Pesquisa procura relacionar a alta concentração de azévem com piora de sintomas respiratórios - Unijuí

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Coletores artesanais de pólen foram instalados nos telhados de escolas que integram a pesquisa, dentro de uma nova etapa da pesquisa

Acadêmicos dos cursos de Biologia, Nutrição, Fisioterapia e Enfermagem da UNIJUÍ estão envolvidos em uma tarefa diferenciada, mas fundamental, que deverá resultar na coleta de dados para o desenvolvimento da pesquisa intitulada “Controle da Asma e Rinite Alérgica em Escolares na Época de Polinização de Gramíneas”, que pretende verificar a relação entre a alta concentração de azevém nas lavouras da região e a piora de sintomas respiratórios em escolares do município com e sem asma.

A tarefa executada na última semana pelos acadêmicos da Biologia foi a instalação de coletores artesanais de pólen, colocados nos telhados de escolas do município de Ijuí que fazem parte da pesquisa. Já os acadêmicos da Fisioterapia, Nutrição e Enfermagem estão realizando visitas domiciliares aos escolares para coleta de dados relacionados à qualidade de vida, sintomas respiratórios e nível de atividade física.

A pesquisa vem sendo desenvolvida desde novembro do ano passado, sob a coordenação da professora Simone Zeni Strassburger, do Curso de Fisioterapia, ligado ao Departamento de Ciências da Vida da UNIJUÍ (DCVida), e envolve também os docentes Márcio Strassburger (Fisioterapia), Lígia Frantz (Nutrição) e Mara Tissot (Biologia), além de acadêmicos dos quatro cursos do DCvida que formam o Grupo Respirar. Simone é doutoranda em Saúde da Criança pela PUCRS e optou pelo tema justamente por residir numa região onde o aumento de atendimentos médicos a indivíduos asmáticos e sintomas alérgicos na população em geral, nos períodos de polinização de gramíneas, tem chamado a atenção das instituições e dos profissionais de saúde. Dentre as gramíneas alergênicas, o azévem (lolium multiflorum) é considerado, de acordo com diversos estudos, o tipo de gramínea com maior potencial alergênico. Na região Noroeste do RS, existem cerca de 700 mil hectares plantados.

"Sabe-se que existe uma relação entre as estações de polinização de gramíneas com o aumento de internações hospitalares e atendimento em salas de emergência em indivíduos asmáticos. Entretanto, são escassos os estudos que avaliam os efeitos da dispersão polínica das gramíneas de maneira individual sobre os sintomas respiratórios de vias aéreas inferiores e superiores, qualidade de vida e controle de doença em escolares asmáticos”, observa Simone. A hipótese principal é que a temporada de maior concentração de pólen das gramíneas existentes na região, principalmente do azevém, está associada com a maior frequência de sintomas respiratórios, piora da qualidade de vida, piora do controle da asma e mais sintomas de rinite e rinoconjuntivite.

A primeira etapa da pesquisa compreendeu a aplicação de questionários de triagem para todos os escolares matriculados de terceiras a oitavas séries das escolas Soares de Barros, Polivalente, Imeab, Modelo, Thomé de Souza, Ruizinho, Emil Glitz e Deolinda Barufaldi, todas de Ijuí, escolhidas pelos critérios de localização e maior número de alunos. A partir destes questionários, foi possível estabelecer quais destes escolares tem asma, sendo então realizado o sorteio do grupo chamado de controle (sem asma). Outra etapa compreenderá a realização de 200 coletas de amostras de sangue, 100 de cada grupo, para detectar a presença, ou não, de alergia a gramíneas.

A etapa que vem sendo desenvolvida agora aposta no sucesso dos coletores de pólen desenvolvidos pelos próprios professores, de forma artesanal, e na aplicação dos questionários nos domicílios. Durante os meses de abril e maio, todas as semanas, os coletores serão trocados para a coleta de informações em laboratório. Esta etapa será repetida no período de setembro a novembro, considerado período de polinização das gramíneas. Cumpridas todas estas etapas, o grupo de pesquisadores pretende compilar os dados e chegar às conclusões. Simone destaca que se trata de uma pesquisa inédita cujos dados poderão levar a novos desdobramentos, ou seja, novas pesquisas e alternativas para garantir a qualidade de vida e o controle destas doenças.

 


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