TCC do curso de Farmácia explora potencial de planta em terapias - Unijuí

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O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do acadêmico de Farmácia, João Kaufmann, concilia dois temas: o desenvolvimento de novas terapias medicinais com o uso de plantas, um dos pilares da farmácia, e a investigação do potencial fitoquímico e biológico de espécies da flora brasileira. A pesquisa do acadêmico foi intitulada “Avaliação da Composição Fitoquímica e Perfil Antioxidante dos Extratos da Casca da Schinus polygamus (Cav.) Cabrera”, e orientada pelo professor Tiago Gomes Heck. 

Desde o início da civilização, as plantas têm sido utilizadas pelo homem para tratamento de diferentes enfermidades, por conta das suas substâncias. A medicina popular, na maioria dos casos, não traz consigo a comprovação a respeito da real eficácia de cada planta, para determinada indicação terapêutica, nem sobre o tempo adequado de uso ou forma adequada de preparo e conservação, além de aspectos relacionados à segurança.

A Schinus polygamus (ou aroeira assobiadeira), estudada pelo acadêmico, pode ser encontrada em alguns países da América do Sul e regiões sul e sudeste do Brasil. Alguns estudos realizados sobre composição fitoquímica e testes in vitro dos óleos essenciais e extratos das diferentes partes desta espécie têm demonstrado um potencial antioxidante, podendo relacionar estes efeitos com seus compostos constitutivos. Apesar de ser utilizada na medicina popular por muito tempo, estudos sobre as características fitoquímicas e ações biológicas da S. polygamus são escassos, fato que acaba pondo em dúvida a sua real eficácia no tratamento de patologias.

Tendo em vista que, para realizar a indicação terapêutica da S. polygamus para determinado quadro clínico é necessário estudos que deem um embasamento teórico, o objetivo do TCC foi realizar uma avaliação dos diferentes extratos da casca da S. polygamus quanto à identificação de compostos bioativos e potencial atividade antioxidante. “Realizei pesquisas práticas no Laboratório de Pesquisa em Química (LaPeQui) e no Laboratório de Ensaios Biológicos (LeBio), ambos na Unijuí, avaliando os extratos da planta quanto à presença de compostos bioativos e testes in vitro em cultura de células. Esta temática abrange muitos tópicos que, por sinal, estudamos no curso, desde a área da botânica, preparação e extração do material vegetal, análises químicas, ensaios biológicos, cálculos estatísticos e avaliação do potencial terapêutico. O aprendizado final é gigantesco para quem participa”, ressalta.

Segundo João, o diferencial de realizar um estudo deste tipo em plantas é que são necessários os mais diferentes testes para chegar a uma conclusão sobre a espécie e seu potencial. “No meu caso, foi necessária a preparação das cascas para obtenção dos extratos. A partir destes, foi realizada a identificação de diferentes classes de substâncias, e então avaliados se os extratos possuíam atividade protetora contra o dano celular causado por uma espécie reativa, em suma, avaliada a atividade antioxidante in vitro”, explica. 

Os resultados da pesquisa demonstraram que nos extratos da casca da S. polygamus havia a presença de substâncias antioxidantes (e.g.: flavonoides e taninos), e que os extratos foram capazes de inibir radicais livres e proteger as células contra os danos causados por agentes oxidativos.

Com o diploma em mãos, João pretende exercer sua profissão da melhor forma possível, esclarecendo as terapias medicamentosas corretas aos pacientes e focando no uso racional dos medicamentos. “Futuramente, pretendo voltar à universidade em busca de um mestrado e talvez um doutorado na área da Farmácia, tendo em vista que boa parte da flora brasileira precisa ser estudada ainda. Continuamente se tem buscado facilitar o acesso da população a terapias alternativas e com custo reduzido”, finalizou.

Por Evelin Ramos, bolsista de Popularização da Ciência da Unijuí


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