Enquanto o Brasil acumula um número de mortes inimaginável pela covid-19 – mais de 300 mil, governos tentam implantar medidas para conter a propagação do vírus - muitas, no entanto, desagradam e trazem fortes impactos na economia, como o fechamento do comércio. Como, em meio a este caos, é possível equilibrar saúde e economia, duas áreas tão sensíveis e importantes para a população?
Foi para debater esta questão que o Rizoma Temático desta quinta-feira, dia 25 de março, foi ao ar pela Rádio Unijuí FM com três convidados: o doutor em Economia e professor na Unijuí, Argemiro Luís Brum; a economista da Federação do Comércio (Fecomércio-RS), Patrícia Palermo; e a PhD em Enfermagem em Saúde Pública e professora associada ao Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Teresinha Weiller.
Teresinha destacou que o novo coronavírus entrou no País – marcado por diferenças sociais, culturais, políticas e econômicas, de uma forma muito intensa. A situação difere da pandemia de H1N1 porque houve uma possibilidade de enfrentamento à doença, por meio da rápida disponibilidade da vacina. Em 90 dias, mais de 80 milhões de pessoas foram vacinadas. “Nós acabamos subestimando a covid-19, enquanto política pública. O Ministério da Saúde não tomou a devida precaução, apesar do alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS). O que nos levou a essa tragédia foi a ausência de uma política clara. Apesar de termos uma capacidade instalada para garantir a vacinação da população, não fomos capazes de tomar uma decisão política e econômica”, disse.
Para a economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, a cura da economia só virá com a vacinação. Ela destacou que a doença não foi tratada com seriedade, até mesmo pela população, e que medidas até foram adotadas para tentar amenizar os impactos na economia, mas não de forma satisfatória. A pandemia já custou cerca de R$ 600 milhões ao País e, apesar disso, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 4,1% em 2020. “Precisamos de políticas públicas bem planejadas. O governo tem que ajudar, já que a iniciativa privada está com os braços amarrados. Já entramos em 2021 com novos fechamentos e sem ações”, disse, lembrando que economia e saúde não são áreas rivais.
Conforme lembrou o professor Argemiro Luís Brum, a pandemia pegou o Brasil fragilizado. O País já vinha patinando, desde a grave recessão de 2015/2016, com um crescimento “pífio” ao longo dos anos seguintes. “Chegamos a crescer pouco mais de 1% ao ano, quando, para dar conta das necessidades, deveríamos crescer no mínimo 4% ao ano”, disse o educador, que acredita, também, que o Brasil não deu a devida importância à pandemia.
Confira o debate completo no podcast abaixo: