Um dia após Ijuí comemorar seu aniversário, o Rizoma Temático colocou em pauta as origens, curiosidades e diversidade do município de Ijuí. “132 anos: a fundação e a história da Capital Mundial das Etnias” foi o tema abordado no programa desta quinta-feira, dia 20 de outubro.
Para debater o assunto, foram convidados o professor do curso de História da Unijuí, Jaeme Callai; a historiadora e educadora do Museu Antropológico Diretor Pestana (Madp), Belair Stefanello; e o professor, historiador e coordenador pedagógico da Secretaria Municipal de Educação, José Augusto Fiorin.
O Rizoma iniciou com a participação de outro historiador, o escritor ijuiense Luís Carlos Ávila, conhecido como Bagé, que trouxe um pouco da história do município. “A colônia Ijuhy foi o primeiro projeto de colônia da primeira república. O governo do Brasil decidiu fazer um modelo diferente de povoação, não como era anteriormente na qual juntavam famílias imigrantes italianas ou alemãs e no máximo mais uma etnia, mas sim com famílias vindas de locais diversificados”, salientou.
Na sequência, o professor Jaeme Callai iniciou uma explicação sobre como ocorreu essa criação. “Ijuí é instalada em uma área de matos que integrava a cabeceira do Rio Ijuí e uma primeira ideia que se tem é que é uma área desocupada, então chegam os primeiros povoadores. Isso é um equívoco, já havia a presença dos indígenas, mas me refiro mais especificamente a presença de lusos-brasileiros que ali habitavam”, destacou.
O professor José Augusto Fiorin trouxe para o debate a convergência das etnias para essa colônia. “No momento em que inicia esse movimento migratório é importante compreender que por mais que viessem colonos com habilidades no cultivo, por mais que existissem outros colonos, no momento que se estabeleciam entravam em um padrão cultural, que segundo o próprio padre Antônio Cuber, era uma verdadeira babel”, afirmou.
Belair afirmou que o Madp sempre teve a preocupação de guardar a documentação e apresentar as versões dos diversos fatos que compõem a história ijuiense. “O Museu sempre buscou representar a história de Ijuí desmistificando esse mito fundatório que se deu em 1890, com o intuito de não fazer uma única e sim uma pluralidade de narrativas”, completou.
Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí
Confira o Rizoma Temático na íntegra: