O sol em tom alaranjado em consequência das nuvens de fumaça que tem chegado ao Rio Grande do Sul oriundas de queimadas no norte do Brasil e da América do Sul tem afetado os dias na região Noroeste do Estado. Mais do que as mudanças aparentes, as micropartículas das queimadas têm feito com que o nível de qualidade do ar caísse a níveis de alerta, se transformando em insalubre, em especial para os grupos sensíveis.
É isso que demonstram os dados de monitoramento do projeto do Smart LiveLab, da Unijuí. Conforme os números, que são coletados a partir de antenas com sensores instalados em diversas partes de Santa Rosa, o nível de poluição do ar chegou ao pico de 92 µm (micrometros), na madrugada desta sexta-feira, 13 de setembro. O índice normal é de 2 a 4 µm, com níveis maiores nos horários de pico, quando há circulação de veículos.
“Com o agravamento das fumaças, houve uma ascendência muito grande de micro partículas no ar. Houve crescente em relação ao nível normal, de 2 a 4 µm para 70 a 80 µm em média, o que mostra que a qualidade do ar da região, em especial da cidade de Santa Rosa, não está de boa qualidade”, destaca o coordenador do projeto, professor Sandro Sawicki.
De acordo com o professor, todas as informações sobre a poluição no ar são de extrema importância, em especial para gestores e para a saúde da população. “Essas informações podem auxiliar os gestores a agirem, pois muitas pessoas podem ter problemas respiratórios, como a preparação para receber essas pessoas no futuro”, ressalta.
Conforme explica o professor Sandro, o Smart LiveLab é uma estrutura de comunicação, que faz a captura, transmissão e armazenamento de dados na série histórica.Os dados trafegam até um computador de grande porte instalado no campus Santa Rosa da Unijuí, sendo a coleta de dados feita por um kit de sensores que monitoram em tempo real e emitem, a cada cinco minutos, informações sobre temperatura, ruído e sobre as micropartículas no ar (poluição).
A infraestrutura também cria e desenvolve soluções a partir da Internet das Coisas (IoT) e Cidades Inteligentes na região, e se utiliza da tecnologia LoRa, que é uma rede de transmissão de longo alcance para o levantamento e troca de dados. O projeto é organizado pela Unijuí, em parceria da Prefeitura de Santa Rosa e empresas parceiras, e executado por meio de edital da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT/RS).