Na última quarta-feira, dia 17 de agosto, foram entregues materiais escolares e quatro smartphones Samsung Galaxy à Escola Municipal Fundamental Deolinda Barufaldi. A ação integra mais uma fase do projeto “Aplicação de sistemas da informação no desenvolvimento de projetos interdisciplinares no modelo híbrido educacional”, desenvolvido pelos Programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Educação nas Ciências da Unijuí, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs) e do Sebrae RS.
Antes da entrega dos materiais, foi realizada uma conversa, online, com a professora Francilda Fonseca Machado, uma das vencedoras do Prêmio Educador Nota 10, que leciona em uma comunidade quilombola no Maranhão. Além da Escola Deolinda Barufaldi, de Ijuí, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Alexandre Tramontini, localizada no município de Espumoso, também é contemplada pelo projeto. Os estudantes do 8º ano das duas escolas participaram, simultaneamente, do bate-papo com a professora.
Diversas ações já foram realizadas dentro do projeto, como uma formação pedagógica com os professores de ambos os educandários, que conta com encontros presenciais e online; uma visita da Escola Deolinda à comunidade quilombola Passo do Araçá, em Catuípe; e uma palestra online com o professor Augusto Kessai Chicava, de Moçambique, intitulada “Desconstruindo o preconceito sobre a África”. Todas as atividades estão relacionadas com a temática que norteia o trabalho nas escolas: racismo estrutural.
Outras ações estão previstas para acontecer até o final de outubro: visita da Escola Alexandre Tramontini a uma comunidade quilombola em Salto do Jacuí; submissão de trabalhos desenvolvidos pelos estudantes na 6ª MoEduCiTec; e uma apresentação, na Expofest, de uma canção que está sendo ensaiada pela Escola Deolinda, juntamente com a Etnia Afro. No dia da apresentação, está sendo planejada a vinda dos alunos de Espumoso à Ijuí. Além de um momento de integração entre as duas escolas, os jovens terão a oportunidade de conhecer a Unijuí, o Museu Antropológico Diretor Pestana e visitar a Expofest.
Segundo a diretora da Escola Deolinda, Lizandra Baiotto, as atividades realizadas pelo projeto foram pensadas de forma dinâmica e interativa, o que conseguiu envolver os alunos. “O projeto está sendo muito bom pelas oportunidades que surgiram, os passeios que fizemos, as pesquisas, o uso da tecnologia que proporcionou. Nós, professores e direção, percebemos que os alunos se envolveram no projeto e estão muito felizes, se sentem gratificados por terem sido escolhidos como a turma piloto”, afirmou Lizandra.
Entenda mais sobre o projeto
O projeto da Unijuí surgiu a partir da dissertação de Mestrado da professora Danieli Biolchi, que agora dá sequência ao trabalho em sua tese no Doutorado em Desenvolvimento Regional. “Além de abordar um assunto tão pertinente, que é o racismo estrutural, o projeto está possibilitando movimentos diferentes nas escolas e trabalhando o que acreditamos ser primordial na educação: a interdisciplinaridade e o movimento híbrido. Então essa possibilidade de levar a Universidade para dentro das escolas, fazer com que os alunos conheçam lugares diferentes, tenham experiências diferentes, é muito importante e certamente vai transformar as percepções deles sobre estudar e sobre educação. É isso que a gente busca na nossa pesquisa”, destacou Danieli.
Para aplicação do projeto foi montada uma equipe de profissionais responsáveis, que conta com Danieli; com os professores doutores Airton Adelar Mueller (pesquisador/coordenador), Sidinei Pithan da Silva (pesquisador/executor) e Edson Luiz Padoin (pesquisador/executor); com apoio técnico do bacharel do curso de Ciências da Computação da Unijuí, Átila Cordeiro Biolchi; e do doutor em Desenvolvimento Regional, Vinicios Gonchoroski de Oliveira.
O coordenador do projeto, professor Airton Mueller, explicou que o trabalho desenvolvido com os alunos, sobre racismo estrutural, se conecta com o projeto maior, que visa a aplicação de sistemas da informação a projetos interdisciplinares em formato híbrido. “O projeto dentro das escolas não é realizado somente a partir de uma metodologia presencial. É justamente a partir de testes de metodologias híbridas, que conectam o contato pessoal e o contato à distância. Isso implica várias atividades, várias formas de interação com pessoas que estão longe daqui, mediadas por diferentes tipos de tecnologias. É uma alegria poder estar aqui em uma escola municipal e dar esse retorno da Universidade para a comunidade por meio de suas atividades de pesquisa”, completou o professor Airton.