Nesta quinta-feira, dia 20 de maio, aconteceu a mesa redonda: “Corpo, educação e saúde sob o olhar da complexidade”, dando sequência à programação do 8º Congresso Internacional em Saúde. O evento foi mediado pelo doutor Sidinei Pithan e contou com a participação da doutora Ivana da Cruz, doutora Elsa Meinard e doutor Santiago Pich.
Iniciando o bate-papo, a doutora Ivana da Cruz apresentou um pouco da história da evolução da espécie humana e das civilizações antigas, ressaltando que a maior habilidade e característica da espécie é produzir conhecimento e tecnologia. A doutora fala sobre ultra compartimentalização e para isso utiliza de uma tabela de conhecimento fornecida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPQ, onde a compartimentalização é tão abrangente que inclui grande área, área, subáreas e especializações, remontando para um grande problema, pois fragmenta o modo de ensinar e o modo de posicionamento crítico, havendo uma emergência de movimentos de interdisciplinaridade. Ela destaca que o método científico tradicional até pode gerar conhecimento, mas não alcança as necessidades dos problemas complexos, então essa atenuação faz com que a gente tenha que prever novos níveis de abordagens de problemas complexos, não só na produção de conhecimento científico mas na educação associadas a esses problemas”.
Finalizando sua fala, Ivana ressaltou a importância do resgate do conceito de educação e do corpo e saúde, dentro de um contexto sociocultural e ecológico, que permita o constante diálogo entre os dois métodos e suas concepções.l “Somente com o método cartesiano temos tecnologia, mas não temos crítica e também não temos a possibilidade de ofertar aos nossos alunos elementos que façam eles realmente atuarem como sujeitos da construção social e cultural do nosso mundo.”
Dando sequência ao evento, a segunda convidada da tarde foi a doutora Elsa Meinard, compartilhando pensamentos coincidentes na fala de Ivana. Segundo ela, quando se pensa em educação e saúde, se abordam problemas reais com perspectivas distintas do que se via nos últimos anos nas escolas de educação em saúde. Ela salientou que a educação em saúde precisa de interação entre os conhecimentos da comunidade e ciência, determinados por um processo dialético entre fatores sociais e biológicos, definindo saúde como um direito humano garantido pelo Estado.
Finalizando a mesa redonda, o doutor Santiago Pich apresentou um texto escrito recentemente pelo autor e antropólogo escocês Timothy Ingold, para repensar a formação humana e as interfaces com a saúde, de forma interdisciplinar sobre contemporaneidade. Para o autor Timothy, fazer parte de um grupo social significa uma habilitação, onde o conhecimento humano ultrapassa a sabedoria de seus antecessores, concluindo que a contribuição de cada geração para seguinte não é um acúmulo de representações, mas uma educação da atenção.
Por Susan Pereira, acadêmica do curso de Jornalismo