Professoras da Unijuí compartilham experiências sobre a formação em Justiça Restaurativa na Escola Municipal Deolinda Barufaldi - Unijuí

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Na última sexta-feira, 12 de maio, as professoras do curso de Direito da Unijuí, Ester Hauser e Patrícia Borges Moura, participaram de um encontro na Escola Municipal de Ensino Fundamental Deolinda Barufaldi, onde estiveram presentes o deputado estadual Jeferson Fernandes e o vereador Beto Noronha. Aos representantes dos Poderes Legislativos do Estado e do Município, foram relatados os resultados do trabalho que vem sendo desenvolvido no educandário e que prevê a implantação da Justiça Restaurativa.

As docentes da Unijuí desenvolvem, desde o início do ano, a formação de 40 professores da escola sobre Práticas Restaurativas e Mediação de Conflitos, por meio de um curso de extensão de 40 horas/aula. A atividade faz parte do projeto “Práticas Restaurativas e Mediação de Conflitos nos ambientes escolares: ações de formação e assessoramento para professores de escolas públicas do Município de Ijuí”, contemplado com recursos do Fundo Estadual da Criança e do Adolescente (FECA) e elaborado em conjunto pelos Projetos de Extensão Cidadania para Todos e Conflitos Sociais e Direitos Humanos, além do projeto vinculado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da Unijuí, Diálogos: Tecendo Vidas sem Violência de Gênero.

Ao falar sobre a formação, a professora Ester Hauser, que coordena a iniciativa, recordou que sempre foi muito angustiada com os resultados das práticas punitivas tradicionais, que acabam, na maioria das vezes, duplicando a violência e excluindo os sujeitos, sem oferecer uma solução de cura. Desde 2005, ela dedica-se ao estudo da Justiça Restaurativa, que ganhou força em Ijuí após a formação de um grupo de estudos. “A Justiça Restaurativa é mais do que um método, é uma pedagogia que serve não apenas para enfrentarmos situações difíceis, mas como uma estratégia poderosa de construção da cultura de paz, da democracia e dos direitos humanos”, disse, lembrando que o diferencial da formação está em propor uma discussão sobre os fundamentos da Justiça Restaurativa aos participantes, começando pela comunicação não violenta e passando por práticas que podem ser utilizadas em qualquer situação.

Diretora do educandário, a professora Elisandra Baiotto explicou que a Escola Deolinda recebe muitos estudantes com baixa ou baixíssima renda, que possuem diversos problemas ligados à violência e, até mesmo, à drogadição. Entre os anos de 2017 e 2018, foram realizados círculos de Justiça Restaurativa na escola e, depois, cinco professores participaram da formação para serem facilitadores. Após a pandemia, observou-se um cenário diferente, de violência e de bullying entre os estudantes, e de fragilidade da saúde mental entre os professores. Foi então que a equipe viu a necessidade de receber uma formação em Justiça Restaurativa para todos os educadores, a fim de lidar com essas questões.

“Eu e minha coordenadora realizamos uma formação para sermos facilitadoras. Mas entendemos, em conversas no ano passado, que seria necessária uma formação para os professores em Justiça Restaurativa. Para que eles também entendessem que, por trás de um comportamento, existe a necessidade de ser ouvido, acolhido. Existe a necessidade de um abraço, de comida. Necessidades que passam despercebidas. Agora, estamos engatinhando no curso. Precisamos saber lidar com as nossas emoções e ter o olhar para entender as necessidades dos outros", relatou a diretora, lembrando que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) também trouxe a necessidade de trabalhar competências socioemocionais com estudantes do Ensino Fundamental. 

A cultura da Justiça Restaurativa vem sendo difundida nas escolas municipais de Ijuí através do Programa Conexões de Justiça Restaurativa, coordenado por Cristiane Barasuol, e que está em sintonia com o projeto desenvolvido na Unijuí. As ações foram compartilhadas com os convidados e o deputado estadual, Jeferson Fernandes, não só elogiou o trabalho, como prometeu a destinação de emenda, via Fundo Estadual da Criança e do Adolescente, para fortalecer o projeto que vem sendo desenvolvido. “Me comprometo a articular o valor de R$ 50 mil para este projeto, pois entendo que o momento da história brasileira e mundial exige que as pessoas sejam transformadas e que a cultura da paz seja difundida”.




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