Motivado a trabalhar com a cultura do trigo desde o momento em que precisou definir o tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), o acadêmico de Agronomia Eduardo Depiere conta que a inspiração surgiu por se tratar de uma cultura que faz parte do cotidiano da propriedade de sua família. “Por enfrentar os altos e baixos da mesma, entendo que todo produtor busca, durante o inverno, conseguir uma renda extra e uma das alternativas é o cultivo do trigo. Porém, o lucro é realmente pequeno comparado ao alto custo que a cultura demanda”, relata.
O trabalho denominado “Avaliação do rendimento e PH do trigo sobre diferentes doses de nitrogênio em cobertura”, analisa os maiores gastos para implementação, verificou que a adubação nitrogenada era a mais onerosa para o agricultor. “A partir disso realizei um experimento para apresentar a quantidade ideal a ser aplicada de nitrogênio dentro das propriedades com intuito de proporcionar um rendimento favorável, mas com um menor custo ao produtor. Isso surgiu a partir da hipótese de que a planta consegue absorver determinada quantidade do nutriente e começa a limitar a absorção a partir de determinada dose, o que se tornaria um excesso de custos ao produtor e que a planta não o compensaria na hora da colheita”, conta Eduardo.
“A partir dos resultados, e do cultivo, percebeu-se que foi um ano propício para a cultura do trigo como foi mostrado no trabalho em si, mostra que a diferença dos resultados se deu pela adubação, desta forma, comprova-se que conforme o aumento da dose de nitrogênio obteve-se um incremento na produtividade, mas que por outro lado, em doses excessivas de nitrogênio constatou se o acamamento de plantas, o que seria interessante fazer o uso de cultivares de porte mais baixas ou uso de reguladores de crescimento nessas dosagens, mas também percebe-se que os resultados obtidos com dosagens a partir de 150 kg de ureia/hectare (100%) já conseguem elevar a produtividade a bons números sem a necessidade do uso deste produto . Observando o comportamento das plantas o ideal seria utilizar um meio termo entre as dosagens de 100% e 200% (algo em torno de 200 kg de uréia/hectare) onde não teria a necessidade do uso de reguladores de crescimento e provavelmente não haveria plantas acamadas na área, o que se tornaria mais economicamente viável. Após o período que foi conduzido o experimento e também das experiências obtidas durante o acompanhamento das parcelas e desenvolvimento das plantas, infere-se que a utilização de adubação nitrogenada na cultura do trigo é de extrema importância para atingir resultados mais expressivos em rendimento de grãos por unidade de área”, explica.
A colação de grau de Eduardo como engenheiro agrônomo acontece no dia 18 de fevereiro o que, para o - quase - formado será um grande marco. “É uma conquista que obtive após uma longa caminhada de aprendizagem dentro da Universidade. Mas é importante lembrar que a graduação não é o suficiente para acompanhar as transformações e mudanças, ainda mais nesse ramo em que trabalho. A atualidade nos força a acompanhar isso e de acordo como ela ocorre, o meu foco vai ser estar sempre mais atualizado e capacitado possível para acompanhar essas mudanças” finaliza.