Um misto de emoções acompanha a chegada do Natal e do Ano Novo. De um lado, temos pessoas eufóricas com a chegada de um novo ciclo e com o início das festas, e de outro pessoas aflitas, reflexivas, tristes e se sentindo ainda mais sozinhas.
Para debater as mudanças ocasionadas pelo período, a partir do tema “Época de renascimento: o exercício da reflexão associada às festas de fim de ano”, o Rizoma Temático contou, nesta quinta-feira, 9 de dezembro, com a presença do psicólogo clínico e organizacional, Clever Ronaldo de Moraes Amarilha; com o médico psiquiatra e professor do curso de Medicina da Unijuí, Bruno Guidolin; e com o bacharel em Teologia, professor de Filosofia, jornalista e executivo de Comunicação Social, Marco André Regis.
Conforme destacou Clever, o fim do ano representa o fim de um ciclo para muitas pessoas, gerando angústia pelo que está por vir. “É comum realizarmos um balanço do que aconteceu e é importante ter uma perspectiva positiva, porém, dentro da realidade. Não significa que a partir do dia 1º de janeiro tudo vai mudar. Que não teremos mais pandemia, que não teremos mais que usar máscaras, que a economia vai se reerguer. A retrospectiva deve servir para que possamos avaliar quais são as nossas fraquezas, sensibilidades, e a partir disso construir algo que possa ser real”, explicou.
Como lembrou Marco André, a angústia se explica pelo cansaço, pela luta, pelas frustrações passadas nos dois últimos anos de pandemia. Ele explica que a festa memorial, a exemplo do Natal, tem um papel importante neste contexto, já que é um momento em que recordamos o que aconteceu, mas que percebemos que temos forças e condições de renascer. “Desde os romanos, dos gregos, era comemorado o nascimento do Sol Invicto, o solstício de inverno. E ainda no século III, os teólogos olharam para isso como um símbolo de Cristo. Eles diziam que o Invicto que sempre renasce é Cristo em nós, o que nos lembra da nossa capacidade de renascimento, de enfrentar os problemas”, explicou.
A melancolia, segundo Bruno Guidolin, está muito relacionada às pessoas que partiram ou que não estão próximas, especialmente por conta da pandemia. “Além disso, nos preparamos muito para o ano que começa. Desejamos melhoras, realizamos planos. Não é à toa que, em janeiro, temos uma reflexão sobre a saúde mental, através do Janeiro Branco. A iniciativa faz uma referência à folha em branco do ano que se inicia, e sobre como as pessoas querem escrever suas histórias”, comentou.
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