As inundações que assolam o Rio Grande do Sul afetaram até o momento 2.341.060 pessoas, em 467 municípios. Além de todas as perdas e transtornos causados, em termos de saúde, as consequências desse evento climático podem continuar com a tendência de um aumento importante nos casos de doenças infecciosas. Neste sentido, o curso de Medicina da Unijuí traz um alerta importante aos voluntários que estão atuando.
Segundo a professora do curso de Medicina da Unijuí, Paula Korsack, é importante que as pessoas se protejam para poder ajudar e não virar mais uma vítima. “Os locais atingidos pelas enchentes estão cheios de doenças infectocontagiosas. Por isso, indicamos que quem estiver indo ajudar, esteja vacinado para o tétano, use luvas, botas e outros materiais de proteção para não se contaminar com a água da enchente. Já para quem está atuando em abrigos, a indicação é que esteja com a vacinação para a influenza e covid-19 em dia para não levar o vírus e infecções respiratórias para as pessoas que estão nos abrigos e até mesmo para não contrair estas doenças”, destacou.
Além disso, com o nível da água baixando em vários locais, inicia-se outra fase da reconstrução: a limpeza do que restou das casas e estabelecimentos. De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a água que inundou o Estado se juntou à água dos sistemas de esgotos, tornando fundamental que a higienização das casas seja feita com atenção.
A professora infectologista orienta que, quem realizar a higienização dos ambientes afetados pelas enchentes é necessário se paramentar, ou seja, usar equipamentos de proteção como luvas de borracha e impermeáveis, botas, calças e camisetas de manga comprida e, caso tenha algum ferimento, ele deve estar tapado com bandagens e ataduras. Paula pontua ainda que deve ser feita a desinfecção dos ambientes.
“Para a limpeza e desinfecção dos locais, pode ser feita uma solução com água sanitária, sendo 200ml de água sanitária para 20 litros de água. Utensílios de alimentação como copos, talheres e panelas, por exemplo, podem ser deixados de molho por 30 minutos em uma solução desinfetante mais concentrada, sendo um copo de água sanitária para quatro copos de água. Eles devem ser lavados com água e sabão antes e depois da desinfecção”, explica.
Com relação ao lodo, a orientação do Cevs é que ele seja removido e que sejam colocados em frente às casas entulhos e o lixo dos quintais, para serem recolhidos pelos serviços de coleta. Os panos e vassouras utilizados na higienização e desinfecção dos locais e dos objetos devem ser descartados após o uso, devido ao risco de contaminação.