Com uso da Realidade Virtual, pesquisa avalia importância da neuroarquitetura e da entrevista para a elaboração de projetos residenciais - Unijuí

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Recentemente graduado no curso de Engenharia Civil da Unijuí, Lucas José Fernandes percebeu, ao longo do curso, que havia uma lacuna muito grande quando se falava na compreensão das necessidades dos clientes para a criação dos projetos arquitetônicos residenciais. A vontade de explorar o tema se fortaleceu durante o período da pandemia de covid-19, que levou as pessoas a permanecerem em isolamento em suas casas.

“Foi então que procurei mostrar e compreender como uma residência pode influenciar no comportamento dos seus usuários, afetando de forma positiva ou negativa tanto o seu estado físico quanto psicológico”, explicou o agora engenheiro civil, que abordou o tema no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), intitulado “A importância da neuroarquitetura e da entrevista investigatória para a elaboração de projetos residenciais".

Outro motivo que o levou à escolha do tema foi a oportunidade de mostrar a necessidade de o engenheiro conhecer os fenômenos de projetos que podem influenciar no comportamento dos usuários após a construção de uma edificação, de forma a identificar estes pontos e adaptá-los à necessidade do cliente que o procura.

Para produção do TCC, Lucas realizou, inicialmente, uma revisão da bibliografia e dos conceitos que fundamentam o tema de estudo, trazendo conceitos e técnicas de aplicação da neuroarquitetura, da normativa e da legislação que envolvem a adequação de ambientes para a projeção e construção, além de problematizar o tema com a finalidade de mostrar sua relevância de estudo e impacto na sociedade. Lucas desenvolveu, então, o embasamento teórico a respeito dos assuntos que envolvem a projeção de edificações e a influência diante de seus habitantes, com o intuito de mostrar a necessidade de projetar uma residência pensada com a personalidade dos futuros habitantes.

Em seguida, foi realizada uma entrevista de anamnese que serviu de apoio para a obtenção dos resultados esperados da pesquisa. Este questionário foi utilizado durante a entrevista de investigação, juntamente com as diferentes condições de ambientes de projetos que foram feitos para acompanhar o entrevistador e o entrevistado. Segundo Lucas, foi necessário realizar a projeção de diferentes cenários de cômodos de uma residência, que foram classificados em diferentes níveis de complexidade para validação da entrevista, pois o entrevistado passou por uma imersão nestes ambientes através de Realidade Virtual (RV) para expressar ao entrevistador suas percepções com a ideia de projeto.

Após a elaboração dos projetos de ambientes de uma residência, foi feita a aplicação da entrevista investigatória. Aqui, ele  buscou identificar e analisar os diferentes perfis entrevistados e mostrar através da análise dos dados a importância de entender o entrevistado e mostrar como um ambiente pode ter influência sobre suas emoções e afetar sua qualidade de vida.

“Ficou evidenciada a importância de ouvir as queixas e os desejos das pessoas com relação ao projeto de uma residência, pois muitos nunca haviam sido questionados sobre o assunto e não tinham compreensão da magnitude que é refletir sobre os desejos no lar, algo que é tão singular e importante. Ficou clara a eficácia da aplicação da entrevista nos voluntários, em função dos relatos dos participantes durante a primeira etapa da entrevista, quando estes passaram a verbalizar pontos particulares pertinentes de atenção, onde expressam suas preocupações, suas condições de vida atuais e anseios para um novo projeto”, explicou.

A pesquisa apresentou a contribuição inovadora da Realidade Virtual associada à técnica da entrevista investigatória e da neuroarquitetura, para que fosse possível a compreensão dos perfis dos entrevistados e a possível identificação de padrões, costumes, preferência e insatisfações com relação às suas condições atuais de vida e relação com as percepções individuais dos ambientes projetados.

“Diante da obtenção dos resultados, ainda é possível destacar a necessidade de realizar mais estudos relacionados ao assunto, fazendo, por exemplo, a aplicação do equipamento de eletroencefalograma (EEG) como ferramenta para mapeamento dos sinais elétricos cerebrais captados em visualização simultânea aos estímulos visuais transmitidos em Realidade Virtual e, posteriormente, realizar um comparativo das percepções visuais dos entrevistados com os sinais elétricos cerebrais mapeados pelo equipamento”, finalizou.

Lucas quer seguir seus estudos e já planeja o ingresso no mestrado, para atuação no Ensino Superior. 


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