Debate sobre impacto dos agrotóxicos abre 8º Congresso Internacional em Saúde - Unijuí

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Iniciou nesta terça-feira, dia 18 de maio, o 8º Congresso Internacional em Saúde, promovido pela Unijuí em parceria com a Universidade do Minho, em Portugal, co-promotora do evento. Realizado de forma online, o Congresso acontecerá até a sexta-feira, dia 21 de maio. 

Antecedendo a abertura oficial do evento, ocorreu durante a manhã o seminário “Os impactos dos agrotóxicos na saúde e ambiente e a favor da vida”. A moderadora foi a representante da 17º Coordenadoria Regional de Saúde, doutora Virginia Dapper, e contou com a participação do doutor Wanderley Antonio Pignati, da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT; mestra Ada Cristina Pontes de Aguiar, da  Universidade Federal do Cariri - UFCA; doutor Eduardo Maturano, da Universidad Nacional de Córdoba; e da doutora Iara Battisti, da Universidade Federal da Fronteira Sul - Cerro Largo.
O debate teve início com a fala da moderadora sobre a temática, salientando sua importância quando se fala em saúde pública no País, onde o uso de agrotóxicos tem crescido consideravelmente. Segundo ela, a região tem as maiores taxas de mortalidade por câncer, que podem estar relacionadas à exposição agrotóxica. “Essa exposição não é apenas ocupacional, mas uma questão ambiental, de contaminação da água, de alimentos e de deriva.”
De acordo com Wanderley, que é pesquisador do Núcleo de Estudos Ambientais de Saúde do Trabalhador da Universidade Federal do Mato Grosso, “no plantio, no trato e na colheita, realizada pelos trabalhadores, os fazendeiros usam muitos equipamentos agrícolas, agrotóxicos, fertilizantes químicos e poluem o ambiente de trabalho, as águas, os alimentos e o entorno das cidades, das escolas rurais e áreas de preservação”. Segundo dados fornecidos por ele, na utilização dos agrotóxicos, em primeiro lugar fica o Mato Grosso, com 20%, seguido dos estados do Paraná, com 15%; Rio Grande do Sul com 14%, Goiás com 9%, e São Paulo com 8%.

Ada Cristina iniciou sua fala trazendo dados sobre o agronegócio no Brasil, onde, desde o ano de 2019, foram concedidos registros para mais de mil agrotóxicos, para além dos já liberados. Além disso, a convidada ressaltou que há dificuldades para diagnosticar os efeitos na saúde humana, devido ao uso crescente e ao cenário em exposição múltipla.

Finalizando o debate, a doutora Iara Battisti apresentou dados de suas pesquisas sobre  a “Exposição ocupacional a agrotóxicos: evidências de pesquisas no Rio Grande do Sul”, focando na saúde do produtor rural e na saúde da criança. De acordo com a doutora, os impactos na saúde são inúmeros, como câncer, depressão, doenças neurológicas, doenças auditivas, doenças endócrinas, doenças respiratórias, entre outros.  Segundo ela,  as crianças são mais suscetíveis à contaminação, ingerindo alimentos com resíduos, água, manipulando alimentos e objetos que foram usados ou tiveram contato com agrotóxicos, residindo próximo a plantações que utilizam o produto ou, ainda, na desinsetização doméstica. Os efeitos nocivos podem ser agudos, aparecendo instantaneamente; subagudos, surgindo lentamente; ou crônicos, com início tardio.


Por Susan Pereira, acadêmica do curso de Jornalismo.


Confira na íntegra a mesa redonda:


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