O curso de Medicina da Unijuí inicia, nesta semana, as atividades da disciplina de Clínica Médica I, com atendimento a pacientes em ambulatórios de diferentes especialidades. E para marcar o momento, um encontro de acolhimento foi realizado nesta terça-feira, dia 13 de abril, com os estudantes, junto ao auditório do Hospital Bom Pastor.
A disciplina permitirá que os pacientes sejam avaliados pelos acadêmicos, sob a supervisão direta de professores médicos especialistas. Os ambulatórios, localizados no Hospital Bom Pastor e Hospital de Caridade de Ijuí (HCI), são espaços onde são desenvolvidas as atividades de ensino de clínica médica. Neste momento do curso, referem-se a atividades clínicas de consultas médicas especializadas nas áreas de pneumologia, dermatologia, cardiologia, hematologia, reumatologia, gastroenterologia, endocrinologia, nefrologia e neurologia. Os agendamentos são realizados pelos hospitais.
“Não há dúvidas de como essa parceria entre a Universidade e os hospitais é importante. Ressalto a responsabilidade que os acadêmicos assumem a partir de agora, ao ter contato direto com os pacientes. Do cuidado necessário com o outro e com problemas que podem ter uma proporção muito maior a outra pessoa. Falamos de responsabilidade e de sensibilidade”, destacou a vice-reitora de Graduação da Unijuí, professora Fabiana Fachinetto.
Em sua fala, a diretora executiva do Hospital Bom Pastor, Rosane Schiavo, afirmou que o dia é importante não apenas para a turma e para a Unijuí, mas para o hospital, já que pela primeira vez são recebidos acadêmicos do curso de Medicina. Ela lembrou que, no próximo mês, a Instituição comemora 40 anos.
O presidente do complexo, Martinho Kelm, destacou o empenho que teve, quando ainda era reitor da Unijuí, ao lado de outras tantas pessoas, para que o curso de Medicina fosse uma realidade no município. Ele ressaltou que, a partir de agora, o hospital trabalha para colocar em funcionamento seu centro de oftalmologia - que será um dos melhores do interior do Estado; para tornar-se referência em diagnóstico e para ter uma unidade dedicada ao diagnóstico precoce do câncer. Todas áreas promissoras aos futuros médicos.
O professor Guilherme Heuser destacou que os docentes esperam o comprometimento de todos os estudantes frente à experiência que se inicia, compromisso assumido pelos estudantes. “Agradeço à recepção que tivemos. Em uma tarde, pudemos perceber que este momento foi, de fato, preparado para nós. É algo bastante esperado por todos e terá, sim, nosso comprometimento”, reforçou a acadêmica Amanda Lasch Machado.
Segundo a professora Cheila Eickhoff, responsável pela Unidade de Clínica Médica do curso, o atendimento ambulatorial dos pacientes pelos estudantes é um passo importante na formação médica, de aplicação e consolidação dos conhecimentos transmitidos pelos professores, além de aprimorar as habilidades nos procedimentos necessários à prática clínica.
Os acadêmicos vão atender uma grande diversidade de doenças, supervisionadas pelos professores, com foco na investigação clínica e complementar, tratamento e encaminhamento. Atividade que concentra grande expectativa dos educadores - caso do professor Daniel Schroeder. Conforme aponta, é nos ambulatórios que os estudantes começarão a compreender que nem sempre os casos são como os “descritos nos livros”. “É no atendimento frente a frente com o paciente que a medicina deixa de ser exclusivamente ciência e passa a ser também uma arte. E que os especialistas das diversas áreas poderão ampliar a visão dos estudantes, fazendo-os raciocinar não apenas no caso em particular, que está sendo discutido, mas nas consequências, complicações e complexidades que casos simples poderão atingir futuramente, caso não sejam manejados de forma adequada”, explica.
Para o professor Jorge Brust, coordenador do curso de Medicina, chegamos aos momentos de retorno à comunidade, já que o curso foi estabelecido por desejo e compreensão da sua importância para a saúde local e regional, entidades ligadas à saúde e movimentos políticos e sociais. "Os estudantes passam a ter contato com os pacientes, a entender seus problemas, discutir com os professores e apresentar encaminhamentos para a solução das questões de saúde, que sempre envolvem a pessoa e seu meio. Também agora estamos no momento de avaliar o comprometimento de todas as entidades e forças políticas neste projeto, em que todos precisam demonstrar a disposição de contribuir e investir para continuarmos evoluindo, com excelência do curso."
Coordenadora pedagógica do curso, a professora Heloísa Eickhoff destaca que as atividades ambulatoriais marcam uma nova fase do curso de Medicina, pois os alunos começam a fazer os procedimentos médicos, sendo supervisionados pelos professores. “As expectativas são muito boas. As atividades ambulatoriais são muito aguardadas por toda turma e organizamos com muito cuidado para que, além de um ensino de qualidade, os pacientes e toda comunidade possam se beneficiar. Certamente é um avanço importante para Ijuí e região.”
O curso de Medicina está no terceiro ano e conta com um corpo docente de 52 professores, já organizando os próximos semestres.