A empresa Lika, de Santa Rosa, esteve no começo do mês de setembro em Paris, expondo na Prêt à Porter Paris, feira internacional de moda que reúne, no Porte de Versailles, expositores têxteis e de jóias de todo o mundo. A Lika, que foi representada pela proprietária Clarice Bertholdi, e pela assistente de criação, Andrequieli Gelbhar, participou pela segunda vez da feira, mas a primeira vez como expositora.

A entrada como expositora na Prêt à Porter Paris ocorreu através da inserção da empresa no Projeto Setorial Integrado (PSI) TexBrasil. O PSI é uma parceria entre a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) e a Apex-Brasil. As ações de promoção comercial da empresa iniciaram através do Projeto Extensão Industrial Exportadora (PEIEX/AIPD-UNIJUÍ). O TexBrasil reúne e reforça ações que vem permitindo ao setor têxtil e de confecção sua articulação, sua modernização e um agressivo posicionamento no mercado internacional, revelando ao mundo o talento dos profissionais do setor, a tecnologia do parque fabril e o respeito ao meio ambiente e a responsabilidade social. O projeto subsidiou 70% dos custos para a exposição.

A empresária Clarice Bertholdi diz que nesta primeira participação como expositora, a Lika teve um espaço pequeno, para conhecer melhor e sentir como funciona a feira: “arriscamos um primeiro contato com compradores de todo o Mundo, e voltamos ao Brasil com clientes e vários contatos com compradores do Catar, Alemanha, França, Inglaterra e Itália, em fase de negociação”.

A assistente de criação, Andrequieli Gelbhar, diz que foi possível pesquisar e acompanhar tendências de moda que futuramente chegarão ao Brasil: “para entrar no mercado europeu precisamos saber o que aquele público gosta de vestir. Sobre os nossos produtos, pudemos também perceber como os compradores reagem”. Ela destaca que é diferente do que em feiras brasileiras: “lá eles não estão muito abertos à conversar, se gostaram do produto procuram saber como fazer contato posteriormente e levam o material de divulgação, se não gostam, nem entram no estande”.

Clarice revela que o principal objetivo de trabalhar com a exportação é manter um fluxo de produção durante todo o ano: “no Brasil fizemos entrega da coleção de verão de julho a outubro; da coleção de inverno, de fevereiro a abril; os períodos de entrega do mercado europeu são contrários, o que manteria a produção o ano todo”. Na feira o estande estava identificado com uma bandeira do Brasil. A Lika expôs no setor de confecção, casual e festa. Além deste, havia os setores de jóias, calçados, acessórios, etc.

A Lika opera desde 1986 em Santa Rosa. A empresa, que começou com produção para amigos e familiares, se expandiu em 2000, quando começou a vender para outros Estados. Atualmente, com variações de 35 a 55 funcionários na produção, possui clientes no Rio Grande do Sul, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Amazonas e Paraná; assim como nos Estados Unidos, Espanha, Portugal e França. É caracterizada como confecção de roupas de festas para mulheres: “o nosso diferencial é uma roupa sofisticada com um tom artesanal, rico em detalhes, com modelagens e tecidos que se adéquam a diferentes tipos físicos”, destaca Clarice. Para o próximo ano a dupla já planeja expor novamente no evento.

A criação das peças ocorre através de pesquisas em revistas internacionais técnicas, internet, e por meio de um portal específico de tendências de moda. Viagens e visitas a eventos e feiras também servem de inspiração. Com a intensificação dos trabalhos de exportação, a empresa trabalha com base em um planejamento estratégico, com ações direcionadas para a promoção e fortalecimento da marca no mercado nacional e no exterior.