Na quarta-feira, 26, aconteceu, no campus Unijuí de Santa Rosa, a 1ª edição do CinePsi, evento organizado pelo Centro Acadêmico de Psicologia. Os estudantes tiveram a oportunidade de debater e analisar aspectos do psíquico, presentes no filme “Coringa”, juntamente com os professores Marcelo Rigoli e Íris Fátima Alves Campos.
“Esta é a 1ª edição do evento e está seguindo o tema da aula inaugural, no qual debatemos o papel social do psicólogo. Parabenizo os estudantes que fazem parte do Centro Acadêmico de Psicologia, e que estão empenhados para realizar um bom trabalho”, disse a coordenadora do curso de Psicologia - campus Santa Rosa, Simoni Fernandes.
De acordo com o professor Marcelo, é interessante analisar inicialmente quem é Arthur Fleck, como cidadão, filho e Coringa, e também, as questões sociais representadas, para entender os acontecimentos da trama. “O filme aborda diversas questões sociais que contribuem para os desfechos. O personagem principal enfrenta a precariedade no serviço de saúde mental, quando não é atendido pelo profissional correto e ainda perde o auxílio. Podemos também fazer uma análise sociológica do que está acontecendo, então fica clara, a questão da luta de classes, quando temos uma camada da sociedade vivendo uma vida de luxo, enquanto a camada trabalhadora, está sofrendo cada vez mais”, argumenta Marcelo.
O personagem tem uma série de traumas que o seguem por toda a vida, e foram desenvolvidos desde a sua infância, como, por exemplo, trauma psicológico, levando em conta que Arthur foi negligenciado emocionalmente, além das privações físicas e emocionais.
A professora Íris, escolheu uma cena marcante do filme para o debate. Arthur está em um ônibus e começa a brincar com uma criança que está sentada no banco à sua frente, até o momento em que a mãe proíbe o protagonista de interagir com o filho, que estava gostando das brincadeiras do palhaço. Arthur tenta se justificar e em seguida começa a gargalhar e chorar ao mesmo tempo, pois o personagem sofre da síndrome pseudobulbar, a qual, o indivíduo não consegue controlar suas reações.
“O riso descontrolado é o que ele engoliu e não conseguiu dizer, é um mix de riso e choro. Antes de ser um vilão, ele é um sujeito, por isso é tão importante que nós, como psicólogos, não compremos respostas prontas, nós não podemos parar de investigar para diagnosticar. Nós, quanto profissionais, precisamos ouvir mais”, disse Íris.
Os estudantes presentes no 1º Cinepsi realizaram a doação de materiais de higiene que serão repassados para o Centro de Atenção Psicossocial de Santa Rosa.