Instituído pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, tornou-se uma importante data para celebrar e relembrar a luta dos negros contra a opressão no Brasil. Para marcar o dia, o Rizoma Temático desta quinta-feira, 24 de novembro, propôs um debate a partir do tema “Consciência Negra: reflexões necessárias no país”.
Foram convidados para o bate-papo Sandro Maximo, professor das redes municipal e estadual, especialista em Educação de Jovens e Adultos e mestre em Educação nas Ciências; Thayane Santos Madruga, jornalista, mestre e doutoranda em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social pela Unicruz, coordenadora do Projeto Narrativas Negras e Integrante da Unegro/RG; e Márcio Chagas da Silva, professor de Educação Física, ex-árbitro de futebol e militante antirracista.
Thayane falou sobre a importância da data, mas ressaltou que o debate precisa ser feito durante o ano todo. “Precisamos colocar a educação como cerne desta discussão. Educar as crianças num formato antirracista, de forma inclusiva, para que possam se tornar cidadãos emancipados. Não podemos deixar que essa discussão aconteça apenas no dia 20 de novembro. Somos negros todos os dias, sofremos todos os dias. É uma questão cultural e estrutural”, explicou.
Márcio criticou o fato de apenas as dores da população negra ganharem destaque, enquanto que as vitórias e conquistas ficam em segundo plano. “Tivemos poucas conquistas nestes 134 anos após a abolição, e isso é algo para ser questionado. Como um país com 56% da população autodeclarada não se enxerga nos espaços e nos cargos de poder? Algo está errado. Essa conta não fecha”, disse.
A educação tem muito a contribuir com este processo, como destacou Sandro, mas essa educação precisa ser democratizada. “Muitos ainda questionam políticas públicas, como as que garantem cotas em universidades, e que vêm para amenizar tantas coisas terríveis que aconteceram ao longo da história com os negros. Nós não tivemos um ou dois anos de atrocidades. Foram três séculos e meio de extrema desumanidade”, relembrou.
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