Muitas perguntas giram em torno do futuro da educação no pós-pandemia. O período forçou o uso de tecnologias e a educação a distância, escancarando as desigualdades sociais, e não deixou outra saída aos professores que não fosse atuar de uma forma diferenciada. Mas o que acontecerá daqui para frente?
Para debater o tema "Educação no futuro: o que veio para ficar?”, o Rizoma Temático desta quinta-feira, dia 8, convidou o professor doutor Gláucio José Couri Machado, da Universidade Federal de Sergipe; a coordenadora do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) da 36ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Leila Franco Schmidt; e o doutorando em História, professor na Unijuí, Josei Fernandes Pereira.
Para Gláucio, o momento deveria ser um divisor de águas para área da educação. Inclusive, ele levará para discussão, no Departamento de Educação da Universidade Federal de Sergipe, onde atua, se tudo o que foi feito durante a pandemia, para adaptar o ensino, será aproveitado ou irá para o lixo. “Me questiono se, passado este período, voltaremos 100% para o presencial ou se iremos aproveitar esse conhecimento acumulado, de um ano de trabalho online, daqui para frente. Acho que tivemos um esforço intelectual muito grande para levar conhecimento aos alunos e isso deve ser aproveitado”, afirmou.
Formações já aconteciam na rede estadual, preparando os professores para o uso mais intenso da tecnologia em sala de aula. No entanto, tudo era visto de uma forma mais distante. Os estudantes não tinham vivenciado, ainda, aulas online, por exemplo. “Foi necessária uma rápida adaptação para seguirmos com as aulas, inicialmente de forma remota, aos mais de 14 mil alunos, distribuídos em 59 escolas de 12 municípios da região. Seguimos com o letramento digital dos educadores e buscando solucionar problemas dos alunos, como a falta de acesso à internet. No segundo semestre tivemos a internet patrocinada pelo governo estadual, o que ajudou, e neste ano, a distribuição de chromebooks aos professores e coordenadores pedagógicos”, disse.
Otimista, o professor Josei Fernandes Pereira acredita que as habilidades e competências que estão sendo desenvolvidas tendem a se manter. “Quando aprendemos uma coisa nova, nos abrimos para determinadas inovações, que dificilmente vão retroceder - e é isso que eu espero. A expectativa é que alguns vícios sejam deixados para trás e que metodologias ativas, novas formas e jeitos de ensinar, sejam incorporados ao ensino”, afirmou, destacando que os professores vão precisar se transformar em orientadores, mediadores, enquanto os alunos vão precisar desenvolver a autonomia para estudar.
Confira o Rizoma Temático na íntegra: