Um dos maiores símbolos da cultura gaúcha, o chimarrão acompanha a formação histórica da região sul do Brasil há centenas de anos, com os primeiros relatos datando do século XVI. Também conhecido como “mate”, o chimarrão nasce da ideia de se criar uma infusão (ou um chá) a partir da união de água quente e erva-mate - originada do processamento das folhas de erva-mate, trituradas a fim de facilitar o consumo e a utilização como chá. Atualmente, cerca de 90% da erva-mate processada no Rio Grande do Sul é utilizada para o chimarrão.
Com o objetivo de compreender o comportamento dos consumidores de chimarrão, o acadêmico do curso de Administração, do campus Santa Rosa da Unijuí, Bruno Felipe Fröhlich Bencke, desenvolveu uma pesquisa que investigou o modo, tradição e uso da erva-mate, a partir de uma amostra de 244 pessoas da região. O estudo foi elaborado na disciplina de Pesquisa de Mercado, ministrada pelo professor Ariosto Sparemberger.
Dos participantes da pesquisa, 38,6% possuem de 46 a 60 anos de idade e 25% estão na faixa etária de 31 a 45 anos, sendo 52,5% do sexo masculino e 47,5% do sexo feminino. A maioria dos entrevistados (60,6%) consomem erva-mate todos os dias da semana e 80,9% deles responderam que o local de preferência para o consumo é em casa. Em relação ao horário, 66,1% das pessoas responderam que preferem tomar chimarrão pela parte da manhã.
Geralmente, entende-se que o fator preço influencia na decisão de compra do consumidor. Porém, o estudo mostrou que 70% dos respondentes discordam que a escolha da erva-mate se dá em função do valor: 90% escolhem a erva-mate em função da qualidade e 49% disseram ser fiel à marca. Outro dado revelado pela pesquisa é que 69% dos participantes preferem erva-mate com açúcar.
Além disso, 83% das pessoas entendem que o chimarrão faz bem à saúde e 59% entendem que o hábito não causa problemas de saúde, como gastrite e úlcera. 82% dos entrevistados preparam o chimarrão que tomam. Em relação ao período de pandemia, 49% dos participantes responderam que houve um aumento no seu consumo de erva-mate.
O orientador do estudo, professor Ariosto Sparemberger, explica os objetivos da disciplina, que propõe que cada estudante realize uma pesquisa de mercado. “A pesquisa é uma ferramenta indispensável para o processo de tomada de decisão nas organizações. Entender os resultados é captar o sinal que o consumidor está emitindo em relação a avaliação do produto e/ou do serviço que ele utiliza ou consome”, destaca.