Interesses culturais, territoriais e econômicos motivaram a invasão da Ucrânia promovida pela Rússia. Esse embate segue gerando tensões não somente nos territórios em guerra, mas nos demais países europeus e com reflexos em diversas outras partes do mundo. “Guerra na Europa: cenário e perspectivas do conflito entre Rússia e Ucrânia" foi o tema do Rizoma Temático desta quinta-feira, 29 de setembro.
Para debater este assunto foram convidados o doutor em Ciências Militares, historiador e coronel do Exército, Sergio Muniz; o professor mestre do curso de História da Unijuí, Jaeme Callai; doutor em Economia e professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Unijuí, Argemiro Brum; e o professor, doutor e coordenador do Laboratório de Análise Política Mundial (Labmundo), Rubens de Siqueira Duarte.
De acordo com Jaeme Callai, alguns fatos permitem analisar que a história está se repetindo e realizar um “gancho” do presente com o passado. “A história certamente não se repete do mesmo modo, mas se olharmos para 100 anos atrás vamos perceber que a situação que observamos hoje, entre Rússia e Ucrânia, já ocorreu, com algumas semelhanças, na expansão nazista aos sudetos da República Tcheca”, afirmou.
Para Sérgio Muniz, a grande estratégia militar russa não está funcionando conforme o esperado. “A estratégia russa é apelidada de 'caldeirão'. Eles cercam uma determinada área, aplicam maciços fogos de artilharia e tentam esmagar o inimigo. Acontece que os ucranianos utilizam uma organização operacional semelhante aos russo, além de mostrar resiliência muito grande”, relatou.
Recentemente, o presidente russo Vladimir Putin voltou a mencionar a utilização de bombas nucleares, além de convocar os reservistas para o exército. “O custo político de usar essa arma aumentou enormemente. Os grandes analistas internacionais que eu tenho observado dizem que é muito improvável que haja a utilização de armas nucleares e, sim, mais uma tentativa de dissuadir. Então estão apostando que esse armamento não será utilizado”, destacou Rubens.
Segundo o professor Argemiro Brum, para a Ucrânia os prejuízos econômicos da guerra são praticamente seculares, visto que houve um declínio de 35% do Produto Interno Bruto ucraniano. “Para recuperar as perdas nessa intensidade, além das humanas e estruturais, vai levar um certo tempo. Por exemplo, não estamos ainda em uma terceira guerra mundial, mas as destruições locais estão muito parecidas”, afirmou.
Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí
Confira o Rizoma Temático na íntegra: