O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do acadêmico de Arquitetura e Urbanismo da Unijuí, João Vicente Machado Schmitz, é resultado de uma identificação com a temática que sempre esteve presente em sua vida: a história da colonização de Ijuí. Sob a orientação da professora Bruna Fuzzer de Andrade, a sua pesquisa tratou da Intervenção no Moinho Glitz S.A.
O acadêmico teve o primeiro contato com a temática na disciplina de Projeto de Arquitetura VI, no 7º semestre do curso, voltada a projetos de intervenção em um bem material existente. Pouco tempo depois, também trabalhou o assunto junto ao Grupo de Pesquisa Espaço Construído: Sustentabilidade e Tecnologias - GTEC, da Unijuí, e, desde então, vem desenvolvendo pesquisas na linha, voltadas à educação patrimonial e preservação de bens de interesse histórico.
“Tenho um grande carinho pelo tema, pois gosto muito de ouvir as histórias que meus pais e meus avós contam sobre Ijuí, de como era a cidade e como ela se desenvolveu. Acho incrível poder imaginar como ela foi concebida, analisando fotografias antigas e relatos. Meus avós maternos eram fotógrafos, então sempre estive em contato com essas imagens, como forma de preservação de visuais urbanos das épocas. Assim, vi a necessidade - e oportunidade - de estudar o tema, pois acho essencial que ele seja colocado em evidência, para que possamos continuar levando a história ao longo dos anos e, de certa maneira, continuar representando da forma mais pura possível, todo o trabalho que os imigrantes tiveram durante e após a Colônia Ijuhy”, explica.
Durante as pesquisas, o acadêmico teve como objetivo salientar a importância da preservação do patrimônio material, especificamente dos objetos construídos, buscando um incremento cultural de Ijuí que, em sua visão, tem grande potencial na área e também no turismo. “Também quis demonstrar as possibilidades plásticas e funcionais, aliando um prédio existente a um contemporâneo. Os estudos de caso são fundamentais durante o processo de TCC, pois podemos analisar, de forma crítica, os projetos arquitetônicos realizados tanto a nível nacional, quanto internacional, buscando evidenciar os acertos de cada um”, comenta.
Segundo João Vicente, a própria união de uma edificação histórica, única e imponente a uma construção contemporânea é um diferencial, além de todos os espaços pensados para reunião de público, como áreas internas e externas, que possibilitam o contato direto entre as pessoas e, também, para a realização de diferentes atividades de cunho cultural, buscando fortalecer o nome que Ijuí carrega, de Capital Nacional das Etnias e Terra das Culturas Diversificadas. “Para mim, trabalhar com intervenção no patrimônio construído é sempre um desafio. Precisamos estar em constante verificação das escolhas que fazemos durante o período do projeto, buscando sempre evidenciar a preexistência, que é a edificação principal, a razão pela qual a intervenção está sendo pensada. Nesse sentido, esse tipo de projeto permite avaliar o edifício, buscando resgatar a história e justificar a necessidade de preservação para que as futuras gerações consigam entender melhor o processo histórico através desses objetos construídos, auxiliando, assim, em uma educação patrimonial. Pretendo trabalhar na área da Arquitetura e Urbanismo e, em paralelo, ampliar o conhecimento em nível acadêmico, buscando um mestrado na área de planejamento urbano ou patrimônio cultural”, finaliza.
Por Evelin Ramos, bolsista de Popularização da Ciência da Unijuí