Com o objetivo de ligar a comunidade ao Museu Antropológico Diretor Pestana (Madp), por meio de um espaço de diálogo, será realizado na próxima segunda-feira, 28 de novembro, às 19h30, o Cine Debate. O projeto surge com o intuito de fomentar discussões que perpassam por questões sociais atuais, inserindo o cinema como um caminho para esta aproximação.
O Cine Debate é uma iniciativa do Madp, em parceria com a Clínica Devir, no qual serão disponibilizados longas-metragens em determinados meses para discutir, de forma coletiva, as questões que perpassam sobre eles. A partir da exibição, a comunidade é convidada a se inserir nas reflexões através de facilitadores que auxiliarão no movimento da roda de conversa.
Andressa Dias, psicóloga e representante da Clínica Devir, reforça que este projeto vem sendo pensado como uma forma de aproximação cultural, para discussões necessárias, além de ser um espaço ético para estas reflexões e diálogos.
O filme escolhido para a primeira exibição do projeto é “Medida Provisória”, longa-metragem estrelado por Alfred Enoch, Taís Araújo e Seu Jorge, e dirigido por Lázaro Ramos, o qual foi inspirado na peça teatral “Namíbia, Não”, escrita por Aldri Anunciação.
Esta edição contará com a mediação de Rafael da Silva Tassotti, psicólogo graduado pela Unijuí e pesquisador na área de psicanálise e cinema; e Nathália das Neves Teixeira, advogada, especialista em Direito Tributário, pós-graduanda em Direito Civil e Processo Civil e mestranda em Direitos Humanos pela Unijuí, ambos pesquisadores na temática racial.
A participação acontece a partir de inscrições que podem ser realizadas através do formulário, disponível neste link. As vagas são limitadas por conta da capacidade do auditório do Museu e, se houver disponibilidade, será possível realizar a inscrição no dia do evento.
Sobre a exibição:
A obra se passa em um futuro Brasil distópico preconceituoso e racista. A ficção especulativa distópica apresentada no filme age enquanto intervenção social, instigadora de controvérsias do e no espaço público.
Com uma gramática específica, a obra toca em um ponto crucial da história brasileira: transcendendo a importante temática da reparação histórica pelos crimes de racismo, ascende um debate que tem ganhado espaço sobre a justiça entre gerações e racismo estrutural.
Carolina Baldissera Gross, psicóloga e representante da Clínica Devir, reforça que o filme é suporte para o desdobramento de questões e reflexões sobre a fragilidade contemporânea dos laços sociais e das instituições. Obediência e desobediência civil, opressores e oprimidos, o avesso e o direito, lugares mais especulares do que distintos, que abrem campos potenciais de reflexões sobre repetições, fantasias, fantasmas, poderes, resistências e atos.