Cinco professores da Unijuí tiveram projetos selecionados no Edital PROEdu – Programa de Apoio a Projetos de Pesquisa e de Inovação na Área de Educação Básica, lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs), em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado (Sebrae). Os docentes Airton Adellar Mueller, Anderson Amaral de Oliveira, Eva Teresinha de Oliveira Boff, Fabiana Diniz Kurtz da Silva e Maria Regina Johann apresentaram projetos de pesquisa em ciência, tecnologia ou inovação, no campo da educação, e receberão o incentivo de até R$ 50 mil em cada iniciativa.
Diante do cenário de transformação digital e dos desafios propostos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o edital teve como objetivo selecionar projetos de pesquisa e de inovação, que buscam contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação no Estado, com temáticas voltadas para a Educação Básica e Educação Empreendedora.
De autoria do professor Airton Adellar Mueller, o projeto “Aplicação de sistemas da informação no desenvolvimento de projetos interdisciplinares no modelo híbrido educacional” busca construir conhecimentos necessários para viabilizar a compreensão e a operacionalização - ou adaptação - da metodologia de ensino por Projetos Educacionais Interdisciplinares ao formato híbrido em escolas públicas. “Trata-se de uma empreitada que assume caráter interdisciplinar, buscando integrar conhecimentos filosóficos, científicos, pedagógicos, didáticos e tecnológicos, sem perder de vista as especificidades dos usuários do ensino público”, explicou o professor, lembrando que o projeto conta com a participação de três professores doutores - além dele, Sidinei Pithan da Silva e Edson Luiz Padoin, e uma estudante do Mestrado em Desenvolvimento Regional e um ex-colaborador.
O projeto compreende cinco metas, sendo que a primeira, de mapeamento dos softwares e aplicativos disponíveis no mercado, que sejam aplicáveis ao desenvolvimento de projetos educacionais interdisciplinares, já teve início. Ainda neste ano, serão adquiridos equipamentos ou softwares, inclusos na Meta 2.1, para viabilização da Meta 2, que é desenvolver a metodologia de Projetos Educacionais Interdisciplinares em duas escolas públicas, no formato híbrido, visando testar as ferramentas previamente selecionadas.
“De forma macro, esperamos que a realização desta pesquisa produza conhecimentos que embasem escolas e seus professores para que sejam capazes de realizar mudanças na aplicação de metodologias interdisciplinares, através de Projetos Educacionais Interdisciplinares, aliando ferramentas tecnológicas ao dia a dia e à sua adaptação aos formatos híbridos de educação”, reforçou o professor.
Já o projeto apresentado pelo professor Anderson Amaral de Oliveira, “Audiolivros digitais podcasts e vídeos de conteúdo: letramento multimídia e multimodal na cultura da convergência”, propõe a realização de pesquisas com o objetivo de desenvolver soluções metodológicas para o ensino básico, com foco no ensino híbrido, na BNCC e no protagonismo dos estudantes, por meio da produção de conteúdo escolar multimídia e multimodal, em formato de áudio e vídeo, como audiolivros, podcasts, dicionários de conceitos e a produção de vídeos curtos de conteúdo.
“O projeto envolverá escolas de ensino básico de Ijuí e região. Após a realização da pesquisa, iremos elaborar um guia de práticas pedagógicas para doarmos às escolas e faremos formações com os professores, devolvendo os resultados obtidos”, explicou Anderson, lembrando que o projeto parte de uma metodologia para o ensino de literatura, resultante de sua tese de doutorado “Audiolivros e letramento: ensino de literatura na cultura da convergência”. “Parte, também, das experiências realizadas no projeto de extensão Traças Digitais da Unijuí”, reforça.
A professora Eva Teresinha de Oliveira Boff teve selecionado o projeto “Processo interativo de formação docente no contexto da Educação Básica: uma perspectiva emancipatória de currículo no ensino híbrido”, que busca constituir um processo interativo de formação docente para compreender, investigar, produzir e desenvolver material didático com uso de tecnologias, de modo a ampliar as possibilidades de ensino e de aprendizagem de conhecimentos científicos pelos professores e seus estudantes, em uma perspectiva crítica emancipatória, que permita maior autonomia do coletivo quanto ao enfrentamento dos desafios provocados pela pandemia e o ensino híbrido.
A equipe do projeto é composta pelos professores doutores Vidica Bianchi, Lenir Basso Zanon, Maria Cristina Pansera-de-Araújo, Marli Dallagnol Frison, Cátia Maria Nehring, Isabel Koltermann Battisti - Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências (PPGEC) da Unijuí; Benjamim Zucolotto - Programa de Pós-Graduação em Modelagem Matemática e Computacional da Unijuí; Jaqueline Ritter - FURG, egressa do PPGEC; Graça Simões de Carvalho e Zélia Ferreira Caçador Anastácio - Uminho/Portugal e Leonardo Fabio Martínez Pérez - UPN/Colômbia. O projeto também envolve mestrandos, doutorandos e bolsistas de iniciação científica. O projeto apresenta parceria com a 36ª Coordenadoria de Educação (CRE).
No projeto “Escolas Inteligentes: explorando possibilidades de inovação no processo pedagógico em contexto híbrido”, a professora Fabiana Diniz Kurtz da Silva propõe um parâmetro metodológico que oriente o ensino, especialmente em um contexto híbrido como o vigente, em diferentes áreas na educação básica, a partir do processo formativo contínuo de docentes, para que estes qualifiquem suas práticas imediatas em sala de aula, em parceria com a Universidade.
“A dificuldade de compreender a presença e o verdadeiro papel das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na educação, seja a distância, de forma híbrida ou mesmo no ensino presencial, não é um processo simples nem rápido, porém, fundamental. Vivemos consequências que envolvem, hoje, num cenário pandêmico, um chamado ‘déficit’ de aprendizagem, que pode e deve ser urgentemente tratado e pautado em pesquisas acadêmicas em parceria com a educação básica, pois a escola não é um mero receptáculo de resultados de pesquisa. Ao contrário, é de onde surgem e onde devem chegar as principais atividades sociais e culturais da humanidade”, explicou a professora.
Com a aprovação do projeto, serão construídas parcerias com as redes municipal e estadual de ensino, nas regiões onde a Universidade possui campus. Até o momento, já está construída a parceria com a 36ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). De acordo com Fabiana, a pesquisa vai envolver cinco principais momentos: o mapeamento da literatura especializada da área; organização dos grupos participantes; planejamento coletivo e colaborativo; avaliação e possíveis mudanças; produção e implementação da proposta. “A proposta metodológica é validada em um processo final de elaboração de materiais didáticos que materializam diversas metodologias propostas, por parte dos professores participantes. Trata-se de um movimento final de validação do projeto que, esperamos, seja posteriormente implementado e difundido em outros contextos/escolas e por outros agentes - professores e gestores”, completa Fabiana.
Por fim, o projeto “A formação continuada de professores da escola básica em contexto de educação híbrida: desafios do ensino e potencialidades formativas a partir das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICS)”, apresentado pela professora Maria Regina Johann, vai oportunizar a reflexão acerca da dimensão formativa que caracteriza o tempo/espaço da formação escolar básica, dando centralidade aos processos formativos que potencializam a elaboração de metodologias de ensino, capacitando o professor para pensar e repensar suas estratégias metodológicas frente ao contexto de ensino híbrido.
Com auxílio das pesquisadoras Sirlei Rigodanzo e Sabrina Corrêa da Silva, doutorandas em Educação nas Ciências na Unijuí, serão formados grupos e planejadas as tarefas iniciais. “Do horizonte institucional, o projeto visa a ampliação das relações entre a Universidade e a escola básica, e o fomento das pesquisas e dos grupos de estudos que enriquecem os currículos da Graduação e Pós-graduação, especialmente no que se refere ao tema do ensino e aprendizagem no horizonte das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação. No que tange à contribuição para a comunidade externa, esperamos uma efetiva contribuição à escola, no que se refere aos processos de elaboração de propostas metodológicas para o ensino híbrido. Buscamos estimular os professores em relação à pesquisa tendo como princípio metodológico o trabalho colaborativo, em que diversos sujeitos tomam para si o compromisso de pensar estratégias que visem responder aos dilemas que o contexto educacional apresenta. Sendo assim, uma das grandes contribuições deverá ser em relação à qualificação dos processos de ensino e aprendizagem que apostam na autoria intelectual do professor”, finaliza.