Na última sexta-feira, dia 18 de outubro, a coordenadora do curso de Agronomia da Unijuí, professora mestra Angélica de Oliveira Henriques, acompanhada dos professores doutores do curso - Roberto Carbonera, Leonir Uhde e Fernanda Sanes, acompanharam a comitiva francesa da Association Écrivains Artistes Paysans - AEAP (Associação dos Escritores Artistas Agricultores) em uma visita à produção agroecológica de frutas e verduras em Cruz Alta. A comitiva era composta por Marcel Marlois, Gilles Gallois, Jacqueline Bellino, Jean Paul Sozedde e Claude Alain Fernand. A visita contou também com a presença da tradutora Neiva Brum e dos estudantes do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade - PPGSAS da Unijuí, Natália Dias e Amadou Diouf (intercambista senegalês).
A unidade de produção pertence à engenheira agrônoma Romi Schneider, egressa do curso de Agronomia da Unijuí, e ao técnico em agropecuária Valdir Luchmann. O casal dedica suas vidas à pesquisa de métodos de cultivo sustentáveis e, atualmente, atende mais de 100 famílias da região, além de algumas escolas, fornecendo frutas e verduras cultivadas sem o uso de fertilizantes sintéticos e pesticidas. Sua produção, realizada em três hectares, busca promover uma agricultura sustentável e de qualidade, com o objetivo de oferecer alimentos saudáveis para a comunidade local.
Durante a visita, Romi e Valdir compartilharam os desafios enfrentados para manter uma agricultura agroecológica em meio a um cenário dominado por monoculturas que utilizam sementes transgênicas e agroquímicos. Para preservar suas plantações, eles adotaram uma barreira física de árvores e estabeleceram contratos que delimitam que os produtores arrendatários das terras vizinhas não podem aplicar agroquímicos em uma área específica. Dessa forma, garantem a sanidade e pureza de seus cultivos.
O casal também explicou as práticas inovadoras que utilizam para reduzir o surgimento de doenças e plantas invasoras na horta. Um exemplo é o uso de lonas pretas sobre os canteiros para diminuir a incidência de plantas invasoras, com as lonas sendo posteriormente recicladas após dois anos de uso. Valdir relatou que, anteriormente, a compostagem era feita em montes, um processo que se tornou inviável devido à falta de mão de obra. Atualmente, o casal opta por deixar restos vegetais e palhadas ao lado dos canteiros, permitindo que os nutrientes se decomponham naturalmente e sejam prontamente acessíveis pelas raízes das plantas, que se expandem para alcançar esses nutrientes.
Os visitantes franceses ficaram impressionados com a propriedade e parabenizaram o casal pelo trabalho dedicado e sustentável que desenvolvem. Eles destacaram a importância de iniciativas como essa para a promoção de uma agricultura mais responsável e em harmonia com o meio ambiente. A produção agroecológica, como a realizada por Romi Schneider e Valdir Luchmann, é fundamental para garantir alimentos saudáveis e seguros, preservando a biodiversidade e promovendo a sustentabilidade a longo prazo. Esse tipo de agricultura também fortalece a economia local, ao aproximar produtores e consumidores e incentivar práticas mais justas e conscientes.