Desde a infância, fala-se sobre a importância da leitura - seja para ampliar o vocabulário, desenvolver a imaginação e a criatividade ou escrever melhor. Contudo, os anos vão passando e muitas pessoas acabam se distanciando dos livros. Com a amplitude de tecnologias e mídias disponíveis, o hábito da leitura, especialmente entre os jovens, parece ter se tornado ainda mais difícil, uma vez que as horas dedicadas aos livros passaram a ser dedicadas às telas.
O Rizoma Temático da semana ocorreu excepcionalmente nesta quarta-feira, 10 de novembro, e trouxe como tema “Argumentação e raciocínio rápido: como a leitura pode influenciar na formação de bons profissionais”. Os convidados para o debate foram a mestre em Letras e coordenadora dos cursos de Letras: Português e Inglês, Pedagogia e História da Unijuí, Taíse Possani; o mestre em História e membro do Projeto Traças Digitais, Josei Fernandes; e a bibliotecária responsável pela Biblioteca Pública Municipal de Ijuí, Aline de Souza Diehl.
A professora Taíse destaca a importância de existir um mediador que incentive o hábito da leitura. “Não bastam livros, bibliotecas com muitos títulos. Nós precisamos de mediação de leitura, seja nas escolas ou em casa, um adulto ou mediador que abra esse livro com a criança, vá partilhando as leituras, porque com essa partilha, você se sente motivado a ler. A interação que os livros possibilitam entre as pessoas, entre as famílias, entre professores e alunos, é o mais importante para manter o entusiasmo da infância na pré-adolescência e depois na juventude e vida adulta”, enfatiza.
A pesquisa “Retratos da leitura no Brasil”, de 2020, aponta que o país perdeu 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019. Apesar disso, o professor Josei possui uma visão positiva. “Eu acredito que a partir de 2020 nós vamos ter uma mudança nesses índices, porque a quantidade de pessoas que buscaram na literatura uma válvula de escape, durante o isolamento, foi muito grande. Inclusive empreendimentos literários, editoras, também estão apresentando ótimos números”, aponta.
A fala da bibliotecária Aline vai ao encontro da perspectiva trazida pelo professor. “Esse ano tivemos um grande aumento nos cadastros novos e tem me surpreendido como tem surgido mais adolescentes aqui. Nos outros anos não observava tanto, agora eles parecem mais animados. As crianças vêm com o pai e a mãe, mas os adolescentes vêm em grupos de três ou quatro, eles mesmos demonstram esse interesse. É um momento em que as pessoas estão voltando a buscar a leitura”, afirma.
O professor do curso de Letras: Português e Inglês, Anderson Amaral, também contribuiu no debate da semana, compartilhando sua experiência pessoal de leitura com a filha e também evidenciando que a leitura vai muito além da formação profissional. “Um profissional que é leitor vai ter uma percepção diferente sobre o mundo, vai ter mais atenção, foco e criatividade. Mas para além desse aspecto, a leitura ajuda na formação humana, faz com que o leitor seja um cidadão mais sensível, mais empático, mais atento ao outro, conhecendo várias facetas do ser humano”, salienta.
Por Amanda Thiel, estagiária de Jornalismo da Assessoria de Marketing
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