De 26 a 30 de setembro, acadêmicos de Engenharia de Software e Ciência da Computação da Unijuí, acompanhados pelo professor Edson Padoin, coordenador dos cursos, participaram da Conferência de Computação de Alto Desempenho da América Latina (Carla 2022), que ocorreu em Porto Alegre. O evento reuniu professores, pesquisadores, especialistas e estudantes de graduação e pós-graduação em torno da divulgação e troca de ideias, técnicas e pesquisas relacionadas à Computação de Alto Desempenho.
A conferência é realizada desde 2014 e já passou por diversos países da América Latina, entre eles México, Chile, Costa Rica, Equador e Colômbia. Para a estudante Mayara Meotti, do curso de Engenharia de Software, o evento foi de extrema importância. “Conheci projetos envolvendo inteligência artificial, desenvolvi minha comunicação em inglês e tive contato com áreas da tecnologia que não conhecia. Eu amei participar e tenho certeza que usarei os conhecimentos adquiridos tanto na vida acadêmica quanto profissional”, afirmou.
Esta é a segunda vez que o Brasil é sede do evento. A primeira foi em 2015, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. O acadêmico Gabriel Buron, também de Engenharia de Software, destacou a relevância da conferência para ampliação da rede de contatos. “O evento foi importante não apenas para aprendermos mais sobre a área de pesquisa de grandes empresas, mas também para conhecermos pessoas e estabelecermos contatos com elas. Também aprendi muito sobre a Computação de Alta Performance e outros tópicos que com certeza irão nos ajudar na hora de buscar uma boa vaga na área”, ressaltou.
Já o estudante de Ciência da Computação, Luis Gustavo Tabile, ressaltou que o evento apresentou ainda inúmeras possibilidades profissionais e evidenciou a importância da língua inglesa. “Na computação existem centenas de campos para seguir, portanto o congresso ajuda na identificação das diferentes áreas, apresentando suas características. Por se tratar de um evento internacional, foi possível ter contato com pessoas de outros países e compartilhar um pouco da nossa cultura com eles. É aí que percebemos a importância do inglês como segundo idioma. Todos os cursos, workshops e falas eram ministradas na língua inglesa, o que exigia um certo domínio”, explicou.
Para o acadêmico João Vitor Ribas, do curso de Ciência da Computação, a experiência foi um pouco diferente. Ele participou da conferência apenas um dia, especialmente para conversar com um dos palestrantes do evento, o professor Toshihiro Hanawa, da Universidade de Tóquio. O estudante aproveitou a oportunidade para tirar dúvidas sobre possibilidades de estudo no Japão, parcerias entre empresas e universidades e como são as pesquisas de mestrado e doutorado no país. “Eu estudo japonês e tenho interesse na cultura japonesa desde 2016. O professor Edson Padoin, sabendo dessa minha habilidade com o idioma e da minha vontade de fazer um intercâmbio, me convidou para fazer esse contato com o professor Toshihiro, criar uma conexão, uma espécie de vínculo”, relatou.
Acadêmico do 8º semestre de Ciência da Computação na Unijuí, Rafael Kuhn ainda está cursando a Graduação, mas já possui em seu currículo a experiência de atuar em uma empresa internacional. Contratado há cerca de dois meses pela desenvolvedora de softwares personalizados, Program-Ace, o estudante está sendo terceirizado para uma empresa de games, na qual está auxiliando no desenvolvimento de um jogo que ensina cibersegurança.
A Program-Ace é uma empresa de Pesquisa e Desenvolvimento da Ucrânia, que também possui escritório em Chipre, país do Oriente Médio com alto índice de desenvolvimento. O acadêmico, que trabalha de forma remota, atua como desenvolvedor de software desde 2019, e relata que possuir inglês foi fundamental para a conquista da vaga. “As oportunidades começaram a surgir porque eu sempre tive portfólio online escrito em inglês e comecei a enviar currículos em inglês”, explica Rafael.
O estudante conta que realizou cerca de cinco entrevistas em inglês e, se não fosse fluente na língua, não seria capaz de se comunicar com a equipe. Rafael encontrou a vaga por meio do LinkedIn, maior rede social com foco no campo profissional de seus usuários. Ele dá dicas para quem tem interesse em encontrar oportunidades como essa. “Ter um portfólio online é importante, com coisas reais que você fez, descritas em inglês. Também entra um pouco da escrita, saber descrever o que você sabe fazer e como isso é útil de uma forma atrativa”, destaca.
Rafael já possuía experiência com games voltados à educação, destinados a alunos e professores do Ensino Fundamental e Médio. Agora, ele está trabalhando no desenvolvimento do jogo World of Haiku, que foi lançado oficialmente no dia 22 de julho de 2022. A proposta é apresentar o treinamento em cibersegurança de maneira inovadora, isto é, possibilitar que o usuário aprenda enquanto joga, obtenha conhecimento do mundo real, entenda os fundamentos da segurança cibernética e transforme o tempo de jogo em tempo de construção de carreira.
Segundo o coordenador dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software da Unijuí, professor Edson Padoin, para a Universidade é muito importante saber que estudantes, ainda em formação, já estão ingressando no mercado de trabalho e assumindo cargos elevados com altos salários. “Atualmente temos alunos da Ciência da Computação e Engenharia de Software em diferentes empresas nacionais e internacionais. E esta tendência vai se intensificar, pois, segundo dados da Brascomp, teremos uma carência de 260 mil profissionais na área em 2024”, ressalta Padoin.
A parceria entre a Unijuí e a Compass UOL, uma das maiores empresas da área de Tecnologia da Informação (TI) da América Latina, está mudando a vida de diversos estudantes da Universidade. Acadêmica do 6º semestre do curso de Ciência da Computação, Fernanda Zanfra Sereno participou do programa de bolsas, foi efetivada e promovida na empresa, em um curto período de tempo.
“Participar do programa de bolsas da Compass UOL foi uma grande oportunidade que apareceu na minha vida. Eu procurava um estágio na área de desenvolvimento web, e então surgiu uma bolsa focada em frontend com react da Compass UOL, em parceria com a Unijuí, e decidi participar. Eu estava nervosa porque não tinha ideia de como seria e nunca havia participado de algo do tipo antes. Eu também tinha alguns problemas de insegurança e isso me fazia não ter muita confiança para atuar na área. Mas, assim que comecei na bolsa, eu vi que era bem tranquilo”, comenta a estudante, que reside em Ijuí e trabalha de forma remota para a empresa.
O desenvolvimento web é dividido em duas partes principais: o backend e o frontend. O frontend, cargo que atualmente ocupa a estudante, é responsável por se preocupar mais com a experiência (UX) e interface exibida para o usuário (UI), trabalhando principalmente com HTML, CSS e JavaScript. Já o backend, área em que Fernanda quer ter mais conhecimento - como comenta ao longo da matéria, trata de tudo que está por trás das regras de negócio e da construção das informações a partir dos dados.
Fernanda explica que, durante o programa, realizado de julho a outubro de 2021, os participantes tiveram que se dedicar muito aos estudos. Muitos dos cursos foram ofertados por meio da Alura, plataforma de educação a distância que oferece cursos de tecnologia, e depois aplicadas provas teóricas e práticas, para avaliar o conhecimento adquirido pelos participantes. “O grande destaque, acredito, foi o fato de que o programa era realmente focado nos estudos. Não trabalhamos em projetos reais, apenas focamos em estudar muito e com isso eu pude aprender bastante coisa em pouco tempo. Aprendi muito, de verdade, e eu terminei a bolsa sem toda aquela insegurança que eu tinha no início”, comentou a acadêmica, lembrando que, durante três meses, os participantes receberam uma bolsa de estudos no valor de R$ 500,00.
Ao final da bolsa, Fernanda recebeu uma ligação da Compass UOL, avisando que ela havia sido efetivada. Desde novembro de 2021, ela trabalha na empresa, de forma remota. A estudante entrou como programadora trainee e atualmente é desenvolvedora júnior em frontend. “Desde o dia em que entrei, as coisas foram bem tranquilas, muito mais do que imaginei. Nos primeiros meses você entra em um processo chamado de ‘shadow’, no qual inicia um projeto e nele começa a atuar, mas com a ajuda de outro desenvolvedor e com foco em continuar estudando. Então, além dos três meses de bolsas, eu pude ter esse período a mais de aprendizado. Não me colocaram para fazer grandes coisas logo no início. As pessoas entendiam muito bem que eu era iniciante e respeitavam isso. Assim, a minha experiência tem sido enriquecedora e tranquila ao mesmo tempo. Desde então, aprendi muita coisa e tive uma grande noção de como é trabalhar em um projeto real. Definitivamente, passar por tudo isso foi muito importante para a minha carreira”, afirma.
A partir da orientação dos professores, Fernanda sabia como seria o desenvolvimento do programa e que poderia, dependendo do seu desempenho, ser efetivada. Mas não imaginava, como conta, que seria promovida. Pensando no futuro, a acadêmica quer aprofundar seus conhecimentos na área de frontend e depois começar, aos poucos, a focar em backend. “Ainda há muitas coisas que eu quero aprender, então vou continuar estudando e aprendendo o que for preciso. E, é claro, também quero focar para crescer mais de cargo”, finaliza.
Os termos realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA) estão cada vez mais presentes, especialmente no mundo corporativo. Apesar disso, muitas pessoas ainda não sabem o que estas palavras significam ou acreditam que elas possuem o mesmo significado.
Segundo o professor doutor Manuel Osorio Binelo, do curso de Ciências da Computação da Unijuí, na realidade virtual a pessoa fica imersa em uma outra realidade, gerada por um computador, vendo e escutando apenas o que é gerado nesse mundo virtual. “Em contrapartida, a realidade aumentada é uma mistura do mundo real com um mundo virtual, uma mistura de elementos”, explica.
É na área dos negócios onde a RV e a RA vêm criando novas possibilidades e transformando o modo com que o cliente e os produtos se relacionam. “A realidade virtual pode ser muito útil nos processos de compra de venda, pois permite que o consumidor possa experimentar o produto de forma muito mais profunda do que por uma foto ou filme”, destaca.
Para o professor, a realidade aumentada também possui grandes funcionalidades, principalmente para acrescentar informação em tempo real ao produto. “Por exemplo, ao apontar o celular para um produto no mercado, a imagem poderia acrescentar informações mais detalhadas sobre o mesmo. Esse mesmo processo poderia ser feito por meio de um óculos de RA, de forma mais imersiva ainda”, relata.
A realidade virtual já é utilizada no entretenimento, com jogos em que o jogador utiliza óculos de RV, possibilitando a imersão em um mundo virtual. “A realidade virtual é utilizada na área de negócios para, por exemplo, visitar virtualmente um imóvel à venda, que pode nem ter sido construído ainda”, salienta.
A RA também ganha cada vez mais destaque, ainda que o termo realidade aumentada seja desconhecido, a aplicação já é utilizada há alguns anos e possui muito ainda a desenvolver. “Existe muito potencial para a utilização da realidade aumentada nos campos da propaganda e do marketing. Mesmo assim, ela já é utilizada em anúncios que colocam elementos virtuais em um campo de futebol, durante a transmissão da partida”, afirma.
Com o comércio virtual em evidência, o uso das realidades podem otimizar ainda mais experiências dos usuários, com o intuito de transformá-los em consumidores. “No caso específico da realidade aumentada, ela pode melhorar a experiência de forma online ou até mesmo no próprio ponto fixo de venda. Porém, os ambientes virtuais não substituem totalmente a experiência presencial”, finaliza.
Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí
Graduado no curso de Ciência da Computação da Unijuí em 2018, Antonio Catani está de malas prontas para morar na Itália, na comuna de Sante Marie, a 82 quilômetros da capital Roma. Atuando na empresa BairesDev, da Argentina, e com passagem pela empresa Philips, Antonio afirma que a ida à Europa é um “sonho antigo”.
A mudança não acontece devido a uma oportunidade de trabalho, mas, segundo Antonio, resulta das oportunidades que teve graças à sua formação. “Estou de mudança atrás do sonho de obter a cidadania italiana, devido à minha descendência. Todavia, isso só se tornou possível em razão do aquecimento do mercado na minha área, que tornou viável trabalhar de forma remota para clientes de qualquer localidade do mundo, além de receber o salário em diferentes moedas”, afirma.
A partir do dia 10 de julho, Antonio irá encaminhar a cidadania junto à prefeitura local. De acordo com ele, as mudanças trazem um certo grau de ansiedade, mas, desta vez, está menos ansioso do que estava quando realizou a mudança para Blumenau, para começar a trabalhar na Philips. “Boa parte dessa tranquilidade vem do fato de que eu possuo o privilégio de manter o emprego atual, na BairesDev, trabalhando remotamente, sem preocupações e anseios que geralmente acompanham essas mudanças”, salienta.
O egresso conta que por muito pouco escolheu outra carreira, pois iniciou a graduação no curso de Engenharia Elétrica. “A mudança ocorreu apenas dois semestres depois, quando eu percebi que a minha disciplina favorita, até então, e a melhor nota que eu havia tirado no curso era na disciplina de algoritmos. Esse foi o ponto que me fez optar definitivamente por seguir a minha graduação no curso de Ciência da Computação”, relata.
Durante sua trajetória no curso, Antonio participou do GAIC (Grupo de Automação e Controle) e trabalhou com o desenvolvimento de aplicativos para iOS, no projeto “Desenvolvimento e Implantação de um Lote Pioneiro de um Sistema de Monitoramento e Supervisão de Unidades Transformadoras e Subestações.” “Experiência essa que eu não teria fora do GAIC, pois, na época, o desenvolvimento de aplicativos para esta plataforma era restrito para computadores com MacOS, que eram disponibilizados pelo grupo de pesquisa para que pudéssemos trabalhar”, relata.
De acordo com Antonio, a Universidade possui diversas vivências para que os estudantes possam crescer profissionalmente. “Acredito que essas oportunidades oferecidas pela Unijuí, tanto no GAIC quanto no GCA (Grupo de Pesquisa em Computação Aplicada), fornecem aos acadêmicos a possibilidade de realizar pesquisas em temas interessantes e que certamente vão agregar ao currículo e aos conhecimentos”, enfatiza.
Antonio manda dois recados para os acadêmicos que estão iniciando a Graduação e buscam alçar voos mais altos. “Procurem absorver bem o conteúdo e conceitos apresentados pelos professores. Um dos grandes diferenciais na profissão é a capacidade de entender como otimizar o seu código e ter conhecimento suficiente para agregar com sugestões, ao invés de simplesmente programar o que lhe é passado sem questionar o porquê daquilo”, frisa.
“A outra dica que eu dou, e que em minha opinião se torna essencial hoje em dia, é a prática de um segundo idioma. Posso falar por experiência própria que esse é um grande diferencial para o crescimento dentro da área. Existem empresas dispostas a contratar desenvolvedores que ainda não possuem um nível de conhecimento tão elevado, mas são fluentes em inglês”, finaliza.
Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí
Três acadêmicos do curso de Ciência da Computação participaram da maratona presencial, em Curitiba
Entre as atividades realizadas durante a XXII Escola Regional de Alto Desempenho da Região Sul, realizada em Curitiba/PR, esteve a Maratona de Programação Paralela. A atividade teve como objetivo incentivar o conhecimento em programação paralela e distribuída, além de qualificar estudantes para o processamento de alto desempenho. Os estudantes do curso de Ciência da Computação da Unijuí, Gabriela da Rosa Zanetti (1º semestre) e Giseli Tais Torquetti (5º semestre), do campus Ijuí e Edison Matheus Klein (9º semestre), do campus Santa Rosa, participaram do evento.
Na maratona, as equipes foram desafiadas a utilizar técnicas de paralelização em programas de computadores que executavam de forma sequencial. O objetivo era aumentar o desempenho e tempo de execução dos programas e utilizar da melhor forma, todos os recursos das máquinas. Após, o código modificado foi enviado para um computador, para execução, verificação e avaliação dos ganhos de desempenho. Os estudantes retornam para a Unijuí com o 4º lugar.
Mesmo em diferentes semestres da graduação, os estudantes assimilaram diversas questões com os aprendizados teóricos e práticos do dia a dia do curso. “Foram apresentados diversos temas atuais, que fazem parte do contexto de computação de alto desempenho e programação paralela”, destacam. O curso de Ciência da Computação da Unijuí, por exemplo, possui uma disciplina focada no processamento de alto desempenho.
Os acadêmicos foram acompanhados pelo coordenador dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software, Edson Padoin. Além da maratona, participaram de diversas palestras, minicursos apresentações de iniciação científica. também aproveitaram a oportunidade para visitar o C3SL, na Universidade Federal do Paraná, que mantém um espelho dos principais repositórios de software livre.
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