Na última quarta-feira, 1º de novembro, o curso de Pedagogia da Unijuí promoveu uma aula aberta, sob a coordenação da professora Eulália Beschorner Marin. Durante o encontro, foi realizada uma ‘roda de conversa’ sobre o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) “Violências corporais e sexuais infantis: movimentos jurídicos e pedagógicos de proteção”, de autoria da estudante do curso, Júlia Herter Schneider, e orientação da professora Maria Simone Vione Schwengber.
Realizado de forma online, via Google Meet, o encontro contou inicialmente com o relato da estudante Júlia, que se deparou com o tema ao ser bolsista de Iniciação Científica CNPq. “Foi quando eu comecei a conversar sobre os diferentes tipos de violências com a professora Simone e com o grupo de estudos. O tema me tocou muito, desde o início, e decidi aprofundá-lo no TCC”, comentou a estudante.
Foi então que Júlia se encontrou com a história de Carolina - nome fictício dado a uma menina que foi violentada na infância e que acabou totalmente desamparada pela família e pelo Estado, aqui representada pela Escola. “Filha de mãe solo, Carolina tinha as tias, mas não a figura do pai. Ela foi violentada dos 5 aos 8 anos, quando, diante de uma nova tentativa do seu primo, decidiu contar às suas tias, que não acreditaram. Ela levou à escola, que lhe ouviu, mas que não reconheceu a denúncia”, relatou.
O caso é apenas um entre tantos. Conforme dados do 16º Anuário de Segurança Pública, o estupro de vulneráveis no Brasil chegou a 45.994 em 2021. Mais de 61,3% das vítimas tinham até 13 anos, sendo que 76,6% dos estupros foram cometidos dentro de casa e 82,5% cometidos por conhecidos da vítima.
O objetivo do TCC é discutir as questões das violências e, de modo particular, as violências corporais e sexuais cometidas contra as crianças brasileiras, problematizando os movimentos jurídicos e pedagógicos contemporâneos.