Revelar o atual perfil do administrador no país foi o principal objetivo de duas pesquisas realizadas recentemente, um pelo Conselho Federal de Administração em conjunto com a Fundação Instituto de Administração (FIA), com um caráter mais abrangente; e outra feita pelo Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul, com informações mais locais sobre a profissão.
A pesquisa realizada pelo CFA ouviu mais de 21.110 pessoas em todo o país entre administradores, professores, coordenadores de curso de administração e empresários. Já a pesquisa realizada pelo CRA-RS contou com 1.090 questionários devolvidos através de coleta realizada pela internet de um universo de 16.041 administradores cadastrados.
Ambas as pesquisas visavam conhecer as tendências profissionais na área da administração, levantar o perfil, a situação atual e a posição no mercado dos administradores a fim de atualizarem a última pesquisa realizada em 2007 e 2006, pelo CRA e pelo CFA, respectivamente.
Em relação ao gênero se percebe em ambas pesquisa uma predominância de homens, cerca de 60% pela pesquisa do CRA-RS e 65% pela pesquisa do CFA. Mas, havendo já uma inserção mais expressiva de mulheres nesta profissão em ambas as pesquisas se comparado aos números anteriores. Na faixa etária há uma concentração maior entre 26 a 35 anos de em torno de 40% da amostra na pesquisa do CRA-RS e entre 26 e 35 anos de em torno de 35% da amostra do CFA. Este perfil jovem dos administradores, com a presença um pouco mais contundente de mulheres reflete nos salários mais baixos, sendo que até 5 salários mínimos para a maioria dos pesquisados( 40,6%) do CRA-RS e entre 1 e 10 salários mínimos para a maioria, em torno de 43% do CFA
Os cargos ocupados ou as funções desempenhadas pelos administradores, em ambas pesquisas, revelam uma maior concentração no cargo de gerência, e as áreas de atividades na pesquisa do CRA-RS concentram-se em finanças, educação e serviço público, já para os respondentes do CFA há uma concentração maior nos serviços e na indústria. Em relação ao porte das organizações onde atuam, a pesquisa do CRA-RS revela ser bem variado o tamanho destas entre pequenas, médias, grandes empresas e serviço público, já a pesquisa do CFA fica mais concentrado em empresas com mais de 1000 empregados por 40% da amostra.
O motivo para a escolha do curso se deu principalmente pela formação generalista e abrangente, bem como pela existência de amplo mercado de trabalho pela maioria dos respondentes da pesquisa do CFA, já a pesquisa do CRA-RS revela que a grande maioria escolheu ser administrador por ser compatível ao seu projeto de vida e ter vocação, por 53% dos respondentes.
A pesquisa do CRA-RS traz que as áreas funcionais mais procuradas pelo mercado são: finanças, marketing, administração geral, vendas e recursos humanos. E a pesquisa do CFA traz qual o principal conhecimento específico ao administrador na sua atuação junto ao mercado, sendo os mais apontados: identificar problemas, formular e implantar soluções, ser capaz de enfrentar desafios e solucionar conflitos e ainda desenvolver raciocínio lógico, crítico e analítico sobre a realidade organizacional, e por fim, assumir o processo decisório das ações de planejar, organizar, dirigir e controlar. Salientando que estas áreas funcionais são a base do curso de administração e este perfil requerido abordam exatamente o que é colocado como conteúdos de formação a fim de atender as 8 competências propostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais- DCN apontadas pelo MEC.
A pesquisa do CFA apresenta as perspectivas em relação ao mercado de trabalho para o administrador nos próximos anos para a: consultoria empresarial, serviços, hotelaria e turismo, administração pública indireta (sociedade de economia mista, empresa pública, etc) e direta, administração hospitalar e serviços de saúde, instituições financeiras e indústria.
A coordenadora do curso de Administração da UNIJUÍ, Edimara Darconco, destaca a participação da classe como importante para o reconhecimento da profissão. “Por fim, a pesquisa aponta que há concorrência de outras áreas e ou outros profissionais disputando vagas destinadas aos administradores, tais como: engenheiro, contador, economista e psicólogo. Esta situação perdurará até que o administrador seja realmente reconhecido como imprescindível, o que acarreta uma maior participação da classe e empenho de todos os administradores ao se assumirem neste processo”, afirma Edimara.