Carros elétricos são uma tendência mundial, principalmente pela performance, custo de produção, sustentabilidade e redução da emissão de gás carbônico. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), em 2021 foram comercializados 34.990 veículos elétricos, superando todas as previsões para o ano. Para 2022, a ABVE prevê que a marca de 100 mil carros elétricos em circulação seja atingida.
Esse tipo de veículo pode ser totalmente recarregado nas tomadas aterradas de 110 volts, 220 volts ou por WallBox, um aparelho destinado a carregar o veículo, chegando a 80% da capacidade total da bateria entre 6 e 8 horas. Nesse processo de carregamento nascem algumas dúvidas, principalmente quando se trata da rede de distribuição da energia elétrica.
Pensando nas possibilidades e circunstâncias que cercam o sistema elétrico, o estudante Henrique Kronbauer Fischer, do curso de Engenharia Elétrica da Unijuí, desenvolveu seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o tema “Avaliação dos impactos causados pelo carregamento dos veículos elétricos na rede de distribuição de energia elétrica baseado em um cenário real”.
O trabalho consiste na análise dos futuros impactos que podem ser causados pelos veículos elétricos em um sistema de distribuição. “Desse modo, foi utilizado como objeto de estudo a inserção de veículos em um condomínio no município de Ijuí. Buscou-se estudar os possíveis problemas quanto à potência, tensão e perdas que a rede de distribuição sofrerá devido ao acréscimo destes veículos”, explica Henrique.
A pesquisa foi feita utilizando dois softwares: um deles é responsável por implementar todos os elementos que compõem a rede de distribuição do objeto de estudo; o outro realiza as análises de cálculos e gera as curvas de resposta. “Utilizando os programas e um método científico foi possível verificar a probabilidade de acontecimentos de certos fenômenos na rede”, afirma.
A partir disso foi possível verificar que a rede de distribuição de energia elétrica do condomínio não apresentou problemas de quedas nos níveis de tensão. “Nenhum cenário simulado apresentou problemas de sobrecarga, deixando a entender que a rede elétrica do condomínio de estudo está bem dimensionada para o atual número de consumidores presentes.”
Henrique está em busca de sua primeira experiência como engenheiro eletricista, mas afirma que deseja voltar ao meio acadêmico posteriormente. "Primeiramente, o plano é conseguir um emprego na área e depois, mais adiante, continuar os estudos em um curso de mestrado”, finaliza.
Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí