A Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unijuí desenvolve, em parceria com a Coordenadoria de Marketing, o Projeto Popularização da Ciência, com o objetivo de divulgar a produção e ações dos professores e bolsistas de projetos de Pesquisa e Extensão da Universidade. Confira reportagem da bolsista Natália Langer.
A preocupação com a qualidade dos alimentos consumidos é uma questão importante na atualidade. Por isto, a Unijuí procura analisar, no Projeto de Pesquisa “Agroindustrialização de hortaliças orgânicas cultivadas na região noroeste do Rio Grande do Sul”, a qualidade de produtos orgânicos desenvolvidos na região Noroeste. Utiliza, para isto, novas tecnologias na produção de alimentos, com foco na melhoria da qualidade das hortaliças orgânicas na região. O projeto conta com a participação de professores, estudantes e integrantes da comunidade.
O projeto, financiado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul, tem como objetivo analisar a qualidade de hortaliças orgânicas, comparando sua forma fresca e processada, por meio do congelamento e desidratação. Essas hortaliças são obtidas com agricultores familiares que possuem selo de certificação de produção orgânica. As análises são feitas a partir de uma comparação com as mesmas espécies produzidas de maneira convencional, fazendo análises físico-químicas dos produtos processados e dos produtos frescos. Os quesitos avaliados nas análises são composição química centesimal, teores de vitamina C, teores de compostos bioativos (fenólicos e pigmentos), atividades antioxidantes e teores de resíduos de agrotóxicos.
As hortaliças analisadas no projeto são cenouras, batatas, berinjelas, abóboras, morangas, brócolis, milhos, mandiocas, chuchus e abobrinhas. Com os resultados das análises e comparações, o projeto passa a avaliar a qualidade das hortaliças cultivadas em sistema orgânico na região, no intuito de contribuir, através das tecnologias geradas, com a extensão da vida-de-prateleira dos produtos, melhorando, também, os aspectos ligados à comercialização dos mesmos, já que é um dos principais empecilhos da produção orgânica. Além disso, pretende-se contribuir para validar as experiências locais com agricultura orgânica e agroecológica, desenvolvendo o crescimento dessas experiências para toda a região noroeste do estado do Rio Grande do Sul.
De acordo com o coordenador do projeto, professor Raul Vicenzi, as análises foram realizadas a partir de produtos vinculados a uma rede de cooperativas de produtores orgânicos da região das Missões e Noroeste. “Desenvolvemos produtos elaborados a partir de métodos de processamento, alimentos tendo como matéria prima hortaliças. A gente já desenvolveu, nesse período, alguns estudos, por exemplo: a desidratação de batata doce, na perspectiva de produções de farinhas (a partir de batata doce orgânica), a desidratação de cenouras na mesma lógica de produção de farinhas. Esses produtos podem ser utilizados como ingredientes em outras formulações e também o desenvolvimento de um mix, uma seleta de hortaliças congeladas, pré-cozidas e congeladas”, explicou o coordenador.
Também foram oferecidos, pelo Projeto, minicursos sobre processamento de hortaliças congeladas e desidratadas, atribuindo atividades teóricas e práticas. Essas atividades foram destinadas a técnicos, estudantes, produtores e público em geral, além de seminários referentes ao assunto, que foram realizados em diferentes lugares.
Todas as análises previstas para o projeto já foram realizadas, mas os experimentos seguirão até o ano de 2020. Até lá, os objetivos e metas do projeto focam em desenvolver e adaptar o processo de desidratação de cenoura orgânica em pó, pelo método de Spray Dryer, forma de desidratação em que o produto final tenha como característica principal alta solubilidade, podendo ser utilizado como ingrediente de outras formulações. Além disso, segundo o coordenador, pretende-se realizar avaliações dos teores de resíduos de alguns agrotóxicos em hortaliças produzidas e comercializadas em nossa região.