na Secretaria do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito, pelos telefones 55 3332-0545 ou 3332-0200 - ramal interno 3510, pelo e-mail ppgd@unijui.edu.br e na página do programa.
O estudante Mauro Cipriano é o primeiro indígena a se tornar mestre pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito, no curso de Mestrado em Direitos Humanos da Unijuí.
Orientado pela professora doutora Elenise Felzke Schonardie, Mauro, que é Kaingang, defendeu na última terça-feira, 17 de maio, a dissertação “Língua-mãe (Mynh): a língua Kaingang como instrumento para valorização e revitalização da cultura do povo indígena Kaingang de São Valério do Sul - RS”, obtendo conceito A da banca avaliadora.
A dissertação versou sobre a temática da educação indígena Kaingang sob o olhar dos direitos humanos, com ênfase na valorização da educação na língua materna Kaingang no Instituto de Educação Indígena Ângelo Manhká Miguel, de São Valério do Sul, no Rio Grande do Sul. O objetivo da pesquisa foi demonstrar a importância singular da língua materna na escola indígena, como instrumento para o fortalecimento da língua-mãe e da cultura Kaingang, de modo a garantir sua valorização e revitalização.
Suas conclusões demonstraram a relevância ímpar da existência e do trabalho realizado pelo Instituto de Educação Indígena em língua Kaingang em nível de formação de professores bilíngues, visto que isso é fundamental para a manutenção da cultura e revitalização da língua materna entre os Kaingang do Sul do Brasil, tendo como base os direitos humanos, a fim de visibilizar a demanda indígena e a promoção da língua-mãe entre os Kaingang.
A banca examinadora foi composta pelos professores doutores Fabiana Raquel Lopes Sparemberger (FURG), Bruno Ferreira (IEEIAMM, primeiro indígena a concluir o Doutorado em Educação pela UFRGS 2020) e Ivo dos Santos Canabarro (Unijuí).
Teve início na tarde de sexta-feira, 13 de maio, o Ciclo de Debates sobre Gênero e Direitos Humanos, promovido pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da Unijuí. O evento é o primeiro de uma série de três encontros que terão sequência no mês de junho.
A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFRGS, Winnie Bueno, foi a responsável pela abertura, com a palestra “Imagens de controle e perversão do Direito”. Conforme explicou, fazendo referência à professora de sociologia negra Patricia Hill Collins, imagens de controle são representações específicas de gênero para pessoas negras, que se articulam a partir de padrões estabelecidos no interior da cultura ocidental branca eurocêntrica. Logo, elas possuem o intuito de ditar a forma como a sociedade lerá essas mulheres negras e normatizar como elas devem se portar.
Durante a palestra, Winnie afirmou que o preconceito contra mulheres e negros ocorre ao mesmo tempo, fazendo com que não seja alterada a estrutura depreciadora. “Os sistemas de poder racista e sexista acontecem de forma simultânea e interconectada, para perpetuar padrões e assegurar que os dominadores fiquem no poder”, comentou.
Essa dominação é imposta, geralmente, por homens brancos, ditando ao longo da história o local ao qual uma mulher negra pertence. “As estruturas de poder têm papel significativo para moldar essas imagens de controle. Por exemplo, quando a gente olha o complexo opressor contra mulheres negras podemos citar a exploração no trabalho, a supressão de direitos e privilégios, ou ainda a manutenção de imagens de controle, que partem das ideologias sexistas e racistas”, completou.
O próximo debate do Ciclo ocorre no dia 3 de junho, às 14h. A convidada será a doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília, Valeska Zanello, que realizará a palestra “Dispositivo amoroso e casa dos homens: o que não nos contam sobre amor e gênero”.
No dia 10 de junho, também às 14h, ocorre o último debate, intitulado “As normas de gênero do direito brasileiro”, com a doutora em Direito, Política e Sociedade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e em Psicologia, Grazielly Alessandra Baggenstoss.
Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí
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