A violência contra mulher muitas vezes não deixa marcas visíveis. Em muitos casos as mulheres que são vítimas de agressões, que podem ser desencadeadas por meio de atitudes, palavras ou comportamentos abusivos, sofrem caladas, por vergonha, medo ou por não saber a quem pedir socorro.
Segundo dados apontados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizado pelo Instituto Datafolha, no ano passado 27,4% das brasileiras acima dos 16 anos passaram por algum tipo de violência, ou seja, 16 milhões de mulheres entraram nessa estatística em 2018.
De acordo com a professora do curso de Direito da Unijuí e mediadora do painel, Joice Gracieli Nielsson, o debate sobre violência contra a mulher é imprescindível e deve ser feito por toda a sociedade, homens e mulheres. “Seu enfrentamento deve se dar por parte das instituições, como o Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil e Militar, mas também deve englobar ações dos órgãos públicos, como Município, Estado, e entidades da sociedade civil. A partir de uma ação em rede, que envolva todos os setores da sociedade e que trabalhe em três pontos: na punição ao agressor, no atendimento e suporte à vítima e sua família, e por fim na prevenção, o que se dá pela educação para o respeito e igualdade. Somente se toda a sociedade abarcar estas três esferas de atuação é que poderemos alcançar resultados satisfatórios no futuro”, destaca.
Durante a noite de quinta-feira (25), a Unijuí Santa Rosa sediou um importante debate sobre a violência contra a mulher. Na oportunidade participaram da discussão a Delegada da Mulher, Josiane Froehlich, Promotora de Justiça, Cristiane Mello de Bona, Juíza de Direito, Vanessa Trevisol e a Juíza do Trabalho, Raquel Nenê.
Joice ressaltou no evento que enquanto pesquisadora do tema dentro de um Programa de Pós-Graduação em Direito, seu papel é aprofundar o conhecimento sobre a desigualdade de gênero, desenvolvendo estudos que possam ajudar a conscientizar as pessoas, ajudando a compreender como esse processo se desenvolveu ao longo do tempo, como ele se consolidou, quais são as suas origens e causas, e com isso, ajudar a pensar e a propor alternativas para o seu enfrentamento eficaz e significativo.
“Com certeza não conseguiremos ter uma sociedade mais justa e igualitária sem superarmos a desigualdade e a violência de gênero. Portanto, todos devem se engajar nesta causa”, destaca a professora do curso de Direito da Unijuí.
Na oportunidade a professora Joice também realizou o lançamento e sessão de autógrafos de seu livro “Mulheres e Justiça: Teorias da justiça da antiguidade ao século XX sob a perspectiva crítica de gênero”.
O Painel “Elas por Elas” foi promovido pelo Grupo de Mulheres Empreendedoras de Santa Rosa e contou com o apoio do curso de Direito da Unijuí, Campus Santa Rosa. Participaram do evento autoridades, comunidade regional, estudantes e professores do curso de Direito.