Relato de Vanessa Faoro, acadêmica de Matemática – Licenciatura da UNIJUÍ/Campus Santa Rosa, que realizou intercâmbio na Universidade Autônoma de Madrid, no primeiro semestre de 2011
Sou acadêmica do 7° semestre do Curso de Matemática - Licenciatura, Campus Santa Rosa, estou realizando um período da minha graduação na Universidade Autônoma de Madri – Espanha, no segundo semestre letivo da Universidade de destino. O intercâmbio visa o crescimento pessoal e profissional, troca de experiências, interação com outras realidades e um aprendizado mais amplo com alargamento dos horizontes. Como acadêmica, sempre estive envolvida com a Universidade, momentos únicos de interação e crescimento na minha carreira. É isso que eu quero para a minha vida, apreender, compreender e sentir-me parte integrante desse grande grupo de alunos acadêmicos, que estão em busca do futuro profissional, tanto quanto crescimento pessoal, como na educação através do intercâmbio. Cheguei em Madrid no dia 24 de janeiro, uma cidade muito linda e encantadora por sua beleza e história, com pessoas acolhedoras e muitos lugares maravilhosos para conhecer, como museus, teatros, grandes praças, entre outros. Quando se fala em intercambio, pensamos logo em todas as coisas boas que proporciona com língua, cultura, religião, enfim, algo que irá nos acrescentar em nossas vidas. Na primeira semana de aula, tudo novo, professores, colegas, métodos de ensino, relação professor e aluno, e nos demos conta de que estamos realmente em outro continente. Em sala de aula, meus colegas disciplinados, centrados, fissurados por aquilo que estão aprendendo. O professor no quadro sério passando seu conteúdo, através de deduções e teorias, demonstrações de uma forma bem algébrica. Então me surgem dúvidas, será que sempre será assim? Onde estão as listas de exercícios? Foi então que me deparei com uma diferença de metodologia de ensino. Como? Não se trabalha muito com números? Nesse momento fui apresentada ao meu primeiro desafio Matemáticas y sus teoremas, onde é uma questão de adaptação, mas ninguém disse que seria fácil. Se tratando de sala de aula, participei das aulas de Matemática em uma escola pública aqui de Madrid – IES Mariano José de Larra, uma escola encantadora, com vários recursos tecnológicos e didáticos, com 746 alunos, divididos em 24 grupos. A escola foi fundada no ano de 1979. Participei das aulas com alunos de 13 a 15 anos, no qual abrange a turma 1º ESO (Educação Secundária Obrigatória). O objetivo da participação foi de analisar o método de ensino utilizado pelo professor em suas aulas de Matemática e o envolvimento dos alunos sobre o mesmo. Além da participação, darei aulas em maio para essa mesma turma, desenvolvendo uma Atividade Matemática. Na Espanha o estudo das matemáticas é relativamente forte e significante, me encantou o entusiasmo e a capacidade dos alunos para tal conteúdo. São muito eficientes, tem um bom raciocínio lógico e são muito disciplinados, do decorrer das aulas pude perceber várias regras e organização que se tem dentro da sala de aula. Em Madrid se tem uma das maiores exposições de Ciências do Mundo, e que no momento dá ênfase às Matemáticas, chamadas “Imaginary – uma mirada Matemática”. A exposição mostra a convergência entre a álgebra e geometria, onde um desenho pode ser compreendido através de uma equação. Retorno ao Brasil no dia 30 de junho, quando termina o segundo semestre da universidade. Já se passaram mais de dois meses e vejo que minha mudança até o momento é gigantesca, começo a analisar e dar valor a pequenas coisas que tinha e não me dava conta de tão importante que eram. Desde um simples abraço dos meus pais, das risadas com os amigos, de momentos em sala de aula inesquecíveis. Saudade dos meus professores, colegas, amigos, primos, tios e nona e mais que tudo da minha família, que é alicerce para a nossa caminhada, tanto pessoal quanto profissional. Agradeço primeiramente a Deus e a todos que me ajudaram a realizar esse sonho, em especial pela oportunidade, através da Unijuí, e principalmente minha grande família, meus irmãos, cunhado, cunhada e afilhada, mas especialmente meus pais, sem o apoio deles esse sonho não teria se tornado realidade. Família é nosso porto seguro, eles estão no meu lado nos momentos de desespero e angústias por estar em outro continente, outra língua, outro aprendizado, convivendo com pessoas que são do mundo inteiro. Obrigada a todos que me apoiaram e que estão me apoiando nessa fase que estou vivendo, a qual certamente será lembrada pelo resto da minha vida.
|