Entre os meses de setembro de 2021 e julho de 2022, foi desenvolvido um processo de capacitação de lideranças no município de Boa Vista do Cadeado, a partir do tema “Desenvolvimento e Sustentabilidade: a efetivação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 no município”. A iniciativa parte do Poder Executivo e da Unijuí, por meio do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade (PPGSAS) e do Observatório de Direitos Humanos do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito.
Contando com a participação de lideranças municipais, conselheiros, professores, estudantes e membros da comunidade, a qualificação foi desenvolvida em três momentos: o primeiro focou nos estudos e reconhecimento da Agenda 2030 e dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e sua implementação no âmbito municipal. O segundo bloco de estudos foi sobre a realidade local, unindo teoria e prática, onde participaram estudantes e professores do curso de Agronomia, desenvolvendo estudos de diagnóstico e pesquisa de campo; e o terceiro tratou de análises e desafios frente à realidade local, com a possibilidade de contemplar projetos para o município, com recursos orçamentários ou projetos específicos que serão desenvolvidos.
A municipalização da Agenda 2030 corresponde ao processo de localização dos ODS no município, por meio da criação, realização, acompanhamento e difusão de projetos em prol do desenvolvimento sustentável da cidade, percebida como bem comum por agentes públicos, privados e sociedade civil.
Conforme destaca a Organização das Nações Unidas - ONU, os ODS constituem um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão conclamando e contribuindo, a fim de atingir a Agenda 2030 no Brasil.
A Agenda é um plano de ações para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Ela também busca fortalecer a paz universal com mais autonomia para as pessoas. Todos os países e todas as partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, implementarão este plano. Neste sentido, a Unijuí buscou promover os saberes locais e sua responsabilidade e conexão com as mudanças globais pela sustentabilidade. Nesta jornada coletiva, assume-se o propósito de que ninguém seja deixado para trás.
Entre os temas priorizados na qualificação, e respeitando as características do município, deu-se início à Análise Diagnóstico de Sistemas Agrários, uma metodologia que permite identificar limites e potencialidades dos diferentes sistemas de cultivo e criação e, a partir disso, possibilita apresentar proposições de melhorias para os diferentes tipos de sistemas de produção encontrados, de acordo com a expectativa dos agricultores, bem como propor linhas estratégicas de desenvolvimento para a agricultura municipal.
Outros eixos estarão presentes no seguimento da construção da agenda, envolvendo aspectos do urbanismo, do saneamento básico, da agroindústria e do comércio local, sempre buscando assegurar prosperidade para as pessoas que vivem no município, com qualidade de vida para presentes e futuras gerações.
A iniciativa contou com a presença dos gestores públicos locais, especialmente do prefeito e vice, João Paulo e Juquinha, e do desejo, compromisso e projeto para o desenvolvimento sustentável no município.
Como encerramento, foi realizada uma assembleia de apresentação de resultados desta etapa, com entrega de certificado aos participantes do curso.
O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí está com inscrições abertas para o curso de Mestrado, até o dia 29 de julho. Conforme consta no edital, serão ofertadas até 15 vagas. Interessados podem se inscrever em unijui.edu.br/ppgsas, clicando no botão Processo Seletivo e Matrícula.
O programa tem uma abordagem interdisciplinar, intrínseca à área de Ciências Ambientais, o que significa o desenvolvimento de ciência e inovação na resolução de grandes problemas socioambientais. O curso de Mestrado dedica-se à pesquisa com visão sistêmica e multidisciplinar e busca analisar e compreender as relações entre sistemas naturais e produtivos, abordando as dimensões ambientais, sociais, econômicas, culturais e produtivas, visando a geração de conhecimento para solucionar ou minimizar os impactos negativos gerados pelo desenvolvimento.
Podem se inscrever na seleção graduados nas áreas de Ciências Ambientais, Agrárias, Biológicas, da Saúde, Sociais, Química e Tecnológicas Aplicadas e/ou áreas correlatas. Os candidatos podem optar por uma das duas linhas de pesquisa: Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - que busca analisar o processo de desenvolvimento a partir do espaço natural e do histórico de ocupação e uso; e Qualidade Ambiental em Sistemas Produtivos - baseado no aprofundamento científico e na construção de processos inovadores voltados à prevenção e solução de problemas socioambientais.
Os inscritos passarão por processo seletivo, que conta com análise de currículo, entrevista e discussão da intenção de pesquisa.
Mais informações na Secretaria do PPGSAS, pelo telefone (55) 3332-0420 - ramal 3331 ou pelo e-mail ppgsas@unijui.edu.br. Também é possível verificar o edital completo na página do Programa.
As inscrições para o Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí estão abertas. Interessados podem se inscrever pela página do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade - PPGSAS, até o dia 29 de julho.
O edital disponibiliza 15 vagas para o curso de Mestrado, para ingresso no segundo semestre deste ano. O Programa é recomendado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e busca analisar e compreender as relações entre sistemas naturais e produtivos, abordando as dimensões ambientais, sociais, econômicas, culturais e produtivas, visando a geração de conhecimento para solucionar ou minimizar os impactos negativos gerados pelo desenvolvimento.
O curso é destinado aos graduados nas áreas de Ciências Ambientais, Agrárias, Biológicas, da Saúde, Sociais, Química e Tecnológicas Aplicadas, além das áreas que se relacionam com a qualidade ambiental e a promoção do desenvolvimento sustentável.
O PPGSAS possui duas linhas de pesquisa: Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - que busca analisar o processo de desenvolvimento a partir do espaço natural e do histórico de ocupação e uso; e Qualidade Ambiental em Sistemas Produtivos - baseado no aprofundamento científico e na construção de processos inovadores voltados à prevenção e solução de problemas socioambientais.
O processo seletivo para ingresso é dividido em duas etapas. No primeiro momento é observado o currículo do candidato e é criada uma lista de aprovados para a próxima fase. Posterior a isso, é realizada uma entrevista com os pré-selecionados, com o intuito de discutir a intenção de pesquisa, que será realizada no dia 4 de agosto. No dia seguinte, serão divulgados os resultados finais.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Secretaria do PPGSAS pelo telefone (55) 3332-0420 - ramal 3331 ou pelo e-mail ppgsas@unijui.edu.br. Também é possível verificar o edital completo na página do Programa.
Mapa do Estado, com a distribuição das 12 Instituições de Ensino Superior que integram a Redeitec Bioinsumos-RS
A Unijuí e instituições parceiras aprovaram, em edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), um grande projeto estratégico para as regiões Noroeste e Sul do Brasil, no Programa de Redes Inovadoras de Tecnologias Estratégicas do Rio Grande do Sul (RITEs - RS). Intitulado “Rede Gaúcha para o desenvolvimento de processo de produção, formulação e validação em campo de bioinsumos agrícolas multifuncionais para substituição de insumos químicos”, o projeto prevê o investimento de cerca de R$ 1,5 milhão.
Conforme explica o professor José Antonio G. da Silva, das áreas de Ecofisiologia, Melhoramento e Fitotecnia, que coordena o projeto pela Unijuí, os sistemas de produção intensiva, principalmente de grãos, se agregam a grandes quantidades de fertilizantes e agrotóxicos. Essas atividades requerem altos insumos, causando graves perturbações do solo e do meio ambiente. Um dos principais problemas associados a este sistema de produção agrícola é a contaminação das águas, sejam superficiais ou subterrâneas, dada a quantidade de pesticidas e fertilizantes adicionados aos solos. Outro aspecto preocupante dos sistemas intensivos é a redução da biodiversidade associada à aplicação de agrotóxicos, principalmente inseticidas e fungicidas, e ao cultivo extensivo de plantas geneticamente semelhantes. Aspectos que impactam na qualidade ambiental, segurança alimentar da população e ameaça à biodiversidade.
O projeto, destaca o professor, visa desenvolver os processos de produção, formulação e as aplicações nos cultivos agrícolas gaúchos de bioinsumos multifuncionais, visando a substituição gradual de fertilizantes e fungicidas químicos e de agrotóxicos. Ele tem como grande objetivo implementar e consolidar a Rede Gaúcha para o desenvolvimento de processo de produção, formulação e validação em campo de bioinsumos agrícolas multifuncionais (nutrição, controle de doença, indução de resistência e estimulação de crescimento), baseado em tecnologias de co-cultivo microbiano em meio líquido (Trichoderma sp., Bacillus sp. e Pseudomonas sp.); nanoformulação de biomoléculas; formulação baseada na tecnologia de spray drying para microencapsular as células e/ou esporos microbianos; e atmosfera modificada para aumento da vida de prateleira de produtos contendo células.
“Trata-se, portanto, de um grande projeto que visa entregar para a agricultura gaúcha produtos amigos do ambiente, que possam reduzir os custos de produção e a evasão de divisas, e que também está focado em desenvolver tecnologias locais e treinar pessoas para atender à crescente demanda e à exigência por alimentos mais saudáveis. Proposta que está diretamente ligada às linhas de pesquisa dos programas de pós-graduação Stricto Sensu em Modelagem Matemática e Computacional (Modelagem na Engenharia de Biossistemas) e do mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí”, explicou o professor José Antonio G. da Silva, lembrando que a Universidade apresenta hoje, na Escola Fazenda - Instituto Regional de Desenvolvimento Rural - IRdeR, o maior campo experimental de pesquisas em aveia do Brasil, integrando agricultores, agroindústrias, empresas e grandes indústrias, participando do processo de geração de ciência e inovação.
“Grande parte destas pesquisas serão aqui desenvolvidas, avaliando o desempenho e validação destas tecnologias na cultura da aveia. Inclusive, já no primeiro ano do projeto, haverá a possibilidade de análise e verificação dos resultados pelos Dias de Campo que serão desenvolvidos com a participação da comunidade no IRDeR”, completa o professor.
Segundo os coordenadores gerais do projeto, Márcio Mazzuti (Bioprocessos) e Jerson Guedes (Aplicação dos Bioinsumos) da Ufsm, a Rede de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Bioinsumos do Rio Grande do Sul - ou Redeitec Bioinsumos-RS, à frente da iniciativa, é composta por 34 pesquisadores de 12 Instituições de Ensino Superior (IES) do Estado: Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm); Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI); Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs); Universidade Federal de Pelotas (Ufpel); Universidade de Caxias do Sul (UCS); Universidade Federal do Pampa (Unipampa); Universidade de Passo Fundo –(UPF); Instituto Federal Farroupilha (IF Farroupilha); Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IF Rio Grande do Sul); Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs); Universidade de Cruz Alta (Unicruz), para além da Unijuí. Todas com reconhecida importância e impacto no ensino, na pesquisa e na extensão em suas regiões.
Os professores explicam que estas IES estão distribuídas em todo o território do Estado, cobrindo de forma relevante as regiões produtoras de grãos, frutas, hortaliças, essências florestais e pastagens. Há, também, 12 empresas parceiras - startups e empresas consolidadas, ligadas à pesquisa, produção, desenvolvimento, avaliação e à comercialização de bioinsumos ou de equipamentos para sua aplicação. Estas empresas estão distribuídas em diferentes regiões, preferencialmente próximas às zonas de produção de conhecimento da área do tema - algumas, no entanto, com diferentes interesses nos resultados do projeto.
O projeto destaca a ação de práticas estratégias agrícolas que estão sendo aplicadas e discutidas internacionalmente para atender às tendências ambientais e econômicas sustentáveis, com o objetivo final de manter a produção e, ao mesmo tempo, proteger a biosfera. Dessa forma, as abordagens ecologicamente corretas recomendadas são baseadas na capacidade da diversidade microbiana da rizosfera para a produção de safras intensivas e vigorosas, preservando a biosfera. Consequentemente, conta com várias abordagens para melhor uso de recursos microbianos benéficos, como bioinsumos para ajudar a sustentar práticas agrotecnológicas ambientalmente corretas.
Conforme completa o professor José Antonio G. da Silva, o projeto se baseia na utilização de produtos biológicos para promoção do crescimento vegetal e supressão de doenças, incluindo o uso de biopesticidas que mitigam o estresse causado por pragas e doenças por meio de relações predatórias, parasitárias ou químicas; o uso de biofertilizantes, que são substâncias que contêm microrganismos vivos que, quando aplicados em sementes, superfícies de plantas ou solo, colonizam a rizosfera ou o interior da planta e promovem o crescimento aumentando o fornecimento ou disponibilidade de nutrientes primários para a planta; e o uso de bioestimulantes, que são moléculas produzidas por microrganismos que têm o papel de estimular o crescimento das plantas e induzir resistência a doenças.
No último sábado, dia 21 de maio, a turma da disciplina de Agrotóxicos na Saúde e Ambiente, do curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade (PPGSAS) da Unijuí, realizou a visita em uma área de cultivo de araucária (Araucaria angustifolia), na localidade de Guabiroba Alta, Sananduva, norte do Estado.
O engenheiro agrônomo, professor doutor Roberto Carbonera, conduziu a aula prática sobre plantio, manejo e preservação de araucárias e mata nativa, onde as estudantes puderam observar de perto o ambiente de cultivo das plantas e a colheita do pinhão - sementes que possuem potencial gastronômico e oferecem uma alternativa de renda aos produtores rurais.
Na oportunidade, foram registrados elementos que compõem a paisagem desta formação vegetal, como líquens de diversas cores e formatos, aves como a curicaca, o carcará e o surucuá-variado e uma diversidade de samambaias e arbustos. Além destas, frutíferas nativas também foram apreciadas. Vivem associados aos pinheiros pés de guabiju, guabiroba - que deu origem ao nome do local, angicos, camboim, pitangueira, amora-preta, araticum, laranja, bergamota, dentre outros.
A araucária é uma árvore nativa do Sul do Brasil, que chega a alcançar 50 metros de altura. Ela produz o pinhão, semente saboreada pela população e que serve de base alimentar à fauna silvestre, como é o caso da gralha-azul, do papagaio-charão e dos saguis, comunidades ameaçadas pela degradação da mata de araucárias. A araucária é hoje listada como ameaçada de extinção no País. O fomento ao seu cultivo e conservação é parte da busca por um futuro mais sustentável a todos.
Universidade teve sua primeira cultivar de linhaça, desenvolvida em consórcio com a Cisbra, protegida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Professor Ivan Ricardo Carvalho, bolsista Leonardo Pradebon e a chefe do Eixo Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da Agit, Fabiana Simon, em entrevista à Unijuí FM
A Unijuí, por meio do Programa de Melhoramento Genético, teve sua primeira cultivar de linhaça protegida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A proteção dos direitos intelectuais sobre a cultivar, desenvolvida em consórcio com a Cisbra Farinhas Integrais, se efetua mediante a concessão de um certificado de proteção de cultivar que, neste caso, demorou dois anos para se efetivar. Agora, ficam vedados a terceiros, durante o prazo de proteção, a produção com fins comerciais, o oferecimento à venda ou a comercialização de material.
“A Unijuí mais uma vez sai na frente como a primeira universidade comunitária a lançar uma cultivar no País. Esse trabalho foi desenvolvido pelo Programa de Melhoramento Genético, que utiliza de diferentes estratégias, métodos, para obter uma cultivar melhorada. É um trabalho demorado, que, somente neste caso, levou oito anos, para além do processo de pedido de proteção”, explicou o professor do curso de Agronomia e do mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, Ivan Ricardo Carvalho, que coordena a linha de pesquisa de Melhoramento Genético de Grãos.
O resultado, como destaca Ivan, é importante não só para a Unijuí, mas para a região, que possui mais de 10 mil hectares de linhaça semeados. “A linhaça gera produtos derivados, como o óleo de cozinha, e os grãos são utilizados como ferramenta nutracêutica para dietas alimentares e dietas regulatórias. Até então, nós não tínhamos um genótipo feito para as condições da região, disponível ao produtor”, explica Ivan, que já adianta que o objetivo, a partir de agora, é lançar uma cultivar a cada três anos. “Para isso é importante a relação com a empresa, porque ela pondera o recurso financeiro, nos posiciona de forma assertiva no mercado e trabalhamos em prol da comunidade”, completou.
Concluído o processo de proteção, cuja análise é baseada em ensaios de distinguibilidade, homogeneidade e estabilidade, agora inicia-se uma nova etapa, de venda da semente. “Agora nós pegamos a nossa patente e a envolvemos em ensaios de Valor de Cultivo e Uso - VCU, feitos em vários locais, em várias propriedades, para tirarmos informações quantitativas de produtividade, estabilidade e adaptabilidade. Depois, novamente, submetemos ao Ministério, que averba, e aí conseguimos fazer a venda da semente. O retorno econômico que teremos é o royalty que vai sustentar muitas atividades ao longo do tempo”.
Como lembra Ivan, a Unijuí não trabalha apenas com a linhaça. O portfólio é fechado pensando no sistema agrícola da região. Por meio do Programa, trabalha-se a aveia branca e a linhaça, que são culturas de inverno, e também a soja. No final deste ano deve ocorrer a parceria com uma empresa, que começou como startup no agro, para o lançamento da primeira cultivar de soja marrom, destinada ao público vegano. Além disso, no próximo ano, deve ser lançada uma cultivar de forrageira, por meio da linha de pesquisa de Melhoramento Genético de Plantas Forrageiras e Cobertura de Solo para Maior Sustentabilidade, coordenada pelo professor Emerson Pereira.
Engenheiro agrônomo formado pela Unijuí e agora estudante do mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, Leonardo Pradebon acompanha o trabalho do Programa de Melhoramento Genético como bolsista, e destacou o quão é importante ter o contato desde cedo, ainda na universidade, com o processo de desenvolvimento de uma cultivar.
Na Unijuí, quem vem auxiliando no registro é a Agência de Inovação Tecnológica (Agit). Segundo a chefe do Eixo Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Fabiana Simon, o setor já realizou outros registros de patentes, mas, de cultivar, é a primeira vez, o que proporciona nova experiência e desafios à equipe. “Temos uma grande expectativa de, nos próximos anos, termos não só novas cultivares, mas a entrega de novos produtos à comunidade”, disse.
A Coordenadoria de Gestão de Pessoas, em parceria com o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí, promoveu nesta terça-feira, 19 de abril, uma formação para os colaboradores. Durante a tarde, no Centro de Eventos, foi discutido o tema “Qualidade de vida e nutrição: a revolução dos bioativos e as perspectivas de uso voltadas à saúde humana”.
Conforme destacou o gerente da Coordenadoria de Gestão de Pessoas, José Luis Bressan, a parceria com o curso de mestrado começou no ano passado, com a participação de professores e técnicos-administrativos e de apoio em uma pesquisa, reforçando a importância dos estudos que vêm sendo realizados pelo programa para melhoria da qualidade de vida da população.
O coordenador do PPG em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, professor José Antonio Gonzalez da Silva, fez uma breve introdução ao evento, destacando que muito se fala em bioativos - compostos que ocorrem na natureza, mas que pouco se sabe sobre a gama de possibilidades que representa, especialmente para a saúde humana - algo que vem sendo trabalhado por professores e estudantes do curso.
“Hoje, não pensamos em pesquisa apenas para formar recursos humanos. Como programa de mestrado, queremos formar um profissional altamente qualificado, mas também vincular nossas pesquisas às indústrias, às empresas, com a possibilidade de transformar esses estudos em produtos, direcionados ao bem-estar das pessoas”, explicou o professor.
O tema, que vincula-se à nova pesquisa desenvolvida pelo programa e que novamente convida os colaboradores para participar, foi explanado pela professora do PPG, Christiane de Fatima Colet, e pelas mestrandas Paula Nunes e Julia Pess.
Uma nova parceria foi firmada nesta quinta-feira, 24 de março, entre a Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado (Fidene), mantenedora da Unijuí, e a Dubai Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios. O contrato firmado prevê a realização conjunta do projeto de pesquisa “Bioativos da aveia e erva-mate como elementos constitutivos de alimentos e de medicamentos no tratamento de síndrome metabólica: potencial de validação científica e desenvolvimento de produtos”.
Por meio do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí, será analisado o potencial de compostos bioativos no tratamento da síndrome metabólica - que corresponde a um conjunto de condições que aumentam o risco de doença cardíaca, acidente vascular cerebral e diabetes, e na redução do estresse oxidativo - estado que o nosso corpo fica quando os níveis de antioxidantes não são altos o suficiente para compensar os efeitos nocivos dos radicais livres.
Coordenador do Programa de Pós-Graduação, o professor José Antonio Gonzalez da Silva agradeceu o diretor da Dubai Alimentos, Dante Maurício Tissot, por ter acreditado no estudo, que conta com o envolvimento de professores e da mestranda em Sistemas Ambientais, Amanda Klidzio Polanczyk. Tissot, por sua vez, falou sobre a importância de aproximar os estudantes bolsistas da empresa, para que entendam os processos e para que possam propor iniciativas, agregando conhecimento.
Conforme destacou o vice-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unijuí, professor Fernando Jaime González, a interação entre estudantes e empresas amplia a possibilidade de estudo e a criação de novos produtos, para além do melhoramento de sistemas por meio da pesquisa, tornando a inovação um processo constante dentro dos empreendimentos.
“Esse estreitamento entre empresas e a Universidade, para os bolsistas, a fim de entender as demandas do mercado e pensar em outros processos, é muito importante para os nossos estudantes, especialmente dos programas de mestrado e doutorado”, reforçou a reitora, professora Cátia Maria Nehring.
Representando a Unijuí, estiveram no encontro a reitora, professora Cátia Maria Nehring; o vice-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, professor Fernando Jaime González; o coordenador do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, professor José Antonio Gonzalez da Silva; e a professora do curso de Farmácia e do PPG em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, Christiane Collet. Pela empresa, estiveram presentes o diretor Dante Mauricio Tissot e Marcos Antônio Trevizan.
Estação meteorológica
Dois estudantes do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu, Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí, receberam doações de empresas, em benefício de suas pesquisas. Parcerias que reforçam ainda mais um dos objetivos do Mestrado, participar promover o desenvolvimento regional, com tecnologias apropriadas aos sistemas produtivos locais e na solução de problemas de interesse socioambiental.
Eduarda Donadel Port, engenheira agrônoma formada pela Unijuí, pesquisa “Seleção de linhagens da soja resilientes a fatores climáticos”, com orientação do professor Ivan Ricardo Carvalho. Para o embasamento de sua dissertação, a mestranda recebeu da empresa Ferticel, uma tonelada de adubo organomineral, porém, parte da doação ainda será destinada a outros projetos.Também recebeu 10 cultivares utilizadas como testemunhas, da empresa Basf e, 10 cultivares convencionais da Gebana.
A estudante explica que o principal objetivo da pesquisa é encontrar populações com desempenho superior em produção, em relação às testemunhas, no que se refere ao estresse hídrico que ambas enfrentaram. “Por meio de doações e parcerias criadas, projetos conseguem sair do papel, trazendo benefícios para todos. Neste caso, principalmente à agricultura, uma vez que, buscamos sempre por novas tecnologias para fomentar o nosso meio, tendo em vista maior produtividade”, relata Eduarda.
Bruno Mihlbeier Bonfada, recém-formado em Agronomia pela Unijuí, pesquisa “Melhoria de variados sistemas de produção, através do uso de ferramentas voltadas à agricultura de precisão”, também com orientação do professor Ivan. A empresa AgexTec cedeu para utilização do mestrando, durante o período de pesquisa, uma estação meteorológica, que permite uma correta observação dos dados climáticos. A pesquisa está sendo realizada no município de São Borja, em uma área experimental de 35 hectares, com um sistema de irrigação por pivô central. A área experimental será dividida em quatro partes, com manejos diferentes.
O mestrando explica que sua pesquisa irá ajudar agricultores a realizarem o manejo de maneira correta. “Na parte específica da pesquisa que envolve a estação, vou verificar o quanto da precipitação irá realmente infiltrar no solo, quando é necessário realizar irrigação, além de dados referentes à temperatura, velocidade do vento e radiação”, destaca Bruno.
Seleção de linhagens
O Hospital Bom Pastor, em parceria com o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade e o curso de Agronomia da Unijuí, está desenvolvendo o projeto ambiental Bosque Bom Pastor. A ideia é utilizar uma área disponível no pátio da instituição para o plantio de árvores das espécies frutíferas nativas e exóticas.
Em um primeiro momento, será realizado o preparo da área, e a partir do mês de agosto, quando não existir o risco de fortes geadas, será iniciado o plantio das espécies que vão integrar o bosque. Além da atividade terapêutica, os frutos do pomar também servirão para o consumo da unidade hospitalar.
O projeto contempla os sistemas ambientais, cuidado com o meio ambiente e a saúde mental, e visa desenvolver uma estratégia de socialização e recuperação de pessoas associada à equipe multidisciplinar, buscando ampliar a proposta de tratamento, cuidado e terapia, numa visão sistêmica e integral, relacionando o homem com a natureza. “Trata-se de uma nova atividade a ser inserida, com o intuito de conceber Práticas Integrativas e Complementares (PICs) como possibilidades a serem realizadas com pacientes em tratamento, buscando transcender a simples tarefa terapêutica”, destaca o professor e coordenador do Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, José Antonio Gonzalez.
A Unidade de Saúde Mental do Hospital Bom Pastor possui uma equipe multiprofissional que trabalha as diversas esferas da vida, e oferecer o contato com a natureza para os pacientes contribuirá no alívio do stress intrínseco ao ambiente hospitalar e à patologia. “O envolvimento e o cuidado com as árvores, o processo de poder colher as frutas do pomar, assim como a possibilidade de usufruir desse espaço junto à natureza vai agregar à área terapêutica já oferecida na Unidade de Saúde Mental do Hospital Bom Pastor”, afirma a coordenadora de Enfermagem, Luciane Mucelini.
A ideia é que os recursos para a criação e manutenção do bosque sejam captados através da ação “Invista no Bem”, da Sicredi das Cultuas RS/MG. Para o professor da Unijuí e vice-presidente do Hospital Bom Pastor, Ivo Ney Kuhn, o bosque traduz natureza, saúde, bem-estar, vida e esperança. “Penso que um bosque, no espaço que dispomos, pode fazer parte de um processo terapêutico aos usuários do sistema de saúde e do Bom Pastor. Agregar a esta proposta árvores nativas frutíferas, para que pássaros e pequenos animais se incorporem ao ambiente constituído, certamente oferecerá um diferencial, em sintonia com a nossa missão”.
A mestranda em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, Daiana de Quadros, desenvolve sua pesquisa acadêmica junto ao CAPS AD da instituição e acompanha as atividades terapêuticas, como a hortoterapia. “O projeto de criação de um bosque de árvores frutíferas tem um cunho ambiental, social e sobretudo de saúde, pois um dos objetivos é oportunizar aos internados um espaço de convivência onde possam realizar atividades terapêuticas em contato com o meio ambiente”.
Através desse projeto, a parceria entre Unijuí e Hospital Bom Pastor continuará se fortalecendo como acontece há muitos anos. Para o professor do curso de Agronomia da Unijuí, Osório Lucchese, esse trabalho integrado é essencial para a concretização desta iniciativa. “Nós possuímos um viveiro florestal que produz em torno de 70 espécies florestais nativas todos os anos. É um viveiro de alta diversidade e os diferentes projetos que desenvolvemos em todo o Rio Grande do Sul nos deu expertise nesses mais de 20 anos de trabalho para mostrar qual é a melhor forma de implantar sistemas com árvores, especialmente as nativas, que possuem sistemas um pouco mais complexos e uma dinâmica que chamamos de sucessional específica. Conseguimos um certo domínio desse conhecimento e isso é o diferencial da Universidade dentro do curso de Agronomia”.
O envolvimento e preocupação do Hospital Bom Pastor com o meio ambiente é algo que já ocorre há muitas décadas, como destaca o membro da diretoria, Jenoir Schiavo. “Desde que comecei a atuar como voluntário acompanhando a construção do hospital, lembro que nunca ficou esquecido o florestamento nos passeios públicos e internos e canteiros, sempre com auxílio de colaboradores do hospital, de engenheiros florestais e colegas voluntários. Hoje surge um novo desafio, que é o aproveitamento do espaço ainda livre do terreno. E a primeira ideia foi a implantação de um pomar com espécies da região que se adaptem à situação do local. O espaço será delimitado, reservando locais para outras instalações que o hospital possa vir a utilizar no futuro. Sempre estaremos preocupados com a questão da arborização, com a vida, saúde e bem-estar”.
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