O Rizoma Temático desta quinta-feira, 23 de março de 2023, debateu os Impactos da Inteligência Artificial. Não é de hoje que esses impactos têm ganhado notoriedade no cinema, novelas e literatura, muitas vezes sendo associado, inclusive, a situações apocalípticas. No entanto, há alguns anos os efeitos da inteligência artificial têm chamado atenção pelas facilidades que ela tem empregado à evolução humana. Mas até que ponto a humanidade está preparada para o que ainda virá? Para discutir o tema, foram convidados o mestre em Direitos Humanos e autor do livro Resset, Cesar Beck; o coordenador dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software, professor Doutor Edson Luiz Padoin; o professor Doutor em Engenharia Elétrica Maurício Campos; e o professor pós-Doutor em Direito Mateus Fornasier.
Para o professor Maurício Campos o mundo passa hoje por um momento revolucionário no que tange esse momento da inteligência artificial. “Eu entendo que não podemos temer ou o mundo irá se acomodar. É óbvio que as transformações vão acontecer, é inevitável que algumas profissões vão desaparecer, assim como na história, pelas tecnologias, outras profissões também desapareceram. Agora, o ser humano jamais vai desaparecer, pois a IA consegue reproduzir o que outros fizeram a partir do seu treinamento, mas daí a criar uma coisa completamente inédita não”, destaca.
O coordenador dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software, professor Doutor Edson Luiz Padoin, ressaltou, por sua vez, que a inteligência artificial é resultado de uma evolução. “O que estamos colocando em prática hoje é resultado da teoria escrita em 1960, no entanto, naquela época não tínhamos tecnologia suficiente para implementar isso. É importante falar sobre isso, pois a inteligência artificial só existe a partir de duas vertentes: é preciso ter dados e é preciso ter computadores capazes de processar esses dados. Ou seja, a inteligência artificial nada mais é do que um processo evolutivo”, explicou, fazendo um comparativo entre a leitura de um catálogo de filmes de streaming que faz sugestões a partir do comportamento e gosto ao assistir os títulos dentro da plataforma.
Já o professor pós-Doutor em Direito Mateus Fornasier destaca que apesar de ser um grande entusiasta do que a inteligência artificial pode vir a trazer, ainda há uma preocupação sobre o modo pelo qual a população vai se adaptar a ela. “Em meu ponto de vista, temos de ter estudos críticos em todos os níveis de ensino, inclusive com as crianças, que estão mais dispostas às tecnologias - e não vejo isso como necessariamente uma coisa ruim - mas há a necessidade de pensarmos nos limites que vamos impor sobre isso, nós e poder público. Por isso que me preocupa a regulação da inteligência artificial e aqui podemos refletir também do ponto de vista da arte, pensando que hoje, a partir da inteligência artificial, também temos essa discussão”, afirma.
O mestre em Direitos Humanos e autor do livro Resset, Cesar Beck, ressalta que no Brasil já existe um Marco Legal da Inteligência Artificial que já foi recebido pelo Senado e que visa trabalhar uma regulação horizontal. “Uma das formas de passarmos por todos esses setores, e existe um paper muito citado e usado, que é do próprio Bill Gates, em que ele diz que podemos criar mecanismos para atrasar ou frear os avanços drásticos da inteligência artificial, e um deles seria o uso da tributação para essas empresas que fazem massificação de automação, massificação de implementações de inteligência artificial para que determinados empregos de determinados setores não sumam da noite para o dia. A gente sabe que eventualmente isso pode acontecer e sim, novas profissões surgirão, mas antes de tudo é necessário ter calma nesse momento porque ainda vamos trabalhar essas diferentes implementações, mas de novo, com muita calma”, conclui.
Confira o Rizoma na íntegra: