Com o tema “Tratamento farmacológico da covid-19: evidências e o papel do farmacêutico”, o curso de Farmácia da Unijuí realizou na última sexta-feira, dia 30 de abril, sua aula inaugural. O evento foi transmitido pelo canal da Unijuí no Youtube.
Segundo a coordenadora do curso de Farmácia, Christiane Collet, a ideia inicial era trabalhar a temática da vacinação. No entanto, para atender a uma demanda de farmacêuticos da cidade, optou-se pelo tema atual. E para debater este assunto, foram convidados a enfermeira e professora na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Liane Righi; o médico pneumologista e professor na Unijuí, Carlos Henrique Ramires François; e o farmacêutico e representante do Conselho Regional de Farmácia do Estado (CRF/RS), Everton Borges.
Com a experiência de estar à frente do Departamento de Saúde Coletiva, Liane fez uma breve explanação sobre o sistema de saúde brasileiro, SUS, que apresenta problemas e fragilidades, especialmente na Atenção Primária à Saúde. “Hoje, o Brasil tem uma rede sofisticada para contratar serviços privados, mas dispõe de serviços próprios fragilizados. Estes problemas decorrem, por exemplo, das privatizações e da alta rotatividade de trabalhadores”, destacou a professora, lembrando que a pandemia difere do atendimento às vítimas da Boate Kiss, por exemplo, porque naquele caso, o impacto era pontual e foi possível, apesar da gravidade, dar conta da demanda. Era possível solicitar ajuda em outros municípios. No caso da pandemia, torna-se mais difícil, porque todos os pontos da rede de saúde estão fragilizados.
O médico pneumologista Carlos Henrique François falou que a pandemia causou um desespero em muitos profissionais, que passaram a propagar estudos com evidência fraca, experimentais, sugerindo a sua aplicação em consultórios. “Precisamos filtrar, num momento como este, o que é informação segura, bem produzida, de qualidade. Se trata-se de um estudo de evidência fraca, precisamos aguardar resultados mais sólidos”, reforçou o profissional.
Para fechar, Everton Borges falou sobre o papel do farmacêutico durante a pandemia, que tornou-se ainda mais relevante. Isso porque as farmácias, e são mais de 5,4 mil no Estado, não fecharam um minuto durante este período, a fim de garantir o atendimento aos usuários.
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