Uma série de matérias está mostrando um pouco do trabalho dos grupos de estudos em desenvolvimento no Campus Santa Rosa. Conheça o Grupo de Estudos do curso de Psicologia.
Escutar é uma especificidade no campo do fazer psicológico, mas vai ganhando generalidade nas práticas das ciências em geral, sejam ligadas à saúde, à educação, às ciências jurídicas, entre outras. Escutar o outro e reconhecer sua alteridade vai tomando importância nas profissões. Na psicanálise a posição de quem escuta está determinada pela formação do analista, tanto pela abordagem que fará das psicopatologias, quanto pelo perfil que tomará sua prática.
Com esta premissa o grupo de estudos “A Escuta Clínica”, visa intensificar a pesquisa no espaço clínico, reconhecer a proposta técnica da psicanálise a partir da regra de “associação livre”, estudando os textos que evidenciam esta proposta. Estão inseridos no Grupo os estudantes que atuam na Clínica de Psicologia da Unijuí, em Santa Rosa, os encontros são quinzenais, nas quartas de tarde, no mesmo local.
Segundo o Projeto do Grupo, para apresentar o tema é necessário distinguir o que é ouvir para ter dados, para negociar, dar lugar ao outro no intuito de atingir metas e para cumprir com nossas expectativas. Neste sentido ouvir é para no fim das contas colocar o outro na ordem do nosso domínio. De certo modo, ouvir é dar lugar ao outro, mas frequentemente levado ao campo de batalha onde previamente se tem o que ganhar ou perder. Do outro lado notamos uma escuta que pretende manter-se reserva total, que entra num sentido avesso a qualquer intenção de comando. Uma escuta sem críticas, sem preconceitos, ou como diria Lacan, “sem pretender soluções”. Não direcionando a um suposto bem nem ao melhor. Por isto, neste Grupo de Estudos pretende-se identificar elementos característicos deste tipo de escuta na formação, remetendo a momentos distantes entre si nos quais se sustentam modos de escutar orientados por princípios equivalentes.
Os estudos do Grupo, dessa forma, aproximam-se da temática da técnica psicanalítica, cujos princípios norteadores estão especificados nos escritos de Freud. Assim, em textos como “A interpretação dos sonhos” (1900), “Psicopatologia da vida quotidiana” (1901), “Fragmentos da análise de um caso de histeria” (1905), entre outros, estabeleceu os princípios para dar um lugar destacado à palavra.